Lizy
Minha cabeça quer explodir do tanto que eu estou forçando meu cérebro para concluír um trabalho que eu normalmente faria em três ou quatro dias.
Passei o dia aqui, desde quando acordei estou trancada na sala de tecnologia e comunicação do capitão Ross. Nem tomar café eu fui com a desculpa de que tinha algumas ideias que precisava colocar em prática, mas na verdade eu não fui porque não queria ver Owen.
Nossa pequena conversa de ontem reavivou sentimentos que eu já tinha dado por esquecido, como a vontade louca de beija-lo quando o sentir tão perto e sem ninguém nos vendo, igual quando a gente ficava ao nos encontrar em lugares que éramos obrigados a nos conter porque poderíamos ser vistos por alguém.
Patrick mandou trazer o meu café da manhã e também o meu almoço. E finalmente depois de quase oito horas trabalhando eu concluí o equipamento. Agora só falta testar para ver se está tudo certo.
-- Soldado você pode localizar o Capitão Ross e dizer que eu já terminei. - Falo no telefone para a secretária dele.
-- Sim meu sargento.
Desligo o telefone e encosto na cadeira relaxando os ombros. O Macro SI Já é real, um simples hd virou um aparelho decodificador de voz e escrita que funciona a curta e longa distância.
Depois de testado poderemos ver se há alguma falha ou se precisamos melhorar algo.-- Miller. - Diz Patrick entrando na sala dele.
-- Meu capitão. - Repondo.
-- Está pronto para a fase de testes?
-- Sim capitão.
-- Certo. Falta meia hora para a missão e você tem que se preparar, mas quando retornar eu vou está te esperando junto ao general para testar sua obra de arte.
-- Nossa capitão, eu só fiz o software, o Hardware foi obra sua.-- Como deseje. Você tem uma mente brilhante Miller, qualquer outra pessoa demoraria meses para construir algo parecido a isso.
-- Obrigado senhor.
-- Você já pode ir.
-- Com sua permissão senhor.
Me levanto e saio da sala dele com a mente já focada nessa missão. Será a minha terceira missão de alto risco, com isso já posso me tornar tenente, só preciso fazer uma prova.
Meu pai ficaria muito orgulho de saber que sua filha mais nova agora é uma agente militar do FBI. Toda minha família ficaria, até mesmo minha mãe que odeia armas, espero poder contar para eles um dia, sobre o caminho que eu estou traçando. Mesmo meus pais não tendo nenhum mérito nisso, porque muitas jovens da minha idade vivem nas drogas ou passando de mão em mão como um objeto de prazer a procura de suprir suas carências porque seus pais falharam com eles.
Nisso posso dizer que o mérito é todo meu, eu ralei para chegar até aqui, estudei e me esforcei, mesmo não sendo esse o estilo de vida que eu queria.
Depois de viver tudo que eu nunca vivi, de superar o trauma que eu pensei que teria que aguentar por toda minha vida, eu posso dizer que estou orgulhosa de mim mesma. Mesmo com tanta dor e desgraça eu continuo firme, enfrentando e suportando tudo sozinha, porque sempre fui eu sozinha em tudo.
A vida me ensinou que na hora que a barra pesar terei que ser eu o meu próprio sustentáculo, meu próprio olho no meio do furacão. Serei eu que vou ter que lutar para me manter em pé e não deixar meu mundo cair.
Sigo meu caminho até minha habitação e depois de tomar um banho eu visto o uniforme de combate do FBI, passo duas camadas de rímel para marcar o olhar e coloco um batom vermelho cereja.
Logo vou até a sala de armamento pegar meu equipamento e esperar a hora da missão.
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O Que Nunca Vivemos #2 Trilogia Equivocados
FanfictionA vida de Elizabety sofreu um giro de 180 graus. Ela já não tinha o que esconder e por isso mesmo lamentava. Estava destruída emocionalmente, mesmo tendo tudo sentia que não tinha nada, já não queria nada, tudo era uma merda. Sua nova vida não lhe...