Capítulo 33

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Owen.

Estou destroçado por dentro, continuo aqui parado olhando para a porta do elevador por onde Lizy se foi.

O motivo pelo qual me sinto assim, foi por ver a dor refletida em seus olhos, ela fugiu de mim como se eu fosse machuca-la, como se não suportasse está perto de mim.

Sei que as coisas que falei a feriram, e não há um só dia que não lamente.
Ela parecia tão frágil, tão exposta, dentro desse elevador e nunca vi Lizy assim. Nem em seus piores dias ela deixava saber o que a estava afetando, podia ficar distante, mas nunca deixava a mostra suas fraquezas.

Ela prefere ficar sozinha do que se abrir com alguém, quer sarar sozinha, se reconstruir sozinha, como uma vez me disse que fez. Mas não dessa vez, não quando o causante de tudo isso sou eu.

A gente vai ter essa conversa ela querendo ou não, precisa saber que eu estou arrependido e que sinto muito ter falado aquelas coisas, porque nada do que eu disse era verdade, eu não pensava aquilo dela.

Era o contrário, eu nunca vi uma mulher bem resolvida como ela, que tem seus próprios ideais e que manda se foder o mundo se concorda ou não com ela.

A amei assim, me apaixonei por essa mulher aberta as experiências, que sempre tem seus argumentos na ponta da língua para defender seu ponto, que não tem medo do desafio, e que gosta de se arriscar, que se propõe a superar seu próprio limite a cada dia, e que se doa em tudo que faz.

Sigo meu caminho pela escada pensativo e logo vou para minha sala trabalhar.
As horas vão passando e me obrigo a centrar no que estou fazendo. Depois do almoço montamos toda a estratégia baseada nas informações de Lizy. Tempo depois preparamos os armamentos e os carros que vamos usar.

Tudo tem que ser calculado no mais mínimo detalhe. Esse operativo necessitará da tropa inteira, porque atacaremos por dois lado, pela frente vai a tropa ao meu comando, e por trás o tenente Jones, que vai explodir o muro impedindo que fujam por ali.

-- Filho, se conseguir concluir essa missão com êxito poderá fazer a prova para subir de patente. - Fala meu pai quando estamos saindo da sala do coronel.

-- Eu sei pai, mas não me importa esperar um pouco, não quero trocar de tropa.

-- Quando mais cedo você subir a tenente, mais rápido chegará a capitão e você sabe.

-- Eu sei, pode parar com a pressão, eu tenho 22 anos e tenho muito tempo pra chegar. - Começo a me alterar com a persistência dele.

-- Filho você não herdou a ambição dos Morgans. No meu tempo passavamos anos para que pudéssemos subir de cargo, agora tudo é mais fácil, você pode se tornar general aos trinta se quiser.

Solto um suspiro profundo fazendo de tudo para não deixar meu pai sozinho.

Quem em sã consciência quer ter uma tropa de quase três mil soldados baixo sua responsabilidade aos trinta anos?

E o resto da vida fica a onde?

Porque quando ele se tornou general aos 40, já estava casado e com dois filhos crescidos.

Não entendo porque tanta vontade de foder com minha vida. A sensação que tenho é que sou uma arma de poder para ele e não um filho.

-- Está bem pai, te prometo ser um general antes dos trinta.

-- Sei que será, você tem a capacidade, eu e seu avô temos fé em você.

-- Obrigado. - Solto o ar quando ele se afastar de perto de mim.

A tarde passa voando comigo perdido em pensamentos, e quando a noite chega faço o mesmo que todos os dias, vou para a academia treinar até tarde.

Treino e treino até está esgotado. Logo volto ao prédio dos dormitórios e no caminho vejo algo que me arranca um sorriso.

O Que Nunca Vivemos #2 Trilogia EquivocadosOnde histórias criam vida. Descubra agora