Capítulo 24 - Enrico

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- Amor, estou indo para casa, resolvi descansar um pouco antes de pegarmos a estrada.

- Tudo bem, daqui a pouco eu vou também... Aiii... Sai dai Nuri... Você esta bem amor?

- Estou, só...

- Laura, sua mãe já disse que não pode, esqueceu? Desculpe o que você ia falar?

- Nada de importante, eu só ia dizer...

- Só um minuto... Nuri seu pestinha... Tira isso da boca. Pode falar.

- Onde está a baba dessas crianças?

- Foi ao banheiro, mas desconfio que desceu pela privada. E se isso aconteceu fez um favor. Nuri isso dói, para.

- Depois a gente conversa. - Era impossível manter qualquer diálogo com ela naquele momento.

- Que voz é essa, grandão? Você está esquisito.

- Não é nada, apenas problemas na empresa.

- Quando eu chegar a gente conversa com calma... Laura, devolve o brinquedo do seu irmão, mas que coisa...

- Cuida deles, eu vou desligar.

- Espera... Laura se eu for até ai você vai ver, tchau amor. - E desligou na minha cara.

Eu estava sentindo meu corpo todo tenso. Precisava descansar realmente, pois nossa viagem seria longa e cansativa.

Peguei no sono assim que cheguei e tive um sonho com Aylla.

Ela estava linda vestida de noiva e caminhava em minha direção. Eu a esperava no altar e todos nossos familiares estavam sorrindo para ela. Minha pequena parecia um anjo. Meu anjo.

Fechei os olhos e segurei um choro emocionado. Quando os abri, ela estava na mira de um revolver e aquele psicopata era quem a segurava.

- Você achou que poderia me manter longe? Como pôde ver, nada pode me deter. Agora sua noivinha irá morrer e o culpado será somente você.

Aylla estava com os olhos arregalados e pude ver o terror que sentia dentro deles. Olhei para nossa família e todos estavam mortos, jogados uns sobre os outros.

- Você não pôde proteger ninguém, nem seus pais nem suas irmãs e nem sua pequena. Ele deu uma lambida nojenta em seu rosto num gesto repugnante e atirou em sua cabeça.

A imagem de seus olhos se fechando sem vida me fez despertar do sono dando um pulo na cama.

- Amor calma, você estava tendo um pesadelo. Não era real, se acalme. Acabou.

Aylla tinha chegado e estava deitada ao meu lado. Eu me grudei nela com tanta força que a fiz gemer de dor.

- Desculpe, eu te machuquei?

- Eu estou bem. Beba essa água.

- Você está bem? - disse segurando em seu rosto. Aos poucos me acalmei e a encarei, ela parecia uma miragem em minha frente. - Como você é linda.

- Obrigada, mas com o que você estava sonhando que acordou nesse estado?

- Nada que vale a pena ser lembrado.

- Você estava se debatendo na cama quando cheguei. Me conta, o que houve?

- Não foi nada de mais, agora venha aqui para eu sentir seu cheiro.

Ela se deitou rapidamente, se aninhando em mim, me fazendo voltar a respirar.

- Vamos passar o resto do dia na cama?

Vidas Cruzadas Parte IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora