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"Não me diga que..."

Meu corpo estava tenso, minha respiração acelerada e eu estava com medo. A voz doce e gentil do Yuuji me fazia perguntas sobre várias coisas e uma delas é aonde eu trabalhava.

- S/n?.. - Yuuji me olha. – Estou falando com você, tudo bem?.

- Uhum!. - Concordo, sentindo o suor passar pela minha testa.

- Que bom, você trabalha em que lugar? Acredito que a essa hora a sua cafeteria não estaria aberta. - Supôs, me olhando por míseros segundos para depois voltar a atenção na estrada.

- Não, não está.. - respondo, olho para o lado e meu coração acelerou, eu devia contar? Eu não gostaria de esconder nada dele. – Eu... Eu trabalho ali, vire a esquerda.

- Tá. - Yuuji sorriu, acelerando e dobrando a esquina.

Demos de cara com a casa noturna e eu senti o carro mais lento, como se Itadori tivesse perdido a força do pé. Ele observa o lugar e o vejo engolir saliva, eu mordo meu lábio e desvio o olhar dele para os meus joelhos.

- Nossa... Que lugar agitado. - Faz piada, mas eu percebi que ele estava tenso. – Onde você trabalha?.

Eu o olhei e ele o faz de volta, me olha como se negasse algo no fundo de seu ser, parecia saber a resposta mas queria a minha confirmação.

Eu não o respondi, o que levou ele a construir sua própria opinião.

- Não me diga que... - Disse, riu nervoso.

Acenei levemente sem encarar seus olhos, e logo tudo ficou em silêncio entre nós. Depois de longos minutos eu já estava me sentindo sufocada e com um desconforto ali dentro, abri a porta do carro e coloquei o primeiro pé no chão da calçada.

- Muito obrigada, Itadori. - Sem coragem de olhar em seus olhos castanhos, eu saio do carro e fecho a porta.

Ando rápido para dentro do local, querendo sair do campo de visão do rosado, que saiu do carro.

Ouço meu nome sair dos lábios de Yuuji mas eu finjo não escutar, me escondi na multidão e fui direto para o camarim, porém, no caminho, meu chefe aparece bem irritado.

- Finalmente apareceu! Pensei que tivesse morrido. - Diz, com desdém.

- Preferia, melhor do que vim e ver sua cara desprovida de beleza. - Cuspi as palavras com desdém também.

- Só pela sua ousadia, vou arrumar um homem pra você passar a noite inteira!. - Sorriu diabólico.

Eu arregalei os olhos, a noite inteira? Não, eu tenho que ir pra casa daqui a pouco! A Nobara está sozinha com a Harumi.

- Não posso! A minha filha... - Fui interrompida.

- Sua filha? Quando esteve grávida que eu não soube? Quer saber? Eu não me importo, e falando nisso... Cadê a meretriz da Kugisaki?. - Perguntou.

- Ela não trabalha mais aqui esqueceu? Eu mesma pedi a demissão dela, deixe-a fora disso, seu egocêntrico!. - Rosnei entre os dentes.

- S/n e sua marra, que lindo. - Debochou. – Vá logo se arrumar e espere no quarto 2B, ah! Mais uma coisa, vou passar lá e quero ouvir você gemendo como a puta que é.

Engoli as palavras ásperas que sairiam da minha boca por vontade própria, sei que se ele me demitir, quem sairia prejudicado seria ele, já que sou a única que faço bem o meu serviço.

Faço o que tenho que fazer e vou para o quarto 2B, me sento na beira da cama e espero o homem que viria, escolhido a dedo pelo meu chefe.

Minha cabeça dói e meu corpo estava exausto, eu só vivo assim... Cansada.

𝐼 𝑛 𝑒 𝑠 𝑞 𝑢 𝑒 𝑐 𝑖́ 𝑣 𝑒 𝑙 | 𝐺𝑜𝑗𝑜 𝑆𝑎𝑡𝑜𝑟𝑢Onde histórias criam vida. Descubra agora