trigésimo sétimo capítulo

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BIANCA
— Bia, ela está tossindo muito. — Leila me falou assim que eu entrei em casa.

Suspirei cansada, tinha acabado de deixar o Theo no aeroporto.

— Teve febre?  — Me joguei no sofá.

— Não, mas está começando a esquentar. — Leila tinha o termômetro na mão.

— Eu vou levar ela no hospital logo, lá ela toma uns remédios que sempre tem resultado rápido. — Falei levantando do sofá como seu tivesse todo o peso do mundo nas minhas costas.

Fui até o quarto da Maya pra pegar os documentos dela, nesse curto tempo a Lindalva me ligou, expliquei tudo que estava acontecendo, inclusive a minha gripe e ela iria passar aqui pra irmos juntas pra clínica.

Em poucos minutos ela chegou, como eu ainda não tinha trocado a Maya informei que ela entrasse.

— Eu só fico com medo, a Maya ficou muito ruim quando descobrimos a bronquiolite aquela vez... E começa assim, num resfriadinho, aí piora e eu não quero passar tudo aquilo de novo. — eu respirei fundo enquanto ela entrou na sala,  Maya estava dormindo bom sofá com a chupeta na boca e respirava com uma certa dificuldade.

— Vamos levar ela então e assim você fica mais calma. — A Lindalva me confortou e eu espirrei bem quando iria responder ela.

— Até a minha imunidade caiu, é muito difícil ser mãe e empresária junto. Uma hora o corpo acaba caindo. — Eu limpei meu rosto num lenço.

— Você precisa descansar, Bianca. Não dá pra você ter mil utilidades no dia e ainda mais doente. Vamos levar ela. E você vai lá pra casa, aqui você tá sozinha. Seus amigos ainda estão fora e o Gabriel também.

Troquei a Maya rapidinho, ela estava de pijama quando eu cheguei. Fui junto com Lindalva no hospital, o atendimento lá foi rápido.

Maya foi medicada e uma receita de outros medicamentos foi entregue, passamos rápido no driver da farmácia e eu comprei os medicamentos.

— Você fica aqui com a gente, Theo viajou, Ana viajou você vai pra casa pra que? Sua mãe tá longe, você pode ficar lá em casa garota, ainda somos sua família. — Ela insistia.

— Eu só preciso passar em casa antes e pegar algumas coisas. — eu acabei me rendendo, tava cansada e além da Maya tá doente, minha gripe estava me derrotando com todas as forças.

Depois de passarmos em casa e eu ter feito uma bolsa pequena com algumas coisas, fomos para o condomínio do Gabriel.

No dia seguinte
GABRIEL
Estava cansado, estressado e completamente puto. Puto mesmo. Tínhamos perdido por uma virada ridícula nos últimos minutos. Não era um jogo tão importante já que o Brasileirão já estava na mão do Palmeiras, mas e o foda se? Qualquer jogo pra mim é jogo sim e eu vou sempre me estressar, ganhando ou perdendo. É uma coisa minha já, saio já de campo não querendo falar e nem vê ninguém.

Entrei em casa, indo direto para o meu quarto e me assustei quando vi a Maya sentada na minha cama, toda cheia de roupa e meias, tomando chocolate quente e assistindo Barbie.

— Dengo! — ela me chamou sorrindo e eu larguei a bolsa de lado, tirei meu tênis e ela deixou a caneca na cômoda antes de se jogar no meu colo. — Eu posso dormir aqui com você, papai?

— Claro que pode amor. Porque você tá quentinha? Tá dodói?

— Aham... — ela resmungou e eu beijei seu rosto, botei ela de volta na cama e logo a porta abriu, a Bianca entrou usando também um moletom e pantufas.

— Não tô entendendo nada. — eu ri e me aproximei dela, beijando seu rosto e senti a minha boca esquentando rápido. — Você tá mal também?

— Ela tá com a bronquite atacada e eu acabei gripando, viemos pra cá ontem. — ela explicou enquanto se aproximava da cama e deu um remédio para a Maya, que adorou porque segundo ela tinha gosto de chiclete. — Como foi o jogo?

— Perdemos. — engoli a seco e ela só assentiu. — Vocês já foram no médico?

— Fomos ontem, Gabi. Sua mãe me arrastou pra cá. Amor, vamos para o quarto com a mamãe?

— Meu pai me deixou aqui. — Maya explicou sem dar atenção para a mãe e eu ri.

— Pode dormir comigo também. — convidei e ela arqueeou as sobrancelhas e depois olhou para a Maya. — Que? Só pra mim cuidar de vocês, amor.


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