Capítulo 21

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Lizy

Receber a notícia de que não estou segura em lugar nenhum quase desfaz meu chão. Tenho um maldito pressentimento de que vou acabar nas mãos da bratva.

Juro que tento não pensar nisso, não ser pessimista, mas não tenho criado expectativas com a vida, apenas trato de sobreviver.

Alec está se revelando um mar de surpresas, nunca pensei que ele seria tão respeitoso comigo. Mas se há uma coisa que ele tem demostrado por mim, é respeito. Depois do nosso beijo ele não tentou forçar nada como em dias anteriores, poderia dizer que é um novo Alec.

Ele tem se preocupado comigo, me pergunta todo tempo se estou bem, se quero conversar, tenta mudar meu humor sempre que percebe meu silêncio. E isso tem me encantado, me faz sentir segura ao seu lado.

Quando tive aquele pesadelo na outra noite ele foi atencioso comigo, e quando me abraçou depois de ter chamado para deitar ao seu lado, foi como entrar numa bolha de proteção, foi a única coisa que eu sentir, e não teve maldade naquele ato, só uma pessoa cuidando da outra.

Essas atitudes me fez vê-lo com outros olhos, e tenho uma impressão que Alec não é o que aparenta ser, tem algo nele quê me diz que há luz atrás daquela capa escura.

Hoje é o tão esperado dia da missão, são as 22:00 da noite e estou junto com Victoria no camarim nos preparando para subir ao palco, nossa apresentação é as onze.

Tudo foi organizado com detalhe. O capitão Rivera é muito precavido, pensou em cada detalhe e em qualquer possibilidade de algo da errado. É de admirar como ele lida com tudo, como tem autoridade, e facilidade de fazer com que façam o que ele quer.

-- Aceita um vinho? - Victoria pergunta.

-- Na verdade queria uma dose de vodca com limão para liberar a tensão.

-- Também acho, vou pedir para o soldado de guarda na porta do camarim. - Ela vai até a porta e pede ao rapaz.

E sim, Alec colocou seguranças em cada lugar que vou estar essa noite.
Ela volta com as bebidas e tomo os dois xotes seguidos. Termino de me maquiar e ponho umas lentes azuis, para ficar mais parecida com Laís, a romana que vou substituir.

Minha maquiagem é uma sombra escura com cílios enormes, e batom preto, vou usar uma máscara para combinar com a fantasia de couro negro que estou usando Ela é estilo gótica, um calcinha fio cós alto, um sutiã que levantam os seios, e vários encaixes de couro nas pernas e na cintura, em conjunto a uma bota preta canelada, salto 15.

Essa noite as romanas farão seu último ato fazendo alusão aos personagens sobrenaturais, Eu sou um anjo sombrio, Victoria um anjo de luz, Frida uma diaba, Raya e Carla se vestem como súditas do mal, com suas lingeries vermelho paixão.

-- Prontas meninas? - Frida pergunta.

-- Sim. - respondemos.

-- Não se esqueçam que devem simular as cenas lesbianas durante a apresentação. - ela recomenda.

-- Estamos lembrando fiquem tranquilas. - Redondo.

Alguns minutos depois nos dirigimos ao cenário. Love ir a bitch de Two feet começa a tocar, Frida e as súditas sobem ao cenário por uma espécie de elevador. Em seguida eu e Victoria vamos ao centro da parede atrás das cortinas para ficar na posição de entrada.

Victoria se posiciona encostada na parede com os braços esticados em cima da cabeça e as mãos cruzadas, meio agachada e com as penas bem abertas se equilibrando na ponta do salto. Eu me junto a ela deitada no chão com uma mão segurando a perna dela, as costas curvada, com uma perna levantada e dobrada, minha outra mão estico para trás junto ao meu cabelo que fica espalhando no chão.

O Que Nunca Vivemos #2 Trilogia EquivocadosOnde histórias criam vida. Descubra agora