Acordei com Aylla passando a mão em minha barba. Como era boa aquela sensação e como senti falta de ser acordado com seu toque.
— Bom dia, meu amor.
— Bom dia. Que horas são?
— Não sei. Mas dormimos a noite toda pelo visto.
— Me sinto revigorado. Há quanto tempo eu não durmo tanto. Como você está?
— Sentindo muita dor no corpo.
— Vou pedir para te medicarem. Ontem não deixei ninguém chegar perto para não te acordar.
— Obrigada, grandão. Eu te amo.
— Quer saber de uma coisa?
— Quero.
— Eu também te amo. — Ela abriu aquele sorriso lindo e me beijou.
— Bom diaaaa... Posso entrar? — Minha sogra sempre chegava com seu bom humor inabalável e aquilo era muito bom.
— Oi mãezinha. Claro que pode.
Ajudei ela a se sentar e minha sogra entrou com uma cesta de coisas para nosso café da manhã.
— Tive que subornar dois seguranças e uma enfermeira para conseguir entrar com tudo isso. Mas valeu a pena. Trouxe tudo o que você gosta, askin.
Olhei dentro da cesta e realmente tinha uma infinidade de gostosuras turcas. Aylla ainda não podia comer nada muito sólido, mas Meryem amassou tudo o que conseguia e dava para filha como se ela fosse uma bebê.
— Desde que acordou eu não vi você comer assim, amor. Acho que vou incluir esses seguranças em minha folha de pagamento para que sua mãe tenha passe livre para trazer comida para você.
— Está tudo delicioso, anne. Essa comida de hospital tem gosto de ovo podre.
Depois do café ela foi medicada e dei um banho bem demorado e relaxante. Li um livro para Aylla enquanto minha sogra bordava algo na poltrona, mas minha cabeça estava fervilhando com um milhão de coisas para resolver. Fui chamado de volta a razão quando alguém bateu na porta. Eram Brad e Emma.
Os dois vieram para o Brasil para nos ajudar. Brad cuidava da empresa para mim e Emma foi contratada por Karim para dar continuidade aos projetos de Aylla.
— Oiii, podemos entrar?
— Claro — respondi.
— E aí cara, como você está?
— Bem, na medida do possível.
— Ayllita! Que saudade de você, ruiva. — Emma se jogou em cima da amiga a fazendo gemer de dor. — Aí desculpa, foi sem querer. Esqueci que você está toda quebradinha.
— Eu avisei que ela é doidinha, né? — disse Brad com um sorriso de homem babão. Olhei para ele desconfiado e ele mandou um vai se fuder silencioso para mim.
— Não foi nada, só não aperte muito da próxima vez.
— Oi, Meryem. Não te vi aí no cantinho. Aylla, posso roubar sua mãe um pouquinho?
— O que foi?
— Nada! Só quero perguntar umas coisinhas pra ela. Coisas de mulher.
— Sei bem quando mentem para mim. Podem ir desembuchando agora. O que está acontecendo?
— Para de ser neurótica amiga. Vou falar sobre o Brad, está feliz agora? Depois falo com você também.
— Elas saíram e Aylla gemeu. Corri na mesma hora até ela e a ajeitei na cama.
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Vidas Cruzadas Parte III
Romance. 🌹 Vós, que sofreis porque amais, amai ainda mais. Morrer de amor é viver dele 🌹 Enrico é o exemplo de que o amor, em sua magnitude, pode operar milagres. Mas, diante de situações e decisões a serem tomadas, ele se vê em uma luta interna q...