Mudando o percurso

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Mesmo receoso,ele passa seus braços que ficam nas minhas costas,me puxando pra ele. 

— Sua mãe tá olhando não me mata. – Diz e eu continuo sem reação,mas eu precisava fazer algo também,então o abraço de volta,mas pela cintura já que ele era um tanto mais alto,eu conseguia sentir seu perfume 300 vezes mais forte e com certeza estava mais viciada ainda nesse cheiro depois de inalar tanto dele,ele me aperta deixando o receio de lado e eu por incrível que pareça,não estava desconfortável,me aconchego em seu peito e sinto o mesmo paralisar por um momento e ao mesmo tempo meu coração parecia que ia sair pela boca e eu jurava ter ouvido os batimentos do mesmo aumentarem também.

Eu não sei se isso é efeito de estar gostando do Anthony ou simplesmente se ele tinha feito eu me sentir confortável simplesmente me abraçando devagar e respeitando meu espaço na medida do possível,mas eu acho que nunca me senti tão bem acolhida óbvio que com a minha mãe e amigos meus próximos eu tenho um sentimento de conforto,mas ainda era algo que eu me esforçava um pouco pra fazer,coisa que com o Anthony parece se tornar fácil,eu não sei se gostar dele me deixou desse jeito,mas sempre que ele me abraça independente da situação,nunca me sinto desconfortável e isso com certeza esta a mudar  completamente a minha perspectivas.

Quando a gente se separa,ele me encarava profundamente e eu observava seus olhos cor-de-mel se confundirem com o que acabou de acontecer,respiro fundo tentando não perder o foco e me afasto totalmente.

— Tchau. – Digo andando pra ir embora e ouço seu Tchau meio baixo.

Andrew ainda estava na porta e assim que ele me vê,ele para de conversar com a minha mãe.

— Madie,eu queria que soubesse que esse jantar pode ter sido estranho,mas que gosto muito da sua mãe,claro que ela não lhe deve satisfações e muito menos eu,porém eu tô na sua casa,e simplesmente entrando na sua vida de alguma maneira e não gostaria de começarmos com o pé esquerdo,espero me dar muito bem com você. – Diz e eu sorrio genuinamente.

— Eu também espero. – Digo quando ouço a buzina do carro de Anthony indicando que ele vai embora e assim todos acenam incluindo a mim que sorri pros dois novos pombinhos e sobe pro quarto.

Subo pro quarto martelando tudo o que eu já refleti ontem,eu estava ferrada, era torturante a sensação de gostar dele,a perturbação na minha cabeça,a confusão de sentimentos,o quão ruim é admitir isso e ao mesmo tempo querer e não querer que ele tenha o exato mesmo sentimento que o meu.

Precisava esquecer isso,fingir que nada aconteceu e ignorar tudo isso,não deveria ter dado ouvidos a Charlotte, não gosto dele.

Como seria possível,eu,gostando dele?por quê eu?

Respiro fundo,tentando não surtar mais do que o normal e ligo pra Charlotte.

— Oi,porquê tá me ligando? – A mesma pergunta e eu suspiro pesado.

— Preciso me encontrar com você,pode ser na cafeteria da minha mãe. – Digo e ela mesmo achando estranho devido o tom da sua voz,ela topa.

— Em menos de 10 minutos eu tô aí. – Diz desligando e eu desço as escadas correndo saindo de casa,depois de ter deixado uma mensagem que tinha ido comer na cafeteria.

Quando chego lá de bicicleta,vejo Charlotte entrando e entro logo atrás.

Ela se senta numa mesa vazia e eu acompanho,quando ela finalmente percebe minha presença.

— Ah,não tinha te visto. – Diz e eu somente a encaro me sentando e a garçonete vem até nós duas,e a gente faz nossos pedidos,eu tomando meu café gelado e ela um frappuccino.
— Por que me chamou pra vir aqui? – Me questiona apoiando os cotovelos na mesa e eu suspiro pesado.

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