XI

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Durante a festa eu nem fiz questão de esconder o meu desgosto de estar alí. Até que eu chamei Cateline para um lugar afastado dali.

S/N: Eu já cumpri a parte do acordo, agora devolva o que é meu!

Cateline tirou da sua bolsa o meu objeto.

Cateline: Pronto!

Eu guardei aquilo e fui beber algo, de preferência um suco, apenas para distrair, de repente eu senti alguém me empurrar e por azar meu, o líquido caiu no meu vestido manchando ele.

──Oh, perdão....-Uma mulher branca com cabelos longos e escuros disse, eu vi pela sua expressão que aquilo foi proposital porém decidi ignorar.

Peguei um pano e comecei a limpar, mas como o vestido é branco não saiu.

José: Olá, Eudora.

Eudora: Oiii.

José: Vamos, querida?

S/N: Tanto faz.-Fomos até a carruagem e fomos para a "nossa" nova casa, era uma casa bem grande com uma estética dark academy, bem bonita por sinal, após chegarmos no local eu desci para me limpar melhor.

José: Onde vai?

S/N: Vou me limpar e tirar essa roupa.

José: Quer ajuda?.-O rapaz me olhou de uma forma estranha e não consegui descrever, mas agora diria que era um olhar malicioso.

S/N: Não!-Disse curta e grossa, saí correndo dali, fui para o banheiro e foi um pouco difícil de achar já que eu não conhecia a casa e ela é muito grande.

Eu tirei todo aquele pano de mim, me banhei e vesti uma camisola e fui para o quarto, ao chegar lá vi José Antônio deitado na cama sem camisa, eu entrei no lugar errado.

S/N: Desculpa, não sabia que estava se trocando e nem que esse era o teu quarto, eu vou sair.

Quando eu estava prestes a sair ele agarrou a minha cintura me puxando para perto dele.

José: Vamos aproveitar nossa noite de núpcias.-Disse com um sorriso malicioso nos lábios.

S/N: Diga por você. Eu só tenho 13 anos e você 22, isso não vai rolar.

José: Mas agora somos um casal e casais fazem esse tipo de coisa.

S/N: M-me solta, eu não quero isso, eu tô cansada, eu vou dormir.

José: Você vai ficar aqui comigo! Você é a minha esposa e vai dormir comigo.

S/N: M-me solta, por favor!

Ele não me largou, então eu dei uma mordida bem forte em sua orelha como se fosse arrancá-la.

José: Aiii! Sua...-Eu peguei uma escova de cabelo ali e comecei a meter na sua cabeça.

José: Ahhh! Para!

S/N: Quando eu pedi pra você me soltar, você não me soltou.-A cada palavra aumentei a intensidade da força que aplicava no objeto em sua cabeça.

Eu peguei uma tesoura ali perto e enfiei no seu braço esquerdo fazendo sangrar.

José: Sua vadia infeliz, vagabunda imunda.

A tesoura permanecia concentrada cravada em seu braço, eu saí correndo, fui na cozinha peguei uma faca qualquer e me tranquei em um quarto diferente do dele.

Eu fiquei muito assustada e não pude evitar de que lágrimas saíssem, minhas mãos estavam tremendo, meu coração acelerado e meu estômago estava embrulhando, eu achei que eu fosse desmaiar, passei a noite toda sem conseguir dormir direito, tive medo de que pegasse no sono e ele aproveitasse pra tocar em mim, já que ele é muito forte e talvez facilmente abrisse a porta apesar de estar trancada.

No dia seguinte...

Acordei bem cedo, mal dormi direito devido o acontecimento de ontem. Eu fui no banheiro, fiz as minhas higienes pessoais e fiquei cerca de 4 horas dentro do quarto para prevenir de que ele não estaria em casa. Depois que eu saí, eu ainda fiquei tensa porquê essa casa é enorme e ele poderia estar em qualquer lugar e eu não posso vê-lo.

Pelo o meu alívio, eu encontrei uma mulher negra, bem mais velha do que eu, ela estava desgastada e trabalhava incansavelmente.

S/N: Com licença senhora...-cheguei perto dela, não quis assustá-la.

──Oh, senhora S/N, bom dia, eu já estou fazendo tudo que me pediram.

S/N: Tudo bem, não se preocupe com isto. Eu queria saber se o José Antônio já saiu.

──Ele já saiu para trabalhar faz uns...acho que alguns minutos, ele parecia bem bravo e estava com um ferimento enorme no braço, sabia disso?

S/N: S-sim...-eu senti na pele a minha expressão de medo.

──Err, bem senhora eu tenho que voltar ao trabalho.

S/N: Não me chame de senhora, me chame apenas de S/N, eu que deveria te chamar de senhora pois tu és mais velha que eu.

──Tudo bem, S/N.

S/N: Qual o seu nome?

──Meu nome é Rose.

S/N: Prazer, Rose.-Estendi a mão, ela parecia um pouco confusa mas mesmo assim apertou. De repente o meu estômago roncou.

Rose: Está com fome, S/N?

S/N: Sim, eu não comi quase nada ontem, só bebi um copo de suco.

Rose: Eu irei preparar a mesa de café da manhã.

S/N: Eu ajudo você.

Rose: Não precisa, S/N.

S/N: Me deixe ajudar a senhora.

Rose: Tudo bem.-Ela sorriu e eu retribuí o sorriso.

{...}

Rose: Pronto, S/N. Agora se me dá licença tenho que voltar a lavar as roupas.

S/N: Rose!-A chamei.-Sente comigo.

Rose: Como?-Ela parecia bem confusa.

S/N: Junte-se a mesa e tome café da manhã comigo.-Apesar de eu já estar acostumada de fazer tudo sozinha eu queria que a Rose me fizesse companhia, ela parece tão cansada devido ao serviço puxado.

Rose: Eu não posso aceitar.

S/N: Por que não? Sou eu que estou te convidando. Por favor, se junte a mesa. Tem muita comida aqui, me faça companhia.

Rose sentou-se a mesa comigo.

S/N: Por favor, coma o que quiser e quanto o que quiser.

Rose: Obrigada, S/N.

Tomamos café da manhã juntas e nos divertimos bastante, conversamos muito e eu adorei conhecê-lá.

Rose: S/N, agora eu irei tirar a mesa.

S/N: Eu não tenho nada pra fazer, então eu te ajudo.

Eu ajudei Rose a tirar mesa, depois limpamos os banheiros, lavamos as roupas, os pratos e as janelas.

S/N: Prontinho.

Rose: Não precisava me ajudar.

S/N: Eu adoro ajudar as pessoas.

Rose: Você é muito simpática.

S/N: Você também. Se quiser pode descansar agora, dormir um pouquinho, eu sei que está cansada.

Rose: Obrigada de verdade, S/N.

S/N: Eu vou passear um pouco, tudo bem?

Rose: Ok.

Eu fui na cozinha e preparei dois sanduíches e guardei na minha mochila, passei protetor solar e coloquei óculos de sol e fui para o mesmo lugar onde eu conheci aquele cachorro tão fofinho.

Ao chegar no local, acendi uma vela e o encontrei, ele correu até mim abanando o rabinho e começou a me lamber, parecia que ele estava me esperando há dias?

S/N: Olá lindinho. Você deve estar com fome.-Eu tirei os sanduíches da bolsa e dei a ele, ele comeu rápido pois estava com muita fome, enquanto ele comia eu acariciava-o.-Você não deve ter um nome, então te chamarei de Henry.

O Amor de Décadas•°•Five Hargreeves Onde histórias criam vida. Descubra agora