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 "Prefiro morrer"

Gojo segura o meu pescoço e eu já sinto um arrepio involuntário, aproximou o seu rosto do meu e sorriu de lado mostrando os dentes.

- Eu não quero você dialogando com esse babaca! - disse sorrindo.

- Você quebrou o caralho do meu celular, vai me dar outro! - Eu digo raivosa.

- Eu posso te dar um milhão de celulares, mas se você se comportar como uma boa namorada, quem sabe...? - Satoru respondeu me soltando.

- Boa namorada?. - Ri irônica — Eu não sou sua namorada! Eu não te pertenço, eu não me importo com você.

- E eu perguntei? - ele diz despreocupado, pega o seu celular e começa a mexer.

- Quem você pensa que é? Seu poste ambulante! - Eu perguntei irritada.

- Sou Satoru Gojo, o gato. - Ele se gaba sem ao menos me olhar.

- Eu acho impressionante como você é um babaca, e nem é tudo isso. - Eu digo.

Ele para de encarar a tela e me olha em deboche.

- Eu não sou tudo isso? - ele dá uma risada irônica — Suponho então, que o "tudo isso" pra você, seja o Fushiguro.

- Bingo, acertou! - Eu digo irônica.

- Eu sou dez vezes, um milhão, a galáxia inteira... Melhor que ele. - Satoru zombou e me deu um beijo no rosto.

- Sabe... Eu acho que você deveria se achar um pouco menos, Satoru. - Eu digo revirando os olhos.

- Prefiro morrer.. - Ele debochou afinando a voz.

- Homem insolente. - eu digo irritada.

Depois de horas dentro do jato, voltamos para o Japão. Satoru se espreguiçou e me agarrou, me pondo em seu ombro e sair do jato, o céu estava cinza e aqui o dia estava péssimo, ou melhor dizendo: a noite estava péssima.

- Vamos passar em uma farmácia pra comprar a pílula do dia seguinte, ok? - ouço a voz irritante dele.

Apoiei meu cotovelo em seu ombro e o maxilar na minha mão, não digo nada e fico com cara de tédio. Ele se diverte com a minha falta de diálogo com ele e me dá um tapa estalado no bumbum.

- Seu filho da... - fui interrompida. Ele me empurra pra dentro de um carro fora do aeroporto e entra no mesmo, em seguida.

- Vá para a farmácia mais próxima. - Satoru informa ao motorista que acena positivamente, calado.

Eu cruzei os braços e fiquei quieta o caminho inteiro, eu só penso no quanto eu sou azarada por ter sido encontrada tão facilmente por ele. Que ódio.

O carro estacionou no canto da rua, e Satoru me puxou pelo braço e fomos pra dentro do local. Abracei meu corpo quando senti o frio que estava dentro daquela pequena farmácia, Satoru vai até o farmacêutico que olhou estranho para Satoru, deve estar estranhando os óculos escuros à noite que ele está usando como um retardado.

Satoru diz alguma coisa que eu não prestei a atenção, eu só conseguia notar o olhar de outra farmacêutica para ele. Mas essa não olhava pra ele de maneira estranha, ela o olhava com admiração e alegria.

- Qual é a melhor pra você? - Ouvi a voz de Satoru e ela me tirou do transe que eu estava.

- O que? - eu fico confusa ao voltar pra realidade, o que ele estava dizendo?.

- Qual pílula? - ele refez a pergunta.

Eu olhei pras três caixinhas de remédio e ergui uma sobrancelha.

- Tenho cara de farmacêutica, idiota?. - eu perguntei irritada.

Quando ele abriu a boca para responder meu abuso, o farmacêutico o interrompe.

- Casal não briguem, relaxem. - o moço diz. tentando amenizar a tensão entre nós dois.

- Precisam de ajuda? - a farmacêutica se intrometeu.

- Eu vou levar a que for mais eficiente. - diz Satoru para a moça, que abriu um sorriso de orelha em orelha pra ele.

- Certo, eu assumo daqui. - ela diz para o senhor farmacêutico.

O moço sorriu pra ela e foi fazer outra coisa.

- Só isso? - pergunta ela sorridente.

Eu só conseguia pensar no quão ela é bonita, cabelos louros, olhos verdes, pele que evidentemente era macia como um travesseiro feito de penas de ganso, e seus seios... Seios que me davam uma inveja, coloquei meus antebraços sobre os meus meus para esconde-los. Fico corada de raiva, por que eu tinha ser assim? Por que eu não posso ter o corpo dos meus sonhos? Sei que não sou a única mulher que já teve esse pensamento.

- Tem certeza que não quer escolher a pílula que você mesma irá tomar? - A pergunta dele foi pra mim, mas o olhar estava vidrado nela e em suas belas melancias escondidas pelo uniforme nada extravagante ou vulgar. Pelo menos ela era uma mulher de respeito.

- Eu não sei escolher pílulas. - eu digo pegando no meu bolso um chiclete.

- Quer uma ajuda, senhorita? - ela olha pra mim pela primeira vez, com um sorriso agradável e gentil.

Apesar de estar claramente flertando com Satoru, ela não me olha com falsidade ou raiva. Eu sorri tímida pra ela e me aproximei.

- Sim. - respondi.

Ela me explica detalhadamente qual a função da pílula - o que eu já sabia mas deixei ela falar -, e qual é a mais eficaz.

Pude notar que alguns olhares dela escaparam de mim e foram diretamente para os olhos de Satoru que brilhavam em excitação. Eu estava me sentindo desconfortável, essa tensão sexual deles dois me enjoava, eu queria fugir dali o mais rápido possível. Ela voltou a me olhar e deu mais um sorriso gentil.

- Qual a senhorita preferiu? - pergunta com um olhar puro em seu rosto.

- O da caixinha amarela. - eu digo rapidamente.

- Mais alguma coisa? - pergunta ela pra nós dois.

- Não, vou levar só isso. - Satoru respondeu com um sorrisinho.

A mesma sorriu, Satoru pagou pela compra e eu me despedi a mulher gentil que acenou pra mim gentilmente. Satoru pegou na mão dela e beijou, mas quando se afastou percebi que ele deixou na mão dela um papel.

Com certeza seria seu número de telefone.

A cada dia que passa e sinto ainda mais nojo e raiva dele, nunca me senti tão humilhada.. Ou já?.

Continua...

Continua

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𝐼 𝑛 𝑒 𝑠 𝑞 𝑢 𝑒 𝑐 𝑖́ 𝑣 𝑒 𝑙 | 𝐺𝑜𝑗𝑜 𝑆𝑎𝑡𝑜𝑟𝑢Onde histórias criam vida. Descubra agora