52

384 28 32
                                    

"O que eu fiz?"

Quando saímos de lá, seguimos um corredor muito extenso, com algumas janelas fechadas com direito a correntes e cadeados que só podem ser abertos por uma senha de números.

No final do corredor há uma escada, eu e Sukuna descemos essa escada. Atrás de nós, está aquele homem de cabelos espetados e tatuagem do rosto que descobri que se chamava Choso.

Ele é bem sério e parece estar sempre com tédio.

- Pra onde você está me levando? - Indaguei, no final da escada tinha uma porta que eu acho que é a saída.

- Para trabalhar. - Respondeu.

Bem que ele havia dito que eu iria ter que trabalhar. Mas não me parecia algo legal quando o assunto era trabalhar para o Sukuna.

- Com o que? - Indaguei.

Ele não me respondeu, abriu a porta e saímos daquele lugar. E por incrível que pareça, era um lugar bem movimentado, não era um lugar deserto como eu imaginava.

Mas era uma parte da cidade de Shibuya que eu desconhecia.

Era realmente Shibuya?.

- Tem uma roupa e sapato dentro do carro, se veste com aquilo. - Ele mandou, apontando para dentro de um carro que só agora eu reparei que estava estacionado ali.

Tentei gravar o máximo que pude na minha memória essa parte da cidade. Alguma placa que seja, qualquer coisa.

Abri a porta do carro e entrei no mesmo, os homens continuam ao lado de fora, esperando que eu me vista. Eu vejo as peças de roupas, uma calça jeans, uma blusa com mangas e um tênis.

Achei bem comum até.

Não demorei tanto para trocar aqueles trapos de roupas rasgadas por aquela roupa nova. Dei dois toques no vidro para indicar que eu havia terminado e assim que o fiz, eles entraram no carro.

Sukuna sentou no banco de trás comigo e Choso foi para o banco do motorista.

- Estação de trem. - Sukuna proferiu.

- Sim. - Choso concorda, ligando o carro logo em seguida.

Estação de trem? O que ele quer que eu faça lá?.

- O que quer comigo lá? - Questionei confusa.

Sukuna me olhou, seus olhos escarlates e venenosos direcionados a mim. Ele se inclinou lentamente e meu cérebro apitou em perigo. Meu corpo paralisou mas eu tinha vontade de me afastar.

Ele sem tirar os olhos dos meus, beijou o meu ombro e sentiu o meu cheiro. Seus beijos subiram para o meu pescoço e eu me arrepiei em nojo.

- O carro vai estar estacionado próximo à estação, você vai dar um jeito de trazer uma mulher jovem para nós. - Sukuna sorriu em meu pescoço.

- Nunca! - Eu jamais colocaria outra pessoa para correr o risco que eu e mais outras mulheres estamos correndo.

- Ou é isso, ou eu mato você. Mas é claro que eu gosto de me divertir primeiro... - Sua ameaça me deu calafrios, quando sua língua encostou no lóbulo da minha orelha eu pulei para trás de supetão.

Eu não consegui dizer nada, só olhei para o lado oposto. Encarando a janela eu tentei pensar em outras coisas e não no quão ferrada a minha vida é.

E no quão fraca eu sou.

Se eu não mudar, eu vou continuar sofrendo. Mas eu não sei se consigo. Eu me odeio tanto por ser assim.

𝐼 𝑛 𝑒 𝑠 𝑞 𝑢 𝑒 𝑐 𝑖́ 𝑣 𝑒 𝑙 | 𝐺𝑜𝑗𝑜 𝑆𝑎𝑡𝑜𝑟𝑢Onde histórias criam vida. Descubra agora