Capítulo 18 - Aylla

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Assim que sai da empresa, me deu uma vontade louca de ver Enrico e decidi ir fazer uma visita para ele. Me toquei que eu nunca havia ido em seu escritório e resolvi fazer uma surpresa.

Pedi ao motorista que me levasse até lá e quando informei quem eu era na recepção, minha entrada foi liberada imediatamente.

Cheguei em seu andar e fui atendida por outra recepcionista que me levou até a sala da presidência.

Uma mulher muito simpática veio me receber e calculei ser sua secretária.

- A senhora deve ser a senhora Mathias. Muito prazer sou Aylla, a namorada do senhor Cavalcante.

- Sou sim. É um prazer finalmente conhecê-la. Que bom ver que está recuperada.

- Não totalmente - disse, apontando para minha muleta. - Mas obrigada.

- Eu rezei muito por sua recuperação. O senhor Enrico então, como sofreu, mas não quero mais incomodar, senhora Aylla.

- Só Aylla, por favor.

- Como quiser.

- Ele está ocupado?

- Esta terminando uma reunião. Sente-se que vou anuncia-la.

- Não será preciso. Não quero atrapalhar.

- De forma alguma. Ele já deve estar terminando.

Ela mal fechou a boca e a porta se abriu.

Vi vários homens com pastas nas mãos saírem conversando animadamente, mas o que me chamou atenção foi a última pessoa.

Uma morena alta e muito bonita saiu sorrindo de mais para uma pessoa e essa pessoa também sorria da mesma forma para ela.

- Precisamos marcar aquele almoço. Você não vai me enrolar novamente. - Ela dizia enquanto alisava o terno caríssimo do meu namorado e perto de mais de seu rosto.

Contei até mil antes de me levantar e quebrar minha muleta na cabeça daquela oferecida.

- É sua passadeira, amor? Seu terno não está bem passado?

Ele se virou e deu de cara comigo. Seus olhos se arregalaram ao me ver.

- Aylla. Que surpresa boa amor. Essa é a Monique. Coordenadora de Relações Públicas da empresa. Essa é Aylla, minha namorada.

- Prazer - disse, murchando aquele sorriso fabricado. Eu não estava conseguindo disfarçar meu ciúmes e a vontade de voar no pescoço daquela girafa estava estampado na minha cara. Enrico percebendo que ia dar merda, interveio.

- Aylla é a responsável pelo resort do litoral.

- Ah sim, ela fará a decoração?

- Não, a fabricação. Eu sou a engenheira chefe da obra inteira.

- Pois se você não falasse eu nunca imaginaria.

- E por quê?

- Nada não. Esquece. Enrico vou aguardar seu telefonema. - Ela deu uma piscada de piranha para ele, me ignorando e saiu rebolando aquela bunda murcha.

Dei uma cotovelada no seu estômago e me virei furiosa.

- Essa mulher não quer ser sua relações públicas e sim suas relações íntimas, não está vendo?

- Não delira pequena. Eu nem a conheço direito.

- E desde quando você tem esse tipo de liberdade com uma funcionária que mal conhece? Se eu souber que ela te tocou de novo. Ela vai catar as unhas postiças no chão e junto com os dedos, fui clara?

- Claríssima, mas você veio aqui para me ver ou para brigar comigo?

- É que gosto de entradas espetaculares.

- Ah é? Eu também. - Ele me pegou no colo, me fazendo derrubar as muletas, chamando a atenção de todo o escritório.

- Seu maluco. Me solta Enrico.

- Quieta. Dona Mathias. Não quero ser interrompido e guarde a muleta. Mais tarde você vai precisar dela - disse em meu ouvido.

- Sim senhor. Ela disse sorrindo e se abaixando para guarda-la.

Ele entrou me carregando e fechando a porta com o pé. Se sentou em um imenso sofá comigo agarrada a ele.

- Uau, que lugar lindo e olha esse jardim. - Eu parecia uma criança em um parque de diversões.

- Esquece esse jardim. Primeiro me beije. - Ele me agarrou e me deu um beijo que me deixou tonta, tamanho foi sua intensidade.

- Parece que gostou da minha visita surpresa.

- Adorei. Pode fazer essa visita todos os dias, que não me importo.

- E presenciar todas as mulheres dessa empresa ficarem babando em cima de você como cães famintos por um filé. Não, obrigada.

- Esquece elas. Me fala como foi sua conversa com Karim?

- Difícil. Dissemos tudo o que estava engasgado. Mas nos acertamos. Eu não poderia seguir em frente sem ele na minha vida. Me sinto bem mais leve agora. Obrigada por me ajudar a enxergar como eu estava sendo injusta.

- Seu irmão é um bom homem, amor. Um pouco autoritário e arrogante, mas ele te ama muito. Não se esqueça disso. Ele teve seus motivos e agiu pela raiva, mas em nenhum momento ele quis seu mal. Apenas quis te proteger de mim.

- Agora eu sei. Você me fez ver isso - disse, fazendo carinho em seu rosto barbudo. - Onde está o Brad. Não o vi por aqui.

- Ele foi para uma reunião. Não volta mais hoje. Por que a pergunta?

- Por nada. Apenas estranhei ele não estar colado no "brother" dele. Achei que ele estivesse usando sua sala.

- Ele tem a dele do outro lado do corredor. Esta é só minha. Ninguém tem permissão de entrar quando não estou aqui. Nem Brad.

- Você é bem mandão. Adoro te ver assim nessa pele de CEO. Me dá um tesão.

- Então vamos resolver seu probleminha agora mesmo.

Mas antes que me atacasse, me levantei de seu colo e caminhei para conhecer todo aquele espaço enorme e majestoso. Enrico se levantou bufando, mas me deu o braço para que eu me apoiasse nele.

- E então. O que achou?

- Esse lugar é lindo. Realmente é de tirar o fôlego.

Olhei para sua mesa imensa e me surpreendi ao ver um porta retrato com nossa foto, a mesma que estava na parede de nosso quarto do prazer e outro de sua família. Atrás havia um aparador enorme com uma dúzia de fotos minhas e em algumas eu estava com ele ou com meus sobrinhos.

Ele me abraçou e cheirava meu cabelo enquanto eu admirava tudo aquilo.

- Gostou das fotos?

- Estou me sentindo uma verdadeira divindade. Esse lugar parece um altar. Virei uma santa e não estou sabendo?

- Ah, meu amor. Você pode ser qualquer coisa. Mas santa nunca será.

- Isso eu não sou mesmo. - Me afastei e me sentei em sua cadeira imponente. - Então é daqui que o Big Boss comanda seu império hoteleiro? Estou me sentindo poderosa sentada aqui neste trono.

- É porque você é a rainha do meu castelo.

Girei na cadeira e Enrico me parou de frente para ele. Estava apoiado em sua mesa e eu me aproximei sem levantar.

- Se eu sou a rainha, então preciso deixar meu rei bem feliz para que reine com mais vontade.

Segurei em sua calça e desabotoei seu cinto. Enrico apoiou suas mãos na mesa, deixando claro que eu tinha carta branca para fazer o que quisesse.

- Use e abuse sem moderação, meu amor.
Abaixei sua calça e cueca, umedeci meus lábios olhando para seus olhos que estavam em chamas e abocanhei aquele pau que estava duro.

- Uau. Como você está com a boca quente - disse, apertando ainda mais as mãos na mesa.

Vidas Cruzadas Parte IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora