Capítulo 12

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Lizy

Já disse o quanto odeio acordar cedo?

Pois sim odeio, de madrugada então nem falar. Ontem eu dormir tarde, fiquei até às onze da noite tendo aula online com o capitão Patrick na sala de conferência. Ele é quem me dá as aulas sobre as diversas áreas, e agora estou adicionando o curso de segurança e
tecnologia no meu currículo.

A questão é que o treino de mais cedo na piscina, e logo três horas e meia de aula foi esgotador, dormir depois de tomar banho, nem me importou que as meninas estavam ainda acordadas.

E por primeira vez eu não acordei com os malditos pesadelos, sonhei com o acontecido, mas não acordei desesperada no meio da noite.

<<Vai ver foi o cansaço físico.>> Penso.

Agora eu estou na cama odiando que já esteja na hora de levantar. Só levantamos as cinco da manhã três vezes na semana, quando temos treino de resistência em grupo ou simulação de combate, e circuito de crossfit. O bom de hoje terça-feira é que que temos treino de aviação.

Quem já pensou de eu Lizy Miller pilotando um avião? Pois sim, e faço muito bem, tudo que envolve cálculo e tecnologia é minha praia.

-- Vamos Miller, vai chegar atrasada. - Diz Greco.

-- Queria saber que eu merda tinha na cabeça para escolher essa vida? - Falo levantando de má vontade.

-- Os soldados gatos e o salário alto?! - reponde D'angelo.

-- O salário alto talvez. - Sorrio.

Elas já estão se vestindo, então eu tomo uma ducha rápida e visto o uniforme de treinamento. Coloco uma blusa marrom e a calça camuflada. Passo perfume, e como maquiagem uso apenas máscara de cílios e hidratante labial.

Caminho entre os demais até minha tropa tranquilamente.

-- Bom dia tropa 1407. - cumprimento.

-- Bom dia sargento. - respondem em uníssono.

Organizo a tropa em grupos para os circuitos. A tenente Russo inicia os alongamentos enquanto o capitão não chega.

Quando a sirene toca o adonis aparece frente a nós com o cabelo bagunçado, suado, e sem camisa. Parece que vem da academia da base. Olho esse dorso desnudo.

<<Oh Glória!>> Como dizemos no Brasil.

Fazia dias que eu não olhava um homem dessa forma, e olha que ver homens sem camisa é a coisa mais normal do mundo aqui.

Noto que ele tem algumas tatuagens nos braços, o abdômen marcado, um belo V na parte baixa, e sem nenhum pelo. No baixo abdômen aparece a ponta de uma tatuagem que morro por saber qual é.

<< Merda! No que eu estou pensando? Um foi pouco para minha cara ou que? >>

Desvio a visão para o outro lado depois de darmos o devido saldo a ele.

Corremos cinco voltas na pista para aquecer, e logo começa os circuitos em grupo. Primeiro uma corrida desviando de obstáculos, segundo subindo uma rampa com degraus para logo saltar de cima pulando um poço de lama, terceiro escalar uma parede com pedras e logo descer o outro lado com corda, quarto se rastejar no chão em baixo de uma rede, quinto pular um minuto de corda, sexto flexão de braço na barra.

Chegada a vez do grupo C que é o meu, somos dezoito no total, corremos em filas de seis, largando de três em três quando os outros vão completando a prova, cada soldado tem dez minutos para concluir.

Chegada a minha vez faço como Owen me ensinou, dou a largada rápido, mas tomo ar a medida que passo por a rampa, a parede, e a rede, para logo da tudo de mim na corda e na barra. Com esse ritmo eu termino primeiro que os outros dois que correram comigo.

O Que Nunca Vivemos #2 Trilogia EquivocadosOnde histórias criam vida. Descubra agora