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"Eu sou uma idiota"

Desci as escadas tropeçando nos meus próprios pés, minhas pernas fraquejam e parece que eu vou cair a cada mísero segundo. Me apoiei no balcão daquela cozinha enorme, e fiquei ali esperando o "efeito" da foda com o Satoru passar.

Suspiro cansada, de novo eu transei com ele. Eu sou péssima em prometer algo, ainda mais pra mim mesma.

Minha barriga roncou, eu tive um flashback de ontem de quando vomitei até as tripas enquanto tomava banho.

Minha barriga estava vazia desde ontem, eu estou com muita fome.

Será que Satoru te importaria se eu tentasse cozinhar algo? Acho que não mas se incomodar ele que se foda.

Após me recuperar, vou até os armários e geladeira. Não tinha coisas muito saudáveis, e tinha mais comida doce do que salgada.

- O Satoru deveria ter muita cárie quando era criança. - Comentei comigo mesma, peguei algumas coisas que pelo menos dava pra fazer algo saudável.

Lavei minhas mãos e fiz um um coque no topo da minha cabeça, peguei um avental do Bob Esponja que estava perto da geladeira e neguei com a cabeça, só poderia ser o Satoru mesmo.

Enquanto eu fazia o café, minha mente voltou a caixa sob a cama do Satoru. Eu preciso ler o que estava escrito naqueles papéis, talvez lá esteja as respostas para ter tantas fotos minhas.

Se eu perguntasse diretamente para o Satoru, com certeza ele saberia que eu mexi em suas coisas pessoais e eu não gostaria de apanhar por isso.

Se bem que ele nunca mais levantou a mão pra mim, mas mesmo assim eu ainda sinto um ódio dele.

Fiz ovos, bacon, panquecas, salada de frutas - com as frutas que aparentemente estavam quase ficando podres -, café e suco.

Pensei em fazer um bolo de chocolate e fui ver se ele tinha ingredientes, e vi que realmente ele tinha o necessário. Fiz tudo e comecei a fazer a calda de chocolate, meu dedo foi até a calda sem querer pelo susto que eu tomei por ter dois braços me agarrando por trás.

- Aí! - Gemi dolorosamente, puxando rapidamente o meu dedo da calda quente.

- Bom dia, bonequinha... - A voz sonolenta e presunçosa do homem albino me fez arrepiar.

Ele segurou minha mão e colocou meu dedo dentro da boca, comendo a calda. Deixou um beijo na ponta do meu dedo e voltou a abraçar a minha cintura com os dois braços.

Sua cabeça apoiou no meu ombro, e fechou os olhos.

- Sai seu idiota! - Irritei-me com a aproximação dele, o empurrando com as costas mas ele nem se movia.

Ouvi a risada debochada dele e me irritei mais, dei um golpe forte com a bunda no pau dele, ele se afastou e gemeu.

- Ai! Nem um bom dia e já vem com sete pedras nas mãos. - Reclamou, irritado com a mão no pau.

- Não gosto de abraços. - Fechei a cara e falei de modo ríspido.

Ele resolve não responder e apenas se senta no banco confortável e apoia os antebraços no balcão.

𝐼 𝑛 𝑒 𝑠 𝑞 𝑢 𝑒 𝑐 𝑖́ 𝑣 𝑒 𝑙 | 𝐺𝑜𝑗𝑜 𝑆𝑎𝑡𝑜𝑟𝑢Onde histórias criam vida. Descubra agora