quadragésimo oitavo capítulo

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BIANCA | 25 de dezembro de 2025

Naquela madrugada eu ainda demorei muito para dormir e quando consegui, foi só um cochilo pois logo o celular despertou e eu precisava organizar as coisas para ir para o aeroporto e embarcar junto da Maya e a família Barbosa. Não sabia se Gabriel iria com a gente no jatinho que eu fretei, mas se quisesse, poderia. Mesmo que a namorada fosse junto. E acabamos indo mesmo, ele não disse nada quando levantou, nem me olhou em instante nenhum e desde aquele dia, foi como se aquela confissão dele não tivesse existido.

— Mãe, vou lá rápido no Gabriel levar a Maya, ele disse que alguns familiares dele está lá e trouxeram presente. — Eu comentei com minha mãe, despertando de uma vez do que tomava minha mente. —  O Theo também vai comigo vai comigo...

— Não demorem muito, tô ajeitando alguma coisa almoço.

— Acho que a Linda nós segura lá pra comer, mãe. Mas pode ficar a vontade se quiser sair também.

— Acho que vou mesmo. — ela sorriu e logo Maya apareceu na sala.

— Mamãe, eu queria todo mundo junto, não queria ficar lá e você aqui. — Ela falou fazendo bico e eu  dei uma bitoca.

— Vida, papai tem a família dele e a mamãe a dela. — Eu tentava explicar enquanto íamos indo pro carro.

— E a Maya tem a dela que é todo mundo junto. — Ela falou como fosse óbvio.

— Hmmmm, explica isso agora. — Theo falou rindo.

Ajeitei ela no carro colocando o cinto e entregando a ela a boneca que o padrinho tinha entregado há pouco.

— Dindo, eu amei esse neném. — Ela falou se abraçando a boneca.

— E eu amo você, sabia? — Ele falou rindo e cheirando o pescoço dela.

Maya era amor onde ela passava, claro que como qualquer criança tinha seus momentos de birras, choros sem motivos e respostas na ponta da língua.

— E eu te amo do tamanho daquela bandeirona que vimos do arco íris. — Ela abriu os braços.

Eu e o Theo tínhamos levado a Maya na última Parada do Orgulho LGBTQ+ que tinha ocorrido, e ela ficou encantada com o tamanho da bandeira que levou quase um quarteirão.

— Então é bem grandão né? — Ele falou rindo.

— É sim “madrinho”. — Ela falou levando a gente a gargalhar.

Cheguei na casa do Gabi, estava cheia, cheguei e atenção foi voltada a mim, conhecia todos ali e tinha um carinho imenso por todos.

Fiz questão de descer do carro e ir cumprimentando um por um.

— Bianca, vem aqui comer, diz aquele salpicão que você ama. — Lindalva me chamou. — Vem Theo...

— Eu já comi feito um leitão de ontem pra hoje, mas quero. — Ele falou passando minha frente e indo.

Vi o Gabi descendo as escadas com a Joana, cheio de carinho. Eu já saber que rolava mesmo o namoro deles, não era algo que me incomodava tanto, e é até mesmo melhor, ele iria focar um pouco nesse relacionamento e me deixar mais a vontade de pra viver também.

— Am... Bia. — Eu percebi o que ele iria falar e ri de lado.

— Feliz Natal, Gabriel.  — Falei indo até ele e abraçando. — Maya tá lá fora já abrindo presente.

— Ah, vou pegar o dela que eu comprei lá encima. — Joana falou e eu cumprimentei ela apenas balançando a cabeça.

— Lembrei de você com o salpicão que minha mãe fez.

— Ela também lembrou de mim, já me chamou pra comer. — Falei rindo. — O Theo que tá lá, atacando.

— E sua família? Vieram né? Vi nos seus storys.

— Veio, vim só deixar a Maya e vou voltar. Não quero demorar muito... — expliquei sem deixar transparecer que eu tava um pouco agoniada ali.

Vi a Joana descer com um embrulho em mãos, chamei pela Maya que veio correndo, mas antes cumprimentou o pai.

— Dengo, você tá lindona de vermelho. — Ouvi ele falando pra ela fazendo poses.

— Ela é tão você. Queria eu ter a autoestima da Maya. — Falei rindo.

— Maya, olha o presente que comprei pra você. — Joana chamou atenção dela e eu vi a Maya receber o embrulho, agradecer e sentar no sofá pra abrir.

Se tratava de um brinquedo educativo, eu amava da isso de presente a Maya, mesmo ela não gostando, mas esse que a Joana comprou parecia bem mais infantil do que precisava. O brinquedo tinha as vogais, era pra Maya encaixar nas letras que correspondia.

— Ah, legal. — Maya falou sem nenhuma empolgação, jogando o brinquedo pro lado dela que estava no sofá.

— Já que você vai dormir aqui, mais tarde ou amanhã pela manhã nós brincamos. — Ela falou com a Maya e eu observava.

— Eu não quero vê letras tia, tô de férias.

Ela falou debochando, eu controlei o riso, porém o Gabriel gargalhou.

— Mas é sempre bom ficar se exercitando. — Joana falou olhando pra Maya que revirou os olhos.

— Maya...

Eu repreendi ela, Joana saiu e pareceu está bem chateada.

— Maya, não gostei do que você fez. — Falei firme com ela que estava bicuda. — Tira esse bico da boca mocinha, foi feio, presente a gente agradece, as pessoas dão pra te fazer feliz.

— Não gostei, não pedi e não me fez feliz. — Ela pontuou tudo e eu estava espantada com a forma dela falar.

— MAYA! — Falei seria e abaixando na frente dela. — Não responde mais assim, entendeu?

Eu falava com ela que tinha os braços cruzados e meio que revirava os olhos.

— Eu tô falando pra você não fazer. — Falei firme mais uma fez e ela me encarou, sabendo que eu estava falando muito sério.

— Dengo? — Ela falou chorosa olhando pro Gabriel.

— Não, não tira ela dai Gabriel, ela vai ficar aqui sentada pensando no que ela fez.

— Vem Bia, comer… — Linda apareceu do meu lado. — O que houve?

A Maya chorava baixinho, e lutava contra esse choro, ela odiava chorar na frente da gente quando a gente brigava com ela. A tromba era imensa, os olhos vermelhinhos brilhavam devido a estarem cheios de lágrimas.

— Me respondeu. — Falei olhando a Linda.

— Hm, tá com uma língua bem afiadinha mesmo, me dá casa resposta… mas eu sei a quem ela puxou. — Linda falou encarando o Gabriel que estava puticimo por eu está repreendendo a Maya.

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CHEGA O FINAL DA FANFIC, MAS NAO CHEGA 21h45. chega logo pelo amor de Deuuuuuuuuuuus

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