Capítulo 33 - Enrico

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   — Eu quero ver. Me mostre.

   Um deles me entregou um pote com o feto dentro e junto a ele tinha um bilhete escrito:

   Que venhamos próximos bebês, titio está esperando por eles.

   Me atirei no sofá mais próximo me sentindo sufocado. Não era possível que alguém pudesse ser tão cruel.

   — Senhor seguimos os passos da pessoa, como o senhor mandou e o achamos.

   — Tragam-no aqui. AGORA!

   Um rapaz foi trazido até mim e não dei sequer tempo que ele parasse. Fui ao seu encontro e dei um soco em sua cara, o fazendo cair sentado. Fui para cima dele e desferi mais alguns golpes sem piedade.

   — Me fala quem mandou entregar esse pacote?

   — Eu não sei, senhor. — Aquela resposta me deixou mais irado e bati de novo nele, com ainda mais força.

   — Coloquem ele de pé. — Assim que ficou na minha frente. Acertei seu estômago.

   — ME FALA! QUEM TE DEU O PACOTE!

   — Eu não sei senhor, eu juro. — Perdi o resto da paciência que eu tinha e bati até não aguentar mais. O rapaz estava se contorcendo no chão, todo ensanguentado e mal conseguia ver seus olhos de tão inchados pela surra que tomou. Me abaixei e segurei pelo colarinho da camisa e mais uma vez perguntei, mas ele jurou que não sabia.

   — O embrulho foi deixado na minha porta, junto com o dinheiro e onde eu deveria entregar. Eu juro que não sei quem deixou lá, senhor.

   Dei mais algumas porradas e chutes naquele cara, eu tinha tanta raiva acumulada que descontei tudo naquele imbecil que pelo jeito foi usado como um laranja.

   — Procuramos pelas câmeras de segurança senhor, mas nenhuma está próxima da casa dele.

   Eu o tirei do chão, puxando pelos cabelos e o coloquei em pé com muita dificuldade. Ele estava todo ensanguentado, mas eu não conseguia parar de bater.

   — Por favor, não me mate. Eu imploro.

   — Sumam com esse merda da minha frente. Que isso sirva de lição para que você não aceite mais fazer esses serviços sujos para os outros. Levem ele daqui e garantam que ele não fale nada por ai, ou você sabe bem o que vai te acontecer.

   Os seguranças o levaram embora, enquanto eu tentava me acalmar, missão impossível naquele momento, pois minha adrenalina estava a mil.

   — Devemos fazer algo a mais com ele?

   — Não. Esse imbecil se borrou todo. Não vai se meter a besta de novo comigo. Não quero que Aylla fique sozinha por nenhum segundo, entenderam? Mesmo se ela os escorraçar, não saiam do seu lado.

   — Fique tranquilo senhor.

   — Só terei tranquilidade quando eu estiver segurando a cabeça decepada daquele desgraçado.

   — O senhor Oslo nos deu o contato de seus homens em São Paulo e os acionaremos assim que voltarmos. Foi graças a ele que chegamos a esse cara.

   — Ótimo. Vamos voltar imediatamente. Reúna seus homens e os deixem em alerta.

   Fiz uma rápida pesquisa para saber como estaria meu filho se nós não tivéssemos perdido e me surpreendi ao ver que ele estaria exatamente igual ao que me foi entregue naquele vidro. Um feto de 7 meses. Totalmente formado.

Vidas Cruzadas Parte IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora