JOANA
Gabriel estava agitado, mesmo depois de explicar que a Maya não quis vir com a gente. Eu vi ele ainda tentando ligar pra Bianca e ficou estressado quando a ligação foi recusada. Ele estava tenso.— Você tem certeza que não foi nada demais, amor?
— Tenho.
Curto e grosso. Ou seja, não queria que eu me metesse no assunto. Respirei fundo e comuniquei que iria ao banheiro. Levantei levando minha bolsa, assim que entrei no banheiro fui lavar minhas mãos e o rosto, estava um calor do caralho. Uma loira entrou ali e eu a vi trancar a porta.
— Oi, bom dia! Não precisa trancar, as cabines tem tranca por dentro. — Chamei sua atenção e ela riu.
— Não vou usar a cabine, quero falar com você. Eu vi que você tem uma relação com o jogador e tenho algumas coisas que podem ser do seu interesse.
Meu coração disparou, a boca secou e eu quis sair correndo. Será que ele fez o mesmo que fez com a Bianca? E mesmo que fosse, eu não quero descobrir isso. Não sei o que iria fazer sem ele.
— Não estou entenden...do. — Gaguejei e ela se aproximou mais. — Quem é você?
— Sou só quem vai te ajudar o suficiente pra se livrar de uma vez da Boca Rosa e a menina. — ela me estendeu um cartão de visitas e eu encarei o endereço escrito nele. — Me encontra nesse lugar, daqui dois dias.
— Isso fica no Rio? — perguntei quase já afirmando já que tinha um pouco de noção que aquele endereço não era daqui da Bahia. — Eu saio da cidade amanhã.
— Me encontre lá, eu vou te contar tudo o que você precisa saber... Inclusive, o que aconteceu na última madrugada. — ela sorriu e eu fiquei sem reação nenhum. Sem nem mesmo me dizer o nome, ela saiu dali e eu fiquei encarando o cartão na minha mão.
mais tarde...
BIANCA
— Conseguiu o helicóptero? — perguntei ao Theo enquanto eu ainda estava agitada guardando as coisas de qualquer forma nas malas, já estávamos no hotel onde nós hospedamos antes.Aqui talvez eu não encontraria com a Lívia, mas não queria arriscar. Se ela me achou no hotel que o Gabriel estava com a família, poderia sim ter me seguido e só está esperando por um mínimo de vacilo da minha parte e eu não pretendia contar com a sorte dela já ter ido embora.
— Chega em quinze minutos. Foi o mais rápido que consegui.
— Não... não tem problema. É o tempo de terminamos tudo e ir embora de uma vez.
— Vou perguntar a Dhio...
— Não! Não quero que fale com ninguém, só vamos embora e pronto!
Eu tomei o celular da mão dele e voltei a fazer minhas coisas, nessa confusão toda, Maya tinha pego no sono e foi até melhor assim. Facilitou muito quando o helicóptero chegou e pegamos para voltar para o Rio de Janeiro, lá eu estaria mais segura e tentaria pensar nas coisas com calma.
JOANA
Gabriel tinha caído no mar para um mergulho e eu não quis acompanhar, estava ainda com a cabeça cheia de tudo o que aquela mulher me falou.Não joguei o cartão fora. Guardei no fundo da bolsa e ele ficaria lá até eu me decidir. Ainda não sabia se iria mesmo encontrar com ela, mas a minha curiosidade gritava cada vez mais alto.
— Jô, vem aqui. Tá fresquinha.
— Não quero, Gabi. Tô com um pouco de dor de cabeça. — ele assentiu e voltou a nadar.
Depois de alguns minutos voltou para o iate e sentou do meu lado, eu estava em uma das pontas, sentada e olhando a vista a nossa volta.
— Que horas você chegou? — perguntei, não aguentava mais ficar com aquela fronta da mulher na minha mente.
— Ah, acho que era umas seis. — estalou os dedos das mãos, me olhou de relance e desviou.
— Eu bati no seu quarto pela manhã, você não estava lá? Não dormiu lá?
— Dormir amor. Não devo ter escutado, só isso. Porquê isso tudo agora?
— Não é nada. — respondi e beijei seu rosto, não queria deixar ele perceber a minha desconfiança... eu sei o quanto ele odeia isso.
O dia terminou na mais perfeita harmonia, pra mim. Sem ter que dividir a atenção do Gabriel com a Bianca. Aliás, ele ficou bem puto quando voltamos e ele descobriu que ela já tinha ido embora e arrastado a menina junto. Estou com várias teorias na cabeça, o que despertava cada vez mais a vontade de ir encontrar aquela mulher do banheiro.
[…]
Já estamos no Rio, chegamos a mais ou menos meia hora. Fui até o quarto do Gabi e encontrei ele se arrumando. Não dividimos o mesmo quarto, desde que começamos o Gabi me pediu isso, disse que podíamos vez ou outra dormimos juntos, mas não todos os dias enquanto a nossa relação não for madura o suficiente, não gosto disso, mas era a única alternativa que eu tinha.
— Vai pra onde? — Perguntei e ele virou rápido.
— Na casa da Bi… na casa da Maya. — Ele falou se consertando e eu suspirei.
— Posso ir junto? — Perguntei sentando na beirada da cama.
— Não, melhor não. — Ele falou de imediato e eu suspirei.
Deixei ele ali e fui para o meu quarto, precisava ainda desfazer minhas malas. Guardei tudo da mala maior e fui tirar as coisas da minha bolsa e acabei me deparando com o cartão de visitas. Encarei aquele endereço e o número se telefone que estava bem embaixo.
— Alô?
— Sou eu. Joana. Pode me encontrar agora? É o único tempo que vou ter.
— Ah, claro! Estava esperando que você me ligasse. Já estou no Rio também.
— Temos que ser rápidas, não posso demorar.
— Então querida, arrume uma desculpa bem feita. Você não vai sair daqui tão rápido! — ela ordenou e desligou.
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Labirinto | GB10
Fanfictionporque ela realmente sabe que por mais que pareça que você esteja se divertindo, ou se encontrando por aí, ela sabe que você está mais perdido que qualquer outra pessoa ao seu redor. • todos os direitos reservados. • história original • não autoriz...