O Que Nunca Vivemos #2 Trilogia Equivocados

Capítulo 19

Lizy

Saber que vou ser peça principal de uma missão de infiltração me deixou nervosa. Mas isso não me abala, estou aqui para isso, não entro em um jogo sem ter certeza que darei tudo de mim em cada jogada.

Saí da Sala do general idealizando um plano de sedução, eu e as meninas conversamos e trocamos dicas em todo caminho até nossas habitações. Tenho que ir em casa pegar algumas roupas antes de viajar para Milão.

Mas tenho que esperar por Alec.
Falando nele, estava me olhando diferente desde o beijo, durante a reunião me olhava e meio sorria o tempo todo, e eu correspondia o sorriso.

Não vou mentir, eu gostei do beijo, não é como beijar Owen, mas me agradou a sua maneira. Também não vou ficar comparando um com o outro. Cada homem é gostoso de forma diferente.

-- Miller creio que uma fantasia de anjo malvado ou mulher gato ficaria perfeita em você. - Escuto Levy dizer. Estamos em uma área de lazer esperando o retorno do capitão.

-- O preto me favorece, é verdade, mas creio que isso vai depender das romanas. Estava olhando uns vídeos delas agora a pouco, são mega profissionais e muito ousadas.

-- Ensaiaremos dois dias com elas, creio que dá para aprender.

-- Essa vai ser a missão, já tinha um tempo que não apareciam grandes como essa. - Diz Greco.

-- Um pouco de ação em fim. - Diz a tenente Russo.

-- Será que Alec vai demorar chegar? - pergunto.

-- Huuumm, porque? - Pergunta a D'angelo.

-- Tenho que ir em casa por algumas coisas, eu não tenho muita coisa aqui.

-- Eu vi a troca de olhares de vocês, o que está rolando? - Pergunta a Victória.

-- Não está rolando nada. - respondo tranquila. Esconder os rolos é muito fácil para mim.

-- Huuum, quero saber quanto tempo vai demorar para você pegar esse pedaço de mal caminho. - Diz Lorena.

-- Vocês são fogosas em? - Sorrio.

Essas mulheres a maior parte do tempo estão falando de homem, ou de quem vai pegar no fim de semana.

Sinto falta de Lúcia e Jane. De nossas sextas a noite, comendo e conversando sobre tudo. Minhas novas amigas são legais, mas não tem a mesma conexão que tenho com minhas melhores amigas.

Falei pouco com elas nos últimos dias, Jane está sempre ocupada com Valentin, e Lúcia se desdobrando para trabalhar e da atenção ao magnata dela.

As meninas seguem conversando e por um instante me perco em pensamentos.

Estou sobrevivendo. Seguindo dia após dia, lutando para sorrir um pouco mais, para pensar menos nele, e tentando com todas as forças esquecer o nojo e a raiva de ter sempre presente na mente os sonhos ou lembranças daquela noite horrível.

Cada vez que durmo revivo como eu gritava mentalmente por um socorro que nunca veio, a angústia do meu corpo não poder responder ao meu celebro, como por momentos eu sentia a frição dele dentro de mim.

Me dá repugnância ao lembrar. Eu e Robert transamos várias vezes antes, mas foi com meu consentimento. Ele não tinha o direito de me tocar sem minha permissão, não importa se já tive com eles antes ou não. É meu corpo, minhas regras, nele só deveria tocar quem eu permitisse.

Mas não foi assim, e vivo com essa marca em mim, com esse sentimento asqueroso. Algumas noites quase surtei porque não suportava me olhar no espelho e ver as imagens dele em cima de mim, me beijando ou chupando. Muitas vezes eu já levantei no meio da noite e tomei banho de espuma esfregando meu corpo com a esponja, esfregava a minha pele com tanta força querendo parar de sentir a sensação de estar suja, de nojo de mim mesma.