Capítulo 38 - Aylla

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Dormimos cedo naquela noite, pois no outro dia iria cedo para colocar o DIU. Finalmente poderíamos ficar mais tranquilo depois daquele procedimento.

Enrico estava tenso e visivelmente frustrado. Eu também não estava feliz em não poder termos outro filho, mas depois de conversarmos muito. Decidimos que realmente minha saúde viria em primeiro lugar. Não poderíamos ser irresponsáveis e até mesmo egoístas a qualquer preço, apenas para satisfazermos nossa vontade de sermos pais. Eu iria fazer o tratamento corretamente para que em breve eu estivesse livre para ter nossos Lucca, Lorena, Davi e quantos mais viessem. Que viessem também os cachorro, cavalos, galinhas... O que meu noivo quisesse criar, não me importava. Desde que estivéssemos juntos, tudo estaria bom para mim.

- Odeio te ver sentindo dor amor. Se quiser, podemos usar camisinha. Não gosto daquele negócio com você mas se não quiser colocar o DIU, daremos um jeito. - Ele estava nervoso pois acordei com muita cólica e iria piorar durante o dia depois de por aquele negócio.

- Nem pensar. Vamos acabar logo com isso. Odeio te sentir pela metade e não sei por quanto tempo ainda terei que continuar com esse tratamento.

Como previ, depois que sai do consultório, passei o dia de cama, sentia uma cólica horrível e nem os chás e remédios milagrosos do meu pajé me curaram.

Toma mais um gole e não reclama. - Enrico empurrava a xícara com aquele negocio dentro, me obrigando a engolir.
- Eu não quero mais. Não está resolvendo nada, só me faz ter mais vontade de ir ao banheiro, me deixando com mais dor.

- Está bem. Não vou insistir. O que eu posso fazer para te animar um pouco?

- Não vai mesmo trabalhar hoje? Eu vou ficar bem grandão, não pode largar seus compromissos por coisas bobas.

- Você não é uma coisa boba. É a minha prioridade. Nada está acima de você, mocinha. Agora vem aqui - disse ele, se deitando, me aconchegando em seu corpo e ficamos de conchinha. - Vamos ficar quietinhos até essa dor passar. Se lembra da primeira vez que dormimos de conchinha?

- Como esquecer. Acordei com um gigante quase me esmagando de tão grudado que estava em mim. Foi a primeira vez que dormi de conchinha com alguém na vida.

- Você nunca me disse isso.

- É que tive tantas primeiras vezes com você que até perdi as contas.

- Quero ser o seu primeiro em tudo nessa vida.

- Você é o primeiro, único e será sempre meu último.

- Aylla, você sabia que eu iria contratar um detetive para te procurar? Emma se recusou a passar qualquer informação sobre você e eu estava enlouquecendo sem saber onde te achar.

- Ainda bem que não foi necessário. Tínhamos que ser um do outro de uma forma ou de outra, grandão. - Me virei de frente para ele e passava meus dedos suavemente sobre sua barba. Ele fechou os olhos e respirou fundo sentindo meu toque.

- Precisamos começar a planejar nossa casa. Não quero demorar para iniciar a construção. Quero uma casa grande e com muitos quartos, o que acha? - Ele nem abriu os olhos, continuou apenas me sentindo e vez ou outra respirava fundo. Me encostei ainda mais nele tecendo beijinhos em seus lábios, sentindo seu perfume e me aquecendo com o calor de seu corpo.

- Vamos ter nosso quarto do prazer? Quero continuar a brincar com minha amada, mas tem que ser algo meio discreto, com tantas crianças na casa, não poderemos correr o risco de sermos pegos.

- Já pensei nisso. Que tal se fizéssemos um anexo secreto em nosso quarto. Quem entrar, vai achar que é uma simples parede, teremos uma senha para que somente nos dois possamos entrar, o que me diz?

Vidas Cruzadas Parte IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora