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"Seus olhos são tão lindos"

Acordei sentindo um corpo me abraçando com força, abri lentamente os olhos e vejo Nobara chorando no meu peito direito.

— Nobara... - minha voz sai rouca pelo sono.

— O que eu vou fazer? - pergunta Nobara.

— Não sei, mas vamos tomar um banho e comer alguma coisa, temos que conversar sobre isso - disse eu cansada.

Eu a pego no colo, e a levo direto para o chuveiro, tiramos nossas roupas — ficando nuas —, entramos de baixo da água morna e Nobara veio para me abraçar enquanto continuava chorando. Eu a abracei de volta e ficamos em silêncio.

(...)

— Então você mentiu quando me disse que tava de TPM ontem... - eu digo um pouco nervosa.

— Não me deixa pior do que eu já tô s/n, desculpa por ter mentido - disse Nobara chorando.

— Tudo bem, tudo bem... Mas você sabe quem é o pai? - pergunta eu comendo.

Ela me olha e depois coloca a cabeça nos antebraços apoiados na mesa e chora mais alto. — Não ela não sabe —, que merda.

— Nobara, como e quando descobriu a gravidez? - pergunta eu já irritada e nervosa, pego a única coisa que poderia me acalmar naquele momento. Meu chiclete, que sempre estava comigo.

— Ontem, aqui - ela pega uma bolsa e pega o teste de gravidez.

Ela me mostra e logo vejo os dois pontinhos.

— Dois pontinhos é menino? - pergunta eu.

Parece que o que eu disse foi engraçado, pois a Nobara começou a rir.

— Tá rindo de que vagabunda? - pergunta eu irritada e confusa.

— Esses pontinhos significa "positivo",  da gravidez... - ela inicia a choradeira novamente.

— Ah tá - disse eu. — Você tá muito fudida.

— OBRIGADA! - ela grita em deboche enquanto chora.

— Desculpa - eu digo, eu também estou muito nervosa por conta desta gravidez. Pego todos os meus chicletes o total era de 10, e coloquei tudo na boca, só isso pra me acalmar.

— Nobara... Nós duas, vamos ser mães desta criança, ela não vai ter pai, mas terá duas mães - disse eu.

— Eu vou abortar - Nobara solta.

— Nem pense nisso! - eu grito com ela — Essa criança não tem culpa, ela merece muito bem, conhecer o mundo e conhecer as mães dela, não! Você não vai!.

— Se o Sr. Yiu souber disso, ele vai me obrigar a abortar, ou vai me demitir - disse Nobara.

— Não se preocupe com isso, eu fico no seu lugar se for preciso - disse eu mastigando meu chiclete com mais força.

— Você tem certeza? - ela pergunta assustada.

— Acho que sim - eu digo mordendo o chiclete.

Ficamos em silêncio, Nobara ficou comendo o café da manhã e eu fiquei pensativa.

— Esse chiclete é uma droga - disse Nobara.

— Me acalma - disse eu.

— É de que? Morango? - pergunta Nobara.

— Você não tava' chorando agora? - pergunta eu. — É de menta.

— Me dá um - disse Nobara.

— Você sabe que eu não do meus chicletes pra ninguém - disse eu.

𝐼 𝑛 𝑒 𝑠 𝑞 𝑢 𝑒 𝑐 𝑖́ 𝑣 𝑒 𝑙 | 𝐺𝑜𝑗𝑜 𝑆𝑎𝑡𝑜𝑟𝑢Onde histórias criam vida. Descubra agora