Capítulo 40 - Enrico

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- Por que ainda não posso olhar?

- Porque você vai estragar a surpresa. Estamos chegando.

- Eu realmente tenho medo das suas surpresas, Aylla. Da última vez você me fez descer um rio de caiaque.

- Mas não combinamos de realizar os desejos um do outro. Não tenho culpa que me deixou escolher primeiro. Não vejo a hora de fazermos outra aventura como aquela. E você adorou tanto que quis ir outra vez. - ouvia sua voz, mas não tinha ideia de onde aquela maluca estava me levando. Ela estava no banco de trás do meu carro e Magno estava dirigindo. Ela fez questão que nos levasse, pois somente ele sabia onde ficava o tal lugar da próxima aventura.

- Você esta trapaceando. Agora não deveríamos realizar um desejo meu?

- Bom... Espere um pouco. Estamos chegando, não estamos Magno?

- Estamos sim, Aylla. Mais cinco minutos e estaremos lá.

- Desde quando você participa das armações da minha noiva, Magno?

- Desculpe, senhor Enrico. Mas ela sabe ser persuasiva.

- Eu sei bem disso. Espero que ela não seja a causadora da sua demissão. - percebi que ele ficou mudo e logo tratei de acalma-lo. - Não se preocupe. Estou brincando. Sei que não faria nada para me prejudicar. Só me diga que nossos seguranças estão nos seguindo.

- Estão sim, senhor.

- Se acalmou agora, meu touro bravo? Confie em mim. Já te coloquei em alguma furada antes?

- Você quer em ordem crescente ou por ordem alfabética. - Senti um tapa ardido em meu braço e esfreguei o local. Aylla era pequena mas tinha um tapa de lutador de MMA.

- Está muito engraçadinho - ela disse em meu ouvido e mordeu bem a ponta da minha orelha, me provocando. - Quando souber o que é, vai retirar tudo o que disse.

Ela se encostou em mim e passei o braço em volta dela, tentando acalmar meus nervos. Torcia para que não aprontasse nada comigo. Nas últimas semanas, ela tinha estado mais ousada que nunca e eu fazia todas suas vontades sem nem pensar. Queria tanto satisfazê-la que não me importava com as consequências daquelas atitudes. Mesmo porquê, em todas acabamos transando como dois loucos.

Uma semana antes, cheguei bem cansado do trabalho e só pensava em tomar um banho e dormir. Mas quando entrei em casa, dei de cara com uma ruiva que parecia uma feme fatality. Estava vestida para matar um homem de tanto prazer ou muita raiva. No meu caso se ela pensasse em sair com aquela roupa, seria para me matar de ódio e ciúmes.

- Onde pensa que vai vestida assim? - Fui tirando a gravata e despejando minhas coisas no aparadouro, com medo de sua resposta.

- Nós iremos. Tenho uma surpresa para você. - Ela veio até mim e me deu um selinho, acionando meu sensor de alerta.

- Você não pode ir a nenhum lugar vestida desse jeito. Nem morto que eu vou deixar.

- Se acalme capitão caverna. Aonde nós iremos, essa roupa parecerá um habito de freira.

- E por acaso, que lugar é esse?

- Vamos a um lugar que deveríamos ter ido em Curitiba, mas tivemos que encurtar nossa viagem.

- Esquece. Não estou com cabeça para esse lugar. Ainda mais hoje que estou exausto.

- Pois eu também estou cansada. Vamos até lá só para você conhecer. Não vamos fazer nada. - Ela enroscou os braços em meu pescoço, ficando nas pontas dos pês e beijou meu queixo. - Prometo que não tentarei absolutamente nada.

Vidas Cruzadas Parte IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora