"Quem é esse homem? Será que ainda está vivo?"
Entrei em casa e dei um longo suspiro, o silêncio era um grande amigo e eu estava adorando sua presença que me dava paz. Sentei-me no sofá e relaxei, mas como a agenda de um bonitão é lotada, sempre acontecia algo para me tirar a paz.
Meu celular tocou e eu logo atendi com voz de tédio.
- Satoru Gostoso falando.
- Onde é que você estava? Não sabe o risco que você está? Não me avisou de nada!.
- Você corre perigo, e ela ainda vai te matar!.
- Hmm.. Será? Hehe... Não esquenta tá tudo sob controle.
- Lembre de uma coisa, a sua cabeça vale mais que a dela.
Ele encerrou a ligação e eu desfiz o sorriso. Me deitei no sofá e fechei os olhos, e na mente veio ela. Seu corpo, seu toque, seu cheiro, e seu temperamento.
Ri com isso e dormi pensando nisso.
[...]
O médico entrou na sala de espera e veio até nós.
- E então? - Perguntei olhando pra ele, me levantei e esperei alguma fala positiva.
- A moça está sofrendo por uma exaustão extrema, ela precisará fazer alguns exames para termos um diagnóstico mais exato, e também ela apresenta sinais de desnutrição. Para qualquer um nesse estado o descanso é completamente crucial! - O médico explica com calma e paciência. --- Esqueci, ela também tem olheiras leves mas que indicam a falta de sono, e o corpo não aguenta ficar muito tempo acordado sem ao menos tirar um breve cochilo.
- Mas ela está bem... Não é? - Nobara chegou perto do médico e olhou em seus olhos azuis.
- Bem, tirando tudo isso... Tecnicamente sim, senhorita. - respondeu.
Suspirei em alívio, claro que isso é algo sério mas obviamente tem coisas piores.
- Obrigado doutor. - sorri.
- Que nada, agora eu vou fazer uns exames nela e depois certifique-se de que ela coma adequadamente, ok? - Ele diz sorridente.
- Sim, senhor - Dissemos.
- Ótimo, daqui a quinze minutos vocês podem vê-la. - ele diz e saiu da sala em seguida para fazer outros exames.
- Que bom que não é algo tão grave - Nobara suspira aliviada.
- Sim, vamos esperar pra podermos entrar no quarto dela. - Eu digo voltando a me sentar na cadeira hospitalar.
Depois de alguns minutos entramos no quarto da S/n, a mesma estava de pé e o médico estava retirando algumas agulhas de sua veia.
-... Ouviu bem mocinha? Coma e fique de repouso, vou assinar um atestado de três dias pra senhorita. - Diz o médico gentilmente.
- Muito obrigada. - Ela respondeu-lhe.
- Que bom que você está bem. - Nobara a abraça.
- Vem S/a, vou te levar pra casa. - Eu digo, ela me olha e nega.
- Não posso, tenho que ficar e... - Eu corto a sua fala.
- Não senhora, você ouviu o médico. Bora, vamos passar em um restaurante e você vai comer, e depois vou levá-la pra casa. - Eu digo — Você tem que descansar, seu corpo está exausto.
- Pode deixar que eu fico e cuido da nossa menina. - Nobara diz.
Ela suspira e concorda, abraçou Nobara e acenou para se despedir, fomos caminhando para ir embora, mas antes o médico deu o atestado pra ela e recomendou um remédio para sono.
- E então? Quer comer o que?. - Perguntei ao entrar no meu carro, S/n faz o mesmo.
- Tem uma pensão aqui perto - S/n diz apontando.
- Pensão? Eu não vou te levar pra comer em uma pensão S/n. Vai comer comida de verdade! Vou te levar em um dos meus restaurantes, gosta de comida italiana?. - Perguntei.
- Gosto, eu acho uma culinária muito saborosa. - Ela diz.
Eu sentia seu tom de voz fraco e cansado, estava exausta.
Levei-a para meu restaurante e a ajudei a sair do carro, sentamos em uma mesa e ela fez seu pedido.
- Não vai comer? - ela me olhou.
- Não, estou sem fome. - Eu respondi sorrindo.
- Ah tá, então eu agradeço desde já. - ela forçou um sorriso.
- Que nada. - eu ri.
Ela ficou quieta e com a cabeça baixa, olhando para suas unhas, estava muito estranha, pensativa demais. Depois de uns minutos o garçom chegou com o pedido dela e ela começou a comer sem muita vontade.
Quando terminou, eu mandei o garçom recolher o prato e a taça de água da mesa.
Fomos à uma farmácia e comprei também o remédio recomendado pelo médico e a levei pra casa, quando ela saiu do carro, quase caiu mas eu fui mais rápido e a segurei.
- Você está bem? - Perguntei preocupado.
- Vou ficar. - Ela sorriu forçada.
A peguei no colo e destranquei a porta de sua casa, a levei para o quarto e a deitei lá. Busquei um copo de água e peguei um comprimido do remédio que o médico havia receitado.
- Aqui, beba com a água. - Eu entreguei pra ela, e ela toma a água com o remédio.
- Obrigada por tudo, Yuuji - Ela agradece sorridente.
- Só estou fazendo o que qualquer amigo faria. - Fui sincero e sorri. - Agora eu tenho que ir, vou jogar as chaves pela janela.
Ela concordou, eu dei-lhe um beijo em sua testa e sai do quarto, logo saindo da casa e trancando, jogando suas chaves para dentro da casa pela janela.
...
Quando Yuuji foi embora eu olhei pro teto, e fiquei lembrando do sonho que tive.
Assim que eu desmaiei no Yuuji, eu sonhei. Não sei dizer se era um sonho ou uma lembrança.
Era eu na infância brincando com um homem mais velho que eu, ele era alto, vestia roupas pretas e seus cabelos eram brancos.
Mas uma coisa me intrigava.
Eu não conseguia enxergar o seu rosto.
Eu forço a minha memória mas nada vinha em mente. Eu tenho a sensação de que eu o conheço, ou já conheci.
Mas eu sei de uma coisa, ele era parecido com um homem que eu considerava amigo e que me visitava no reformatório. Se eu pudesse enxergar seu rosto...
Quem é esse homem? Será que ainda está vivo?.
Esses pensamentos me davam dores de cabeça, e o remédio começou a fazer efeito e cada vez mais eu me sentia sonolenta.
Até que eu fecho os olhos e durmo.
Continua...
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𝐼 𝑛 𝑒 𝑠 𝑞 𝑢 𝑒 𝑐 𝑖́ 𝑣 𝑒 𝑙 | 𝐺𝑜𝑗𝑜 𝑆𝑎𝑡𝑜𝑟𝑢
Romance"Você pertence a mim boneca" "E o que te faz pensar nisso?" "Tudo! Será minha até depois da sua morte, e aí de você se pensar em me trair!" "Você é de todas mas eu não posso ser de ninguém! Egoísta" É S/n, você não tem escapatória, quem diria que um...