Capítulo 21 - Aylla

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- Onde estamos indo? Não quero falar com sua irmã, não insista. Você sabe que essas coisas não se resolvem assim. Não force nada com ela. Eu odeio quando você me pressiona, vou...

- Aylla!

- Aylla nada. Não me...

- Aylla. Não vamos na casa da Natalie. Chegamos.

- Eu nem tinha percebido que havíamos parado. Por que estamos aqui?

- Este é o terreno que minha irmã falou.

Descemos do carro e ele me amparou. Fiquei olhando para aquele local imenso que parecia não ter fim com a boca aberta.

- Ele é isso tudo? É imenso.

- Na verdade são três terrenos totalizando quase 9 mil metros quadrados.

- Da para construir um condomínio, dentro desse condomínio.

- O que você achou?

- Ele é como um parque de diversões para mim. É plano, arborizado e daria para construir um de seus resorts aqui.

- E se construíssemos a nossa casa?

Eu fiquei paralisada por um momento, tentando processar o que tinha acabado de ouvir.

- Você quer dizer nossa casa... Nossa?

- Claro. O nosso lar. Você não gostou daqui? Se quiser a gente pode procurar em outro lugar.

- De jeito nenhum. Eu adoro aqui. Mas é muito grande esse lugar, Enrico.

- Sim. É mesmo e ainda tem um lago particular nesse terreno.

- Como você sabe que tem um lago se sua irmã acabou de falar desse lugar?

Enrico deu uma risadinha de lado e coçou a barba, me abraçou por trás e apoiou o queixo em minha cabeça.

- Eu comprei esse terreno para nós há alguns dias.

- Você o quê? Você comprou... Para nós? Enrico...

Eu me virei com as mãos na boca sem acreditar ainda no que ouvia.

- Ele é seu, pequena. Se você quiser, é claro.
- Meu Deus Enrico. Não acredito. - Eu fui andando mancando mesmo e admirando aquele lugar lindo. Ele cruzou os braços e apenas me observava. - Amor, podemos construir uma casa totalmente sustentável, com uma piscina dos sonhos, quadra de vôlei. Podemos fazer até um aras para você cuidar de seus futuros cavalos. E um lago. Você poderá pescar sem nem sair de casa. Será que cabe um iate lá dentro? Eu estou com milhares de ideias aqui. Da para projetarmos um mundo aqui dentro.

Eu me joguei em seus braços e o beijava tanto que deixei seu rosto todo marcado de batom.

- Eita mulher, assim você me sufoca.

- É que eu te amo... Eu te amo demais. - Eu não conseguia me desgrudar dele, que me agarrava para que eu não caísse.

- Eu também te amo. Mas você não está esquecendo de nada?

- Não sei. Estou? É que estou muito empolgada.

- Como uma ótima paisagista, o que não pode faltar em nossa casa?

- Mas é claro. Um jardim magnífico. Farei o mais lindo de todos.

- Não fará não.

- E por que eu não faria o jardim da nossa casa? Inclusive até já o desenhei. Só não tinha o local para fazê-lo.

- Eu sei.

- Enrico, eu estou um pouco perdida aqui. Do que você está falando?

- Feche os olhos.

Vidas Cruzadas Parte IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora