trigésimo capítulo

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Alguns dias depois...

BIA.
— Foi aqui mesmo. — Falei enquanto apontava pro local que eu lembrava ter sido o acidente.

— Nem me lembre disso. — Theo falou. — Meu coração até erra as batidas.

— Imagine o meu quando recebi a notícia. — Gabriel falou e logo suspirou.

— E eu de longe? Parecia que eu ia enlouquecer. — Ana falou chorosa.

Tinha recebido alta mais cedo e agora estava dentro do carro do Gabriel, indo pra minha casa.

— Dei os últimos retoques do quarto e ficou tudo lindo. — Theo falava enquanto mexia na Maya na cadeirinha do carro.

— Ela é maravilhosa Bia, calminha. — Ana falava do banco da frente enquanto estava virada pra trás.

Ela chegou mais cedo, do aeroporto direto pro hospital, no dia do meu acidente ela estava fora do Rio a trabalho.

— Ela é muito calma. — Falei sorrindo. — Só chora realmente quando quer mamar ou a fraldinha tá suja...

— Nem parece que foi feita em turbulência, e que a gestação foi pior ainda. — Theo completou.

— Ela não foi feita na turbulência não ... foi calminho. — Gabriel riu. Como sempre com uma piada.

— O embuste dormiu com o bozo, hoje. — Theo comentou e foi a deixa para que a Ana, ele e eu caímos na gargalhada.

Não demorou nem dez minutos á mais naquele carro para chegarmos no meu prédio, Gabriel estacionou e saiu do carro para me ajudar a descer com calma. Theo estava com as bolsas e carregava a Maya que estava deitada no bebê conforto. Ana Júlia tomou o lugar do Gabriel e ele voltou para dentro do carro indo embora.

— Alguém me dá uma caixa de fogos? Preciso comemorar que ele desgrudou... — reclamei fazendo uma careta quando tive que subir os três degraus que antecedem o hall de entrada do meu prédio.

— Não precisa de tanto né, amiga... ele é o pai, é de se esperar que ele fique bem em cima mesmo.

— E não defendendo o estrume, mas... ele não saiu do hospital nenhum dia, desde que soube que você estava por lá.
E quando saía do seu quarto, era para ir ver a neném na UTI neonatal. — Theo comentou quando já estavamos no elevador e eu suspirei.

Não queria continuar batendo na tecla, por um lado eles não estavam mesmo errados. Gabriel era o pai da Maya e tinha direito de ficar por perto, mas eu só não queria me sentir sufocada ou que ele forçasse a barra nessa situação, para se aproveitar.

— Você quer dá de mamar pra ela aqui em baixo mesmo? — eu já estava liberada para amamentar a princesinha e seria a primeira vez.

— Não, amiga... Me ajuda a subir. Preciso de um banho quente e acho que ainda tenho uns minutos antes dela despertar. — Respondi para Ana e ela assentiu.

Theo passou a frente com a pequena e disse que ficaria com ela no quartinho, enquanto Ana Júlia me ajudava no banho. Minha mãe teve que voltar para São Paulo ontem, mas disse que assim que tivesse uma folga iria aparecer pra me ajudar.

Tomei meu banho com auxílio da minha melhor amiga, me vesti com uma camisola que tinha um decote justamente para amamentação, coloquei um hobbe por cima e a Júlia penteou meu cabelo, depois de secar um pouco com o secador. Escovei meus dentes e não passei nenhum perfume, era o melhor para a bebê.

— Tá ansiosa pra vê o quartinho? — Ana me perguntou e eu assenti várias vezes, animada.

— Queria tanto ter cuidado pessoalmente dos últimos detalhes...

Labirinto | GB10Onde histórias criam vida. Descubra agora