Capítulo 23 - Enrico

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- Não sei o que você anda fazendo nessas sessões, mas pequena, suas pernas estão mais flexíveis que antes. Nossa, o que foi aquilo que você fez? - disse puxando o ar, me sentindo até zonzo.

- Para de rir de mim, Enrico.

- Não estou rindo. Amor cada dia nos encaixamos mais. Porra, que delícia aquela posição.

- Qual? A lançadora ou a pás de moinho?

- Sei lá, você inova tanto que não sei qual é a mais prazerosa.

- E você tira nota dez em todas, grandão.

- Me lembre de dar um aumento para sua fisio. Você está nova em folha para mim.

- Eu vou é enviá-la para a Sibéria. Vi bem como ficou te olhando.

- Quem mandou você sair de perto de mim. Entrei em pânico quando não te vi.

- Desculpe. Não foi intencional. Prometo não sair mais sem o celular. - Aylla secava o suor de minha testa enquanto eu prendia seus cabelos, que estavam enrolados em seu pescoço com minhas mãos.

- É sério, meu amor. Não quero parecer que estou te controlando, mas todo cuidado é pouco. Você sabe do que estou falando.

- Sei, e vamos mudar de assunto.

- Vamos. Que tal se fizéssemos as malas? Não quero sair muito tarde. A viagem é bem longa.

- Vamos fazer agora. Você quer ajuda com a sua?

- Eu não quero que se esforce muito. Deixa que eu faço.

- Você não estava preocupado assim comigo há uma hora.

- É porque suas pernas estavam abertas para cima e não sendo forçadas no chão.

- Ok. Me convenceu.

Nos levantamos e fomos em direção ao closet. Meia hora depois, tinha feito uma mala para mim enquanto Aylla estava quase levando o guarda roupas inteiro.

- Amor, você sabe que só passaremos alguns dias fora?

- E você sabe que esta indo viajar com uma mulher. Então para de reclamar e me ajuda a fechar essa mala.

- Parece que estou vivendo um dejavú. Olha para você. Passamos exatamente por isso em Salvador.

- Nem me lembre daquele dia. Quase tive que deixar tudo o que comprei por lá. Você que me salvou.

- Vivo para te servir, meu amor. Mas se continuar assim vou ter que trocar meu carro novo por um igual da Isa.

- Que tal trocar por um ônibus? - Que saco, nem posso levar o que eu quero.

- Nossa que mal humor é esse?

- Estou tensa com a viagem, queria poder ir de avião.

- Eu vou com calma. Vamos fazer várias paradas para podermos descansar, não se preocupe.

- Tudo bem. Vou tentar me acalmar.

- Sairemos antes do anoitecer. Quero chegar ainda hoje.

- Esta bem. - Ela deveria estar revivendo tudo o que passou com o acidente e percebi que estava muito ansiosa.

- Se você quiser, posso adiar e iremos outro dia. Quando se sentir pronta.

- Nunca mais andarei de carro do mesmo jeito. Mas preciso enfrentar esse medo. Não irei me acovardar. Seja o que Deus quiser, só me prometa que vai mesmo devagar. Seu carro é muito potente. Você checou os freios e o resto?

Vidas Cruzadas Parte IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora