quinquagésimo segundo capítulo

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GABRIEL.
Eu e Bianca gostamos de sempre deixar memórias na Maya, e esse ano novo diferente dos anos atrás ela tá mais esperta, mais falante, mais participativa, ela sabe de fato o que significa esse dia e diz que tem até metas pro próximo ano, é realmente filha da Bianca.

Mais cedo enquanto tava com ela passeando pela vila da ilha, ela se encantou com uma floricultura que tinha ali, tinha flores de todas as cores e é claro que eu não poderia deixar isso passar batido.

Eu criava a Maya para que ela nunca aceitasse na vida até mesmo homens como um dia eu fui ou que as vezes ainda sou. Não quero que causem nela o que um dia eu fui capaz de fazer com outras mulheres e principalmente com a mãe dela. Criava ela acostumada com o muito pra ela nunca achar que deveria receber menos, por isso que os gritos que eu dei nela na noite anterior me deixou tão pra baixo.

Pedi a Bia que antes dela ir curtir a festa de revellion dela pudéssemos jantar em família, ainda que tivesse pessoas que não pertenciam de fato a nossa família.

Bianca estava linda, simples mais linda, bem praia. Um biquíni branco e uma saia longa também branca, o corpo tava bronzeado, não conseguir não babar nela.

Ela e o Theo vieram, do lado de ca estamos eu, minha mãe, meu pai, a Dhio — que na verdade estava com a Bianca desde cedo —  e a Joana.

Eu deixei a Denguinho numa parte do hotel que é reservada especialmente para os animais.

— Vovó arrumou você linda minha princesa. — Ela falou dando um beijo na testa da Maya que estava do meu lado.

— Quero ajuda pra me maquiar. — Ela falou e a Bia riu.

— Mamãe ajuda sim, claro.

— Quero aquele batom vermelhão mamãe…

— Vermelho não seria forte demais? — Joana se meteu e eu passei a mão na cabeça, sem paciência.

— Preto que fosse, se ela quiser a gente passa. — Theo falou.

— Exatamente. — Dhio falou ainda mais ácida, juntando as mãos e encarando a Joana.

Futuquei a Joana por baixo da mesa e meio que repreendi ela com o olhar, o jantar era algo leve.

— Já volto. — Falei levantando da mesa e deixando todos na mesa e fui até o quarto do mesmo hotel onde ficava o restaurante.

Peguei lá o buquê que tinha comprado mais cedo, quando entrei na parte do restaurante vi que todos da mesa me olhavam, menos a dona do buquê.

Bianca tinha um olhar surpreso porém meio que constrangido, e eu já imaginava o porque… Joana parecia está feliz, na verdade estava quase levantando da cadeira e eu até mesmo me xinguei por ter esquecido de também comprar uma rosa pra ela, sei lá... e a dona do meu buquê continuava olhando pro próprio prato enquanto catava as batatinha frita do prato da minha mãe.

— Que lindas papai. — Maya falou assim que virou pra mim e me viu do lado da cadeira infantil que ela estava.

— Papai comprou pra você.

Vi a Joana suspirar e a Bia sorrir olhando que reações teria a pequena, acho que meio que buguei as duas.

— Pra mim? Eu não sou nem do tamanho da mamãe pra receber flores. — Maya falou empolgadas enquanto eu entregava a ela o buquê.

— Que lindo filho. — Minha mãe passou a mão no meu braço.

— Mas já é uma princesa, minha pequena. — Meu pai falou pra Maya.

Ela tinha os olhos brilhando, vi quando a Maya mordeu o lábios parecendo prender um choro e olhar pra Bianca.

— Pode chorar meu amor, pode chorar. — Bia falou passando a mão nos cabelos dela que realmente chorou, ela estava emocionada.

— É linda demais. — Dhio falou rindo enquanto tentava gravar.

— Obrigado dengo, é lindo o buquê. — Ela ainda segurava o choro.

— De nada dengo, é só mais um pedido de desculpa do papai por ontem, tá bom? — Falei beijando o rosto dela que se agarrou ao meu pescoço.

— Eu te amo, papai.

— Também te amo amor, bem grandão. — pisquei para a mesma e ela tirou uma rosa do buquê e deu na mão da mãe dela.  Que tentou recusar.

— É presente, mãe. Pega.

— Seu pai te deu no maior carinho, Maya. Não pode fazer isso.

— Pode pegar, não tem problema não, né papai? Pode ser uma de presente pra mamãe, não pode?

— Tudo que você quiser. — respondi e desviei o olhar quando percebi que o clima iria mudar se eu persistisse.
Maya foi pegando uma rosa para cada mulher da mesa, sem se esquecer do madrinho que gargalhou.

— Amor, o dindo é menino!

— Né não, você nem gosta de menina. Pega, já fica pra você casar. — ela deu a flor de volta pra ele e nós caímos na risada.

Quando chegou do lado da Joana ela pegou algumas folhas que estavam já soltando no embrulho do buquê e deixou no colo da minha namorada.

— Maya! Ei!

— Eu vou acabar com minhas flores, não, tá!?

— Então pega a de todo mundo de volta, ou, você dá igual, ou ninguém fica. — Bianca repreendeu e eu fiquei calado. Não ia me meter nisso nem fudendo.

Maya bufou, pegou as folhas de volta e deu uma rosa na mão da Joana. Mesmo contra vontade.

Ainda restava pelo menos umas trinta rosas no buquê, ela pediu ao "madrinho" para ajudar. Os dois, junto da Dhiovanna foram rapidinho no quarto onde eu estava hospedado guardar as flores e ela queria que ajudassem ela na maquiagem.

Cara, porque essa menina quer crescer tão rápido?

— A cachorrinha... cadê?

— Tá numa espécie de canil que eles tem aqui no hotel,  tem uma parada acústica também. Tá ligada? Pra não se assustarem com os fogos.

— Ah, depois quero conhecer. — Bianca sorriu e eu assenti, voltando para o meu lugar.

Mais cedo, ela já tinha me ligado assim que parei de responder ela no Instagram. Me deu maior sermão, mas eu dei uma tranquilizada quando disse que a responsabilidade seria minha.

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