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"Não se envolva, ele é perigoso, já falei"

No dia seguinte recebi alta, podendo já sair do hospital. Nobara me levou pra casa e me deu banho mesmo sabendo que eu poderia me virar sozinha. Eu estou agora sentada no sofá, assistindo um programa aleatório na televisão, enquanto Nobara saiu pra fazer compras - Como sempre -, ouço algumas batidas na porta, me levanto com cuidado, já imaginando quem estaria batendo.

Abri a porta pronta para ver os cabelos platinados, mas ao invés disso, vejo fios negros.

Fushiguro estava na minha frente toda arrebentado, pareceu-me que ele tinha caído de moto até.

- Tudo bem? Entra! - eu digo o apoiando em mim.

Ele tenta dizer algo mas sangra pela boca, me deixando mais apavorada. Sento ele no sofá e vou correndo pegar uma bolsinha que eu e Nobara temos com remédios. Pego e desço as escadas, peguei um chiclete no meu bolso e comi, eu estava em pânico.

Cheguei perto de Fushiguro, ele encosta a cabeça no sofá e tenta respirar. Eu faço o que eu consigo, limpo e faço curativos. Mas mesmo assim, ele reclamava da dor.

- Onde? - perguntei olhando seu corpo.

- Aqui... - ele diz em um sussurro quase inaudível.

Olho pra costela dele e o vejo com dificuldade respiratória.

- Merda - eu digo indo até minha carteira e chaves de casa.

(...)

Faz duas horas e meia que estou aqui rodando em círculos, preocupada. Preocupada com a conta do hospital e principalmente com Fushiguro. Nobara me ligou e eu atendi dizendo que estava tudo bem e sai de casa pois Fushiguro estava muito machucado.

- Fushiguro Megumi! - o médico disse para saber quem era o responsável por ele.

- Eu! - disse eu levantando da cadeira.

- O paciente fraturou duas costelas, e está em estado grave, mas não está sobre risco de morte - o doutor explica calmamente.

- Tudo bem, obrigada doutor - eu digo - Mais uma coisa... Posso ver ele?.

- Daqui a pouco senhorita - disse o médico.

- Tudo bem - eu digo paciente.

Me senti de novo e respiro.

(...)

Entro no quarto de Fushiguro vendo o mesmo sentado, encostando as costas  na maca. Me aproximo enquanto tento dar um sorriso.

- Você está ótimo - eu digo sorrindo.

- Com essa cara que eu tô? - ele pergunta apontando pro rosto.

- Só alguns curativos, não se importe com isso - eu digo sorrindo. - Mas me conta, o que aconteceu?

- Me meti em uma briga - ele diz.

- Você? Isso não é do seu feitio - disse s/n.

- Sim... - ele diz pensativo.

- Quantos? - perguntei me sentando na cama perto dele.

- Um - disse Fushiguro.

- Um cara? Ele era bombado por acaso? - perguntei rindo.

- Não - ele diz.

- Como ele era? - eu digo.

- Não se meta nisso s/n - pede Fushiguro.

- Vou sim, você é meu amigo - disse eu envergonhada.

𝐼 𝑛 𝑒 𝑠 𝑞 𝑢 𝑒 𝑐 𝑖́ 𝑣 𝑒 𝑙 | 𝐺𝑜𝑗𝑜 𝑆𝑎𝑡𝑜𝑟𝑢Onde histórias criam vida. Descubra agora