— Espera! Espera, Cinco! — parando no corredor do hotel.
— O quê? Temos que ir — disse Five.
— Eu menti pra você, Ok? — ele começou, fixando seu olhar em Cinco. — Lembra quando fizemos aquelas perguntas um paro o outro? No seu quarto.
Five assentiu.
— Eu... Eu menti sobre meus poderes, meu poder é sim Projeção Astral, mas eu conheci alguém... alguém que sabia copiar os poderes de outras pessoas. E fizemos um trato, eu copiava o poder dela e ela o meu — ele confessou. — Não fui mandado pra matar você, fui mandado pra proteger Vanya.
— O quê? Você sabia... sabia que ela era a causa do Apocalipse? — ele se aproximou.
— Não! Eu não sabia, apenas recebi uma missão e iria cumpri-la. Mas eu encontrei você, e seus irmãos... vocês pareciam cães e gatos mas se protegiam. Eu queria ser assim também... queria ter escolha — ele abaixou a cabeça. — Perdi minha mãe com seis anos de idade, meu velho a matou... Os únicos que sobraram da família Bloom era meu irmão e eu, mas nem isso.
Cinco o observou, sem reclamar ou duvidar.
— Theo Bloom morreu no mesmo dia que minha mãe, pescoço quebrado... e eu o trouxe de volta. Foi nesse momento que eu conheci aquela mulher, eu viajei no tempo e ela estava lá... — disse, tentando recuperar o ar. — Ela me ensinou a como trazê-lo de volta, mas em troca... minha lealdade.
— Por que tá me contando isso? — perguntou.
— Porque eu confio em você... e por confiar em você, eu quero que repense em tudo que ela vai dizer — Nathaniel se aproximou. — Ela quer você, assim como me quis.
Five passou a mão pelo o cabelo, bagunçado os fios.
— Você... tá com raiva? — perguntou o garoto.
— Não — sussurrou. — Não com você, nunca é com você... — Ele encostou a testa no ombro de Nathaniel. — Ela não vai me ter, porque o único que me tem além da Dolores, é você Nathaniel. É você.
O garoto mordeu os lábios, será se realmente tinha jeito de parar a destruição do mundo?
Neil se deixou erguer as mãos e passar os dedos entre os fios de cabelo de Five.
Ele contornou a mandíbula do Hargreeves e ergueu sua cabeça.
— Sem morrer até concluirmos o que queríamos fazer no seu quarto? — Neil sorriu, e lá estava ele. O garoto que não perdia uma.
— Sem morrer. — Five pôs as mãos em cada lado do rosto de Nathaniel e lhe depositou um beijo na testa. — Mas isso não quer dizer que não possamos fazer isso agora.
Um segundo depois, Neil foi prensado na parede. E soltou um grunhido baixinho de dor, tinha que se curar.
Five estava em sua frente, com as mãos nas paredes, de cada lado do rosto de Nate.
Ele chegou mais, rente a boca do garoto e sussurrou:
— Eu peguei você — disse, abaixou uma de suas mãos e tocou o ferimento de Nathaniel. Por cima do moletom preto. — Eu sabia que estava machucado. Por que não contou?
O garoto sorriu, achando engraçado.
— Não seja hipócrita, Cinco. Não tínhamos tempo — ele tentou tirar a mão de Five de sua cintura. — Ok! O que vai fazer? Vai brigar comigo?
Five o olhou, pensativo.
— Não é bem isso que eu quero fazer agora — ele apertou a mão na cintura do garoto, o maxilar travado. — Vamos?