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"Harumi?"

Satoru me deixou em casa, e eu só conseguia pensar em como eu sou azarada. Tudo, exatamente tudo deu errado pra mim, desde a minha infância até hoje. Bufei em irritação, minha cabeça dói um pouco mas não é nada demais. Vou na cozinha pegar um copo de água pra tomar esse maldito remédio. Um para dor e o outro era a pílula, engulo eles junto com a água e seco a boca.

Eu liguei para a Nobara pelo telefone de fio na parede, não demorou muito para que ela atendesse.

- Alô?.

- Nobara, sou eu... A S/n.

- S/n, tudo bem? Tá cansada? Triste? Já chegou da viagem?.

Antes de responder ouço a voz do Itadori no fundo da ligação.

"- Quem é? - Seu tom saiu curioso e em um sussurro audível."

"- A S/n - respondeu Nobara"

Não, eu não estava lá, mas tenho a impressão que ele tirou o telefone da mão de Nobara.

- S/a!.

- Oi Yuuji, como você tá?.

- Tô tranquilo, e você? Já chegou ai?.

- Bem... Yuuji, quem está ai?.

- Eu, a Nobara e Deus.

Eu ri internamente.

- Então coloca no viva voz.

-... Pronto.

- Nobara tá ai?.

- Estou, pode falar.

- Gente o plano não deu certo.

- Não? Por quê não? O avião caiu? S/a você tá bem? O Sukuna te achou?...

- Cala a boca e deixa ela falar, seu idiota.

- Gente calma, não é nada disso Ita, é que o Satoru me achou. Como? Eu como uma boa sortuda, fiquei hospedada justamente no hotel que ele é dono.

- E o que ele fez?.

- Me trouxe de volta, eu estou em casa.

- Droga, eu nem o conheço muito mas já sei que ele é um porre.

- O Gojo é um impossível mesmo, eu sei muito bem.

- Enfim, quando terá alta?.

- Acho daqui uma semana, e a nossa filha sairá só com dois meses.

- S/a vai descansar, você deve tá exausta.

- Vou seguir seu conselho Ita, obrigada. Adeus.

Eu desliguei e suspirei cansada. Droga, como eu pude me esquecer da minha filha? Não que ela seja um problema, longe disso, mas eu ainda tinha em mente que ela era uma prematura, que estava com um risco de vida. 

É muita coisa pra minha cabeça, muita. Eram as mortes que eu causei, Satoru com essa obsessão em mim, o Sukuna atrás de mim, era o dinheiro que eu gastei comprando passagem de avião em vão, o dinheiro também gasto no hotel, minha filha no hospital com risco de morte...

Dá vontade de deitar no chão e espancar a mim mesma, depois chorar. Noto que não tenho mais chicletes para me acalmar e suspiro derrotada. Vou pro quarto e vou pro banheiro em seguida, tomo uma ducha rápida e me visto, eu também não acredito que eu transei com o Satoru pela segunda vez.

Deito na cama, e fecho meus olhos tendo um pouco de dificuldade para pegar no sono mas depois eu consigo dormir. 

[...]

As semanas se passaram, e eu andava mais cansada do que nunca. Meu chefe do puteiro me esculachou mas me aceitou de volta, eu todos os dias visitava Nobara, Satoru me provocava como sempre e me perseguia, nada fora do comum, mas pelo menos me deu um celular novo. Com muita insônia e sofrendo com dores de cabeça com frequência.

Cuspi o chiclete já sem gosto no lixo, e suspirei, hoje Nobara receberia alta e eu estava feliz por isso. Fui ao hospital junto com Yuuji, entramos no quarto e Nobara já estava vestida com roupas normais, sem aquele uniforme de hospital "brega" de acordo com ela.

- Que bom que está melhor, amiga. - eu sorri fraco, meus olhos pesavam toneladas.

- Sim. - diz Itadori sorrindo gentil.

- Obrigada gente, mas eu não vejo a hora da Harumi sair daqui também. - Diz Nobara sorrindo.

- Harumi? - perguntamos.

- Sim, eu escolhi esse nome pra minha filha. - Nobara sorri.

- Belo nome - eu digo sorrindo orgulhosa, senti minhas pernas tremerem mas não me importei, estou cansada.

- É, até que eu gostei - diz o homem rosado sorridente.

- Ela está melhorando muito, de acordo com o médico. - disse Nobara --- Eu nunca me perdoaria se ela não resistisse.

- Não pense assim, vai ficar tudo bem. - diz Yuuji levantando o polegar.

Eu não ouvi mais nada, só senti minhas pernas fraquejarem e minha visão escurecer me deixando em um breu.

[...]

-... Vai ficar tudo bem. - Quando eu termino de dizer, sinto o corpo da S/n chocar contra o meu. Por impulso, eu agarrei seu corpo com as mãos e a pego no colo. --- S/a! S/A!! Alguém ajuda!.

Eu grito para algum médico lá fora, Nobara corre desesperada em minha direção.

- Amiga! Amiga acorda! - Nabora segura o rosto dela e as lágrimas descem pelo seu rosto.

Um médico entra e pede pra mim colocar ela em cima da maca.

- O que aconteceu com ela? - eu perguntei.

- Vou fazer um exame nela, peço que vocês aguardem lá fora. - diz o médico tocando no pulso da S/n e depois no pescoço, checando seus batimentos cardíacos.

- Sim senhor, vamos. - eu o obedeci, mas Nobara estava hesitante.

- Não, eu vou ficar! - Nobara diz em desespero e em meio as lágrimas.

- Nobara ele é um profissional, se ficarmos vamos atrapalhar, deixe que ele cuide da S/n - Eu seguro seu pulso.

- Mas.. - eu a interrompi.

- Ele é um bom médico, fique tranquila. Ele vai dizer o que aconteceu com ela, por hora, vamos aguardar. - eu digo tentando parecer convincente.

Ela hesitou, mas concordou. Saímos do quarto e fomos para a sala de espera. Eu estou preocupado, tomara que ela esteja bem e que não seja nada grave. S/n é uma pessoa muito boa, e com o tempo foi se tornando alguém importante pra mim. 

Que tudo fique bem pra ela, eu estou aqui pra ela sempre, e Nobara também.

Nobara se sentou na cadeira e ficou batendo o pé no chão com rapidez, estava ansiosa. Eu me sentei em seu lado e segurei em seu ombro em apoio.

- Ela vai ficar bem, acredite! S/n é uma mulher de raça. - digo sorrindo.

Ela concordou, e eu também quero concordar com o que eu disse. Ela vai ficar bem... Não vai?.

Continua...

Continua

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𝐼 𝑛 𝑒 𝑠 𝑞 𝑢 𝑒 𝑐 𝑖́ 𝑣 𝑒 𝑙 | 𝐺𝑜𝑗𝑜 𝑆𝑎𝑡𝑜𝑟𝑢Onde histórias criam vida. Descubra agora