Nada de sentimentos

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Como de costume , já tomava meu café indo para a universidade , quando começa a chover e eu corro para de baixo de uma tendinha da rua , tendo apenas meu café quentinho para me aquecer, quando um jep preto para na minha frente , Se for um assalto ferrou.

As janelas do jep se abrem e vejo um homem de óculos escuros, seus cabelos castanhos claros,aparentavam ser sedosos,sua boca harmônica e uma pinta ao lado que deixava um charme diferente junto com um sorriso ladino de sua parte , quando ele tira os óculos avisto aqueles olhos mel , mas não estava muito alegre em saber quem era , afinal , Anthony estava ali.

— Porque tá aqui? – Grito , afinal não sairia da tenda na chuva pra falar com ele.

— Tá chovendo, e se você é um tanto inteligente deveria interpretar que já que eu estou de carro , quero te dar uma carona. – Ele diz estendendo uma das mãos ao volante e ainda me encarando.

— E porque você iria querer minha companhia em seu carro? – Questiono cruzando os braços.

— Não é essa a questão, Hiver , além de que vai adiantar seu tempo de atraso, você não vai ficar resfriada. – Ele não mentiu , mas ele se importar com isso não fazia sentido na minha cabeça , mas aceitaria o convite.

— Tá legal. – Suspiro pesado e entro no carro , o mesmo tinha um cheiro de lavanda e era extremamente limpo e organizado , o que não me surpreendeu muito , Anthony não aparentava ser uma pessoa desorganizada. — Nossa , pra um jep , esse carro é mais bem cuidado do que eu pensava. – Digo colocando o cinto.

— Ei ,ele não é só um jeep , o nome dele é Félix. – Ele impôs voltando a sua total atenção no volante , enquanto eu dava uma gargalhada sincera. — Dá pra respeitar ele. – Ele me encara e eu nego rindo. — eu vou te jogar pra fora do carro. – Eu continuei a rir , mas logo fiquei quieta. — Pede desculpas. – Exigiu e eu o encarei.

— Oxford , você acha que eu vou pedir desculpas pra um carro? – Questino e ele revira os olhos.

Depois de um tempo não demora muito para chegarmos a universidade , após sair do carro dele , várias pessoas nos olharam e murmuraram algo uns com os outros.

— Parece que viramos fofoca. – Anthony diz baixo próximo do meu ouvido e eu reviro os olhos.

— Você não parece tá irritado com isso. – Digo , o que faz Anthony sorrir ladino.

— Você se importa demais, Hiver , aprende comigo. – Ele pisca pra mim e sai andando pelos corredores e eu apenas fico a procurar Harper pela universidade , vou para perto dos armários para pegar meus livros.

— Os burburinho que eu ouvi são reais? – Harper surge do nada do meu lado mexendo na maldita porta.

— Se os burburinho são de eu ter pegado carona com o Anthony, sim é real. – Falo normalmente.

— Foi só uma carona? – Indaga e eu apenas Afirmo com a cabeça ,a vendo ficar decepcionada.

— Pode parar de fazer essa cara. – Digo enquanto andávamos para a sala quando Harper tromba com a sua amada , Lily com seus cabelos loiros curtos e olhos azulados ,um pouco mais escuro que o normal , ela se desculpa e saí andando , enquanto Harper estava estática , dou um estalo de dedos perto de sua cara a puxando pra sala.

— Sério Harper , você precisa ir falar com ela pelo menos. – Digo e Harper suspira pesado.

— Eu sei , mas eu pareço perder a fala quando tô perto dela , é muito ridículo. – Diz meio frustrada.

— A gente vai dar um jeito. – Digo sabendo exatamente com quem falar e o que fazer.

[...]

— Não mesmo! – Anthony dizia encostado na parede , enquanto segurava seu celular.

— Anthony, por favor , você é amigo de anos da Lily , o que que custa você me ajudar a juntar elas duas? – Indago vendo ele balançar a cabeça negativamente.

A ideia era simples, Anthony iria me contar como conquistar a Lily e além de que teríamos que dar um jeito de elas se encontrarem "sem querer" pra elas poderem conversar , e nisso com as coisas que eu descobrisse através do Anthony , eu passaria pra Harper.

— Custa meu tempo. – Diz dando de ombros.

— O que você quer em troca? – Pergunto revirando os olhos imaginando o que ele poderia querer.

— Tenho uma ideia bem melhor. – Ele diz ainda meio receoso de dizer.

– Ok. – Falo suspirando pesado.

— Fingimos ser namorados , assim a meu pai para de me encher o saco pra arranjar alguém e as pessoas param de dar em cima de mim. – Diz olhando para seus pés que batiam no chão sem parar. — Aí eu te ajudo.

Meu deus , isso tudo , só pra Harper conquistar a Lily.

Pensa positivo , Madie, Harper sempre esteve com você , o que custa ajudar ela? – Pensei.

O que eu não faço pela minha melhor amiga , né.

—Tá legal , mas precisamos estabelecer regras. – Falo e ele concorda. – Sem beijos , não decida nada sobre nós sem meu consentimento e precisamos ter uma história convincente e você não pode contar do nosso namoro pra ninguém e assim eu faço o mesmo.

— Tá legal , mas eu quero que saiba que vai ter que participar de jantares e almoços familiares , vai ter que sair comigo quase todo final de semana , se não meu pai não vai acreditar e você terá que ir e vir comigo praticamente todos os dias de carro. — Que merda. – Pensei. — Nada de sentimentos. – Eu quase que gargalhei com essa última frase.

— Você acha que algum dia na minha vida eu fosse me apaixonar por você? – Perguntei rindo e ele sorriu de ladino.

— Me diz você? – Ele fala se desencostando da parede ficando próximo a mim. — Você se apaixonaria por mim , Hiver? – Indagou e eu ri.

- É Hiverdet e você se acha muito né ? – Questionei. — Mas quem te garante de que você não vai se apaixonar por mim? – Indaguei e ele riu frouxo.

— Você se ilude muito , querida. – Ironizou.

— Ok , outra regra , eu não quero ser corna , mesmo que seja falso, nada de outras garotas. – Digo e ele afirma.

— Mesmo que você não acredite , não faria isso com você.

— Tá, agora eu preciso ir. – Digo saindo , mas ele puxa meu braço me fazendo o olhar novamente e ter que me apoiar nele por quase ter caído.

— A gente começa isso quando? – Questiona.

— Vamos aproveitar esse burburinho pra começar a namorar. – Digo e ele afirma , olho pra sua mão que segurava meu braço o fazendo perceber e soltar , sorrio forçado e saio andando , mas logo sinto uma mão tocar a minha e logo as entrelaça , me fazendo olhar de quem era aquelas mãos.

— Precisamos ser convincentes né. – Murmurra e eu concordo bufando.

Isso vai ser difícil.

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