Capítulo 13 - Enrico

69 14 0
                                    


   A encontrei sentada do lado de fora com os pais. Que pareciam continuar a bronca de antes, mas ela escutava calada a tudo o que ouvia.
  
   — Quando me aproximei ela levantou, se apoiando em mim.
  
   — Me leva para casa Enrico, estou exausta.
  
   Eu liguei para Magno, já que tínhamos ido na ambulância e não demorou muito para que chegasse.
  
   — Filho, por favor, me mantenha informada sobre ela.
  
   — Fica tranquila sogra. Qualquer coisa eu te ligo.
  
   No caminho de volta, passei na farmácia para comprar seus novos medicamentos, pois ela teria que tomar com urgência.
  
   — Eu disse que estou melhor. Não preciso de merda de remédio nenhum.
  
   — Se não precisasse o médico não teria te receitado. Para de ser teimosa e toma essa porcaria antes que convulsione novamente.
 
   Ela tomou relutante, mas não falou nada.
 
   Chegamos em casa e Ruth estava terminando de fazer o almoço. Quando nos viu, correu até Aylla.
  
   — Graças a Deus. Eu estava preocupada. Como você está Aylla?
  
   — Melhor. Obrigada. Não foi nada grave, apenas um susto. O que teremos para o almoço? O cheiro está incrível.
  
   — Fiz kófite. Não sei se eu acertei.
  
   — Se pronuncia kofte. — Aylla disse sorrindo. — Se estiver equivalente ao cheiro, então está perfeito.
  
   — Também fiz lasanha e frango assado. Não sei se o senhor Enrico iria gostar desse prato. De sobremesa me arrisquei a fazer muhallebi, acertei?
  
   — Acertou. Vou tomar um banho e já volto. Você vem grandão?
  
   — Já vou. Vai indo na frente.
 
   Esperei ela sair e entreguei uma lista de recomendações que o médico havia passado para Ruth.
  
   — Siga a risca tudo o que está aqui. Por favor não se esqueça de colocar esse remédio junto com algo no café da manhã dela. Aylla não pode saber. O médico disse que isso ajudará a acalma-la. Mas ela é contra tomar esse tipo de remédio. E depois que você servir o almoço pode ir embora. Descanse hoje. Muito obrigado pela ajuda com Aylla.
  
   — Fique tranquilo senhor. Ela não vai saber. Se precisar é só ligar que eu volto.
 
   Entrei no quarto e peguei Aylla sentada na cama e olhando para o nada.
  
   — O que foi. Quer ajuda? Está tudo bem?
  
   — Não. Nada está bem, Enrico. Estou com dor, cansada e me sentindo péssima por ter falado daquele jeito com meu irmão. Fiz o mesmo que ele e agora eu sei como deve está se sentindo. O que está acontecendo comigo, afinal?
  
   — Amor, você passou por muita coisa e essa mente está sobrecarregada demais. O que você precisa, é se recuperar, tomar seus medicamentos e acalmar essa cabeça. Depois você conversará com seu irmão.
  
   — Não posso. Ainda não consigo. Eu sei que ele não teve nada a ver com o acidente, mas ainda não consigo falar sem o ofender. Lembrar de tudo aquilo me machuca demais. Não deveríamos ter escondido nossa relação. Mas nada justifica a maneira como ele me tratou. De todas as pessoas, ele é quem deveria ficar do meu lado. Mesmo discordando de nosso envolvimento, mas ele foi quem mais me magoou me tratando como um cão sarnento.
  
   — Se serve de consolo. Dei umas boas porradas na cara dele assim que ele foi te ver no hospital.
  
   — Meu Deus, Enrico! E ele?
  
   — Sobreviveu como você pôde notar. Mas no fim descobrimos que amamos a mesma mulher.
  
   — Quem? — perguntou desconfiada.
  
   — Você, é claro. Nós erramos muito com ele, Aylla. Eu errei por não nos assumirmos logo. Você por querer esconder tudo dele e ele por não nos aceitar. E no final, todos saímos feridos de alguma forma e arrependidos também. Se eu pudesse, teria feito tudo diferente. Mas agora é tarde. Temos que conviver com o peso de nossas culpas para sempre e apenas seguir em frente.
  
   — Então, por que dói tanto me lembrar do que ele me disse. Por que eu não consigo esquecer?
  
   — Porque você o ama, pequena. Ele é teu sangue e como ele me disse, você é a alma dele. Se fosse outra pessoa, bastava mandar ir se fuder e seguir com sua vida. A raiva iria embora junto com as palavras. Mas ele te ama demais, por isso errou tanto com você. Karim não soube lidar com tudo o que descobriu. E a forma como descobriu só piorou tudo. Você tem que se acertar com ele. Não tem outra opção. Vocês são irmãos. Olha o que eu fiz com as minhas irmãs e meus pais. Isso foi muito pior e eles me perdoaram.
  
   — Você é maravilhoso, amor. Teve seus motivos para fazer o que fez.
  
   — Mesmo assim, agi errado com todos. Karim também teve seus motivos para agir como agiu, não é? Te magoou por estar magoado também.
  
   — Você colocando dessa forma é verdade. Eu mesma falo o que não se deve quando alguém me machuca. Não sei racionalizar meus sentimentos e extrapolo me transformando numa verdadeira Cruela, como você sempre diz.
  
   — A Cruela mais linda que existe. Uma Cruela com cabelos de fogo que eu sou completamente apaixonado. Ele precisa de você, minha linda. Conversem e volte a ocupar essa mente brilhante. Temos um resort para terminar e não confio em mais ninguém para essa tarefa.
  
   — Não sei se sou capaz de fazer algo novamente. Me sinto limitada e sem inspiração nenhuma para nada.
  
   — Você não pareceu estar sem inspiração na noite passada. O que foi aquilo que você fez com a boca? Uau... Só de lembrar já quero mais.
 
   Eu estava sentado entre suas pernas e ela me empurrou, me fazendo cair no chão. Eu me segurei nela e a levei comigo.
  
   — Seu tonto. Vamos pegar um resfriado nesse chão gelado.
  
   — Você está tão quente, que me sinto pegando fogo aqui embaixo.
 
   Ela ficou me olhando por um tempo enquanto mexia em meus cabelos.
  
   — Amor. Queria te pedir uma coisa.
  
   — Peça o que quiser que eu faço.
  
   — Eu quero fazer uma tatuagem. Você me leva?
  
   — Claro que sim. Mas você já sabe qual?
  
   — Na verdade eu já sei. Eu quero cobrir a cicatriz do pulso e da perna.
  
   — Que ótima ideia, assim cubro a minha do braço também. Vamos fazer uma igual, o que me diz?
  
   — Te digo que tem alguém aqui bem empolgado para fazer a tatuagem. — Ela colocou a mão entre minhas pernas e sentiu toda minha empolgação.
  
   Me sentei com ela nos braços e a beijei esfomeadamente. Aquela boca era minha perdição.
 
   — Também irei completar minha tatuagem. Você será a última silhueta que falta. Porque em meu coração você já está tatuada desde que te vi pela primeira vez.
  
   — Você também está bem instalado aqui. — Ela pegou minha mão e a levou em seu peito.
  
   — Estou bem aqui? — Apertei um seio, a provocando.
  
   — Para de ser bobo, Enrico. Você entendeu.
  
   — Entendi que somos um só. Uma só alma repartida em dois corações.
  
   — Se continuar falando assim em meu ouvido eu vou chorar.
  
   — Pode chorar amor. Eu limpo seu nariz se escorrer.
  
   — Credo. Mas apesar de tudo, eu me sinto feliz porque você não me abandonou quando poderia ter corrido para longe e ainda aguenta essa turbulência que me tornei. Como não te amar, Enrico Cavalcante?
  
   — Você me aceita de peito aberto e sem reservas, minha pequena. Isso para mim já basta.
  
   — Você é tão lindo por fora, mas por dentro é um espetáculo. Se um dia eu te perder, eu me perderei também.
   
   — Então vamos ligar nosso GPS. Assim sempre seremos o destino final um do outro.
  
   — Sempre seremos. Quero me perder e me achar em você agora mesmo.
 
   Sem tirá-la do meu colo, me levantei e fomos para o banheiro. Não nos demos ao trabalho nem de tirar nossas roupas e entramos debaixo do chuveiro nos atacando, com ela grudada em minha cintura. Rasguei sua blusa e ataquei seus seios a fazendo grudar ainda mais em mim.
 
   Enquanto Aylla gemia. Eu apertava sua bunda com as mãos e ela chupava meu pescoço com muita gana.
  
   — Eu te quero tanto pequena. Tanto...
  
   — Então me fode com força. Preciso de você todinho dentro de mim.
    
   — É melhor irmos devagar, amor.
  
   — Não quero ir devagar. Preciso te sentir com força. Goza dentro de mim.
  
   — Não podemos. Você sabe.
  
   — Por favor, Enrico. Eu preciso.
 
   A beijei para que se calasse e a penetrei com calma. Eu tinha muito medo de machuca-la
  
   — Mais forte amor.
  
   — Não Aylla, assim está bom.
  
   — Ahh! Quer saber. Eu não vou quebrar. Me solta. Não quero mais trepar.
  
   — Quer dizer que você aguenta? Então vamos ver. Se segura.
 
   Comecei a meter com força, assim como ela pediu.
  
   — Isso, bem forte. Ahh... Que delicia.
  
   — Sente minha rola todinha em sua buceta. Está gostoso?
  
   — Continua. Não para.
  
   — Não vou. Vou fazer você gozar muito gostoso no meu pau. Sente Aylla, era assim que queria? — Eu socava muito forte nela a fazendo bater até a cabeça nos azulejos do box. Estava com muito tesão, mas também muito zangado por sua teimosia.
  
   — Enrico, espera. Para um pouco.
  
   — Não vou parar. Você queria que eu te fudesse com força, agora aguente.
  
   — Não. Para você está me machucando. — Só então percebi que eu a estava prensando contra a parede com força demais e parei com meus movimentos.
  
   — Me desculpe Aylla. Eu não queria...
  
   — Tudo bem. Acho que perdemos o controle. É que eu estou com muito tesão.
  
   — Não gosto de perder o controle com você. Me perdoe meu amor eu não...
 
   Ela me calou com um beijo e começou a rebolar no meu pau. Dessa vez seus movimentos eram lentos e suas mãos arranhavam minhas costas levemente.
  
   — Preciso demais de você, não posso viver sem você, me ame, Enrico. Eu preciso do seu amor — ela dizia, sem desgrudar seus lábios dos meus.
  
   Fechei o chuveiro e a carreguei molhada para nosso quarto do prazer. A deitei no sofá imenso que havia lá, fui até uma das gavetas e peguei um óleo para massagem. Antes de ir até ela liguei o som apenas com músicas tântricas. Espalhei seu conteúdo e comecei a passar suavemente por todo seu corpo.
  
   — Vou fazer você relaxar com minhas mãos. Feche os olhos. — Massageava seus mamilos levemente e subia para seu pescoço arranhando com as pontas dos dedos, a fazendo se arrepiar. Desci novamente as mãos, contornando todo seu corpo. Não me esquecendo de nenhum pedacinho. Sentia as marcas de suas cicatrizes em certas partes, mas não me importava. O que eu queria era ela por inteiro para mim. Massageei seus pés e suas pernas, subindo para suas coxa grossas e bem torneadas. Cheguei à sua virilha e massageava em volta de sua buceta, sem tocá-la. Voltava até seus pés e fazia novamente aquele percurso. Refiz meus movimentos por algum tempo. Depois escorreguei meu corpo pelo dela sem por meu peso e estiquei meus braços para seus seios. Estimulava seus mamilos e depois enchi minha boca com sua buceta. A mantive com as pernas fechadas. Não queria nada que não fosse suave naquele momento. Minha língua fazia o percurso até onde eu queria e voltava a lamber apenas seu clitóris.
  
   — Está gostoso?
  
   — Muito. Não para.
 
   A mantive naquela posição e subi mais meu corpo, me enfiando dentro dela. Metia devagar e com calma, não deixando que ela abrisse suas pernas. Sentia seu pontinho se esfregar em meu comprimento. Eu estava a mercê daquela mulher.

Vidas Cruzadas Parte IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora