Lizy
Não esperava desabafar com Alec, mas com as perguntas que fez, e a dor enorme que estou sentindo acabei explodindo. Chorei tudo o que venho retendo esses últimos meses, todos meus medos, inseguridades e frustrações.Só não esperava que ele quisesse ficar comigo mesmo sabendo do abuso e que amo outro. Não soube o que dizer então disse que ia tomar banho para fugir do assunto. Não me sinto capaz de começar algo com alguém, mas também não sei como dizer isso a ele.
-- Pode se virar para eu poder tirar essa roupa. - peço ao homem parado a um metro de mim.
-- Não é como se já não tivesse visto você sem roupa antes. - Reponde sorrindo.
Olho para ele desconfiada, mas me dou conta no segundo seguinte que é brincadeira, está tentando me fazer sorrir, como tem feito nos últimos dois dias. Sorrio de lado para ele e começo tirar o abrigo.
-- Então tá. - desencaixo as tiras de couro, primeiro as de cima do meu peito, e depois a que parece um short.
-- Ei eu não falava sério. - Diz quando ver que estou desabotoando o sutiã.
-- Não é como se você já não estivesse visto antes. - Repito suas palavras.
Sei que já me viu em roupa íntima, mas agora vai me ver nua também. Veremos se ele quer mesmo algo mais comigo como demostra.
Deixo o sutiã cair, logo tiro as botas e a calcinha, ficando completamente nua na frente dele. Alec passeia os olhos dos meios seios a minhas pernas. Em nenhum momento olha o meu rosto.
-- Vai ficar aí parado?
-- Que? - pergunta aturdido voltando ao meu rosto.
-- Sei que é esse seu objetivo, vem, me usa, sacia sua sede do meu corpo, faz o que vem desejando fazer desde que me viu. - solto as palavras sem pensar, e de novo as lágrimas queimam nos meus olhos.
Minha insegurança faz uma má jogada comigo, minha cabeça é invadida de pensamentos depreciativos contra mim mesma. Porque é só isso que uma mulher segura de si recebe de um homem, ser usada e desprezada depois.
E sabe porque? Um homem nunca leva a sério uma mulher que é igual de pilantra que ele, que não se rende a suas vontades, e que sustenta uma relação de igual para igual com ele.
-- Que? - Ele volta a perguntar e vejo como está perdido. Me olha tentando me entender, quando por fim se dá conta do que estou insinuando diz: -- Não, não, não.
Ele tira seu smoking e se aproxima de mim, cobre minha nudez, e me abraça.
Não entendo nada, não sei o que significa isso, mas recebo o abraço em silêncio, confusa por sua atitude.
-- No começo poderia até ser que minha intenção era te levar para a cama. Mas agora só quero cuidar de você, sarar suas feridas, e te mostrar que nós homens não somos todos iguais.
Me separo dele e olho em seus olhos, vejo a sinceridade refletida neles, e como pensei antes, tem um homem com carácter atrás dessa fachada de pegador.
- Deixa eu cuidar de você? Deixa eu mostrar que a vida ainda vale a pena.
Não repondo, apenas o encaro, sinto como suas mãos abandonam meu corpo e tocam meu rosto enxugando as lágrimas que caíram sem que eu tivesse controle.
Pouco a pouco seu rosto vem em encontro ao meu, unindo nossos lábios em um beijo doce, carinhoso, despertando uma sensação de tranquilidade, como a calma depois da tempestade.
Sigo sem entender em como me tem nua frente a ele, me ofereci como uma qualquer, e mesmo assim há um espaço de uns centímetros entre nossos corpos, suas mãos então em meu rosto, e em nenhum momento procura outras partes.
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O Que Nunca Vivemos #2 Trilogia Equivocados
FanfictionA vida de Elizabety sofreu um giro de 180 graus. Ela já não tinha o que esconder e por isso mesmo lamentava. Estava destruída emocionalmente, mesmo tendo tudo sentia que não tinha nada, já não queria nada, tudo era uma merda. Sua nova vida não lhe...