"Não, ela não será dele..."
- Bom trabalho, por isso você é o responsável por esses merdas. - O homem alto e de cabelos pretos, acenou positivamente com a cabeça mantendo a postura séria.
- Eu tenho dom. - O jovem riu, enquanto o jovem mais velho estava escorado observando tudo.
- E enquanto a você? Não fez nada? - O homem mais velho observou o outro jovem.
O de cabelos escuros ajeitou sua postura e desviou o olhar.
- Apenas fui o piloto de fuga. - Respondeu secamente.
Era verdade, mas ele também havia feito aqueles traidores comerem suas próprias fezes. Até mais que seu irmão mais novo, mas seu pai reconhecia apenas ele, somente ele.
- Você tem que aprender a ser homem, Suguru. - O homem o olhou com decepção, o moreno mais novo apenas abaixou a cabeça, em uma referência respeitosa.
- Me desculpe, meu pai. - Suguru encarava o chão, como ele sentia ódio daquilo, de tudo que ele tinha que passar pra provar o seu valor para o mais velho.
- Não se desculpe, apenas melhore. - Deu um corte seco e rápido no garoto.
- Mas o Suguru também ajudou muito meu pai, até mais que eu... - O garoto mais novo tenta defender seu irmão.
- Não tente limpar a barra dele, Gojo. Ele tem que aprender a caminhar com os próprios pés e não ficar dependendo do irmão mais novo. Afinal, ele será o sucessor. - Gojo engoliu em seco, esse papo de sucessor o incomodava profundamente.
Gojo queria o que estava destinado a ser de seu irmão, ele queria a grana, a vida do crime sendo comandada por ele, mulheres aos seus pés.- não que não tenha, todas caem em sua boa lábia de cafajeste conquistador, mas ele queria mais.
Gojo é alguém arrogante, invejoso, ambicioso, vaidoso e principalmente, ganancioso.
Suguru é alguém odioso, mordaz, amoroso com quem merece, e principalmente, invejoso.
Talvez os irmãos não fossem tão diferentes assim, mas Suguru quer mais que tudo, o reconhecimento do seu genitor.
Enquanto Gojo, quer o poder. Quer ser onipotente, o todo poderoso. Mas ele não sabia que futuramente, seria a sua ruína.
- Senhor Geto. - Um homem de aparência e sotaque francês entra no escritório após sua entrada ser liberada. O garçom avisa que o jantar está pronto e que a senhora Geto estava os aguardando, apenas o homem e o filho.
Quando o garçom disse aquilo, a garganta de Gojo se formou um nó, mas ele resolve varrer o sentimento de melancolia para abaixo do tapete e fingir que nada aconteceu com ele internamente.
- Vamos meu pai, não vamos deixar a mãe esperando. - Suguru disse ao mais velho, que concordou.
- Tudo bem, Gojo suba para seu quarto! Vou mandar levarem sua janta. - O pai passou pelo seu filho mais novo e saiu do escritório, Suguru antes de sair deu uma olhada para seu irmão que permaneceu imóvel e com a cabeça erguida.
- Não se preocupe Satoru, vou te levar o jantar. - Suguru esperou uma reação.
Gojo suspirou e se virou para seu irmão.
- Ela não me quer na mesa, não é? - Indagou o albino sorridente.
Geto sempre admirou o irmão por ser tão forte, ele sorriu para o mesmo.
- Ela tem alergia a pessoas idiotas. - Provocou.
- Então acho que você também vai ter que jantar no seu quarto. - Rebateu sorrindo ardiloso.
Geto balançou a cabeça enquanto esbanjava um sorriso. Gojo pediu para não levar comida pois iria dormir, Geto concordou e ambos saíram do escritório de seu pai, seguindo caminhos diferentes.
Enquanto Suguru desceu para jantar com seus pais, Gojo subiu para seu quarto para ficar sozinho. Trancou a porta e deitou na cama com os olhos fechados.
Suguru é filho de Hanaki Shuyem e Inumy Geto. Ambos foram forçados a se casarem pelos pais mafiosos na adolescência, tinham um grande ódio um pelo outro mas a convivência fez com que eles se suportassem.
Se casaram e Hanaki mudou o sobrenome para o do marido, Inumy Geto era um homem bem sério e responsável, sendo o homem mais perigoso do Japão. E esse cargo passaria para Suguru Geto, seu primogênito.
Já Gojo, a história era mais difícil. Sendo um filho bastardo que foi fruto de uma traição de Inumy com uma mulher de olhos azuis e cabelos brancos. Ele nunca a conheceu, sua mãe o deixou nos braços de Hanaki e alegou ser filho de Inumy.
Depois disso, a mulher que carregava o nome de uma grande família na máfia, desapareceu.
A família Gojo não fez questão do bebê, os pais da mãe de Satoru não quiseram saber de seu neto e nem mesmo de sua filha desaparecida.
Satoru cresceu em um lar que não era dele, sendo mal tratado verbalmente por sua madrastra, e sendo visto pelo pai apenas como um brinquedinho.
Mas a única coisa que o fazia se sentir bem, era seu irmão. Suguru por mais que esteja com seus dias contados, era a pessoa mais importante na vida dele.
Gojo já tinha em mente o plano de matar seu meio irmão, seu desejo só aumentou quando descobriu que a filha do lutador profissional de seu pai estava destinada a se casar com Suguru.
- O que? - Satoru bateu as mãos na mesa fortemente, encarando seu pai com ódio.
- Você ouviu bem, a menina casará com o Suguru. - Respondeu secamente.
- E por que não comigo? - Satoru não conseguia imaginar aquela menina de cinco anos crescendo para não se tornar dele.
- Porque o irmão mais novo não se casa se o irmão mais velho não se casar. - Retrucou.
- Isso não é justo meu pai! Você sabe o quanto eu sou apegado a ela, desde que a vi. - Satoru tinha seu coração em pedaços, não suportaria.
- Posso encontrar outra para você Satoru, mulher é o que não falta no mundo. - Deu de ombros o mais velho.
Satoru sentiu seu peito se encher de ódio, suas lágrimas quase escorreram e ele encarou ferozmente Suguru que estava calado observando a briga. Ele rosna e sai daquele escritório, correndo para seu quarto.
Se deitou na cama macia e ali despejou suas lágrimas no travesseiro. Se lamentando, apertou os lençóis com força e deu um grito raivoso e triste.
Estava com tanta raiva de seu pai e de seu meio irmão, o garoto de apenas 15 anos nunca desejou tanto matar alguém antes. Segurou com força um pequeno retrato dele e de Suguro sorrindo e jogou com mais força na parede.
- Não, ela não será dele... - Seus olhos azuis cristalinos estavam cheios de ódio e lágrimas.
Continua...
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𝐼 𝑛 𝑒 𝑠 𝑞 𝑢 𝑒 𝑐 𝑖́ 𝑣 𝑒 𝑙 | 𝐺𝑜𝑗𝑜 𝑆𝑎𝑡𝑜𝑟𝑢
Romance"Você pertence a mim boneca" "E o que te faz pensar nisso?" "Tudo! Será minha até depois da sua morte, e aí de você se pensar em me trair!" "Você é de todas mas eu não posso ser de ninguém! Egoísta" É S/n, você não tem escapatória, quem diria que um...