Labirinto | GB10

trigésimo segundo capítulo

Flashback — novembro | 2023
BIANCA

Estava na festa do time, éramos hexa campeões da libertadores. Bruno Henrique quem tinha organizado toda a festa e ocorria na área externa da casa dele.

Toda a delegação do flamengo estava aqui, os jogadores, Braz, Ladim, Dorival, auxiliares... enfim, funcionários de todos os ramos dentro do Ninho do Urubu e um pouco de cada família.

Gabriel estava em êxtase, o que ele não tinha feito na final da libertadores passada —— que só marcou um dos gols da nossa vitória de 3 a 1 em cima do Atlético Paranaense —, ele tinha concluído nessa e novamente se repetiu o feito de 2019, mas a diferença era pouca, ele tinha feito três gols nos últimos cinco minutos de jogo.

Eu mal tava comemorando um e já tinha outro pra continuar gritando e cantando com a torcida. O jogo estava em 1 a 1 —— contra o Palmeiras e era a nossa chance de revanche ——,  e ele decidiu três gols no últimos cinco minutos e ainda teve tempo para que o Pedro Guilherme deixasse o dele. Foi uma loucura viver tudo isso há dois dias atrás.

Maya foi ao jogo e eu lembro exatamente dela gritando que o papai era o maior. Depois de lá, ela pediu para ficar uns dias com os avós em Santos, mesmo que ela esteja maiorzinha, eu ainda sinto uma dó danada em me separar dela. Mas deixamos ir e Gabriel disse que iria buscar ela hoje á noite.

Mas do jeito que eu tô vendo esse homem aqui, ele não terá condições de buscar ela nem amanhã, quem dirá hoje.

Com isso já avisei a tia Linda que não se preocupasse com ele, ou com a busca da Maya. Que no meio da semana eu daria um jeitinho e iria buscar a minha pequena. Ela se dava tranquilamente bem com os avós e era completamente apaixonada na madrinha.

— O que você quer beber? — Gabriel parou do meu lado, a blusa do Flamengo que ele usou em 2019 estava estirada em seu ombro direito e ele tinha um canecão de cerveja na mão. Os olhos estavam bem menores e a boca toda rosada, chamava ainda mais atenção.

— Eu já tô tomando cerveja com as meninas, Gabriel. — respondi mostrando a ele o meu copo e ele assentiu, foi chamado pelo João Gomes e eu me virei para a mesa que estava com Marília e Letícia.

— Bianca, que mel é esse? O Gabriel não sai de cima... — Marília ria e a Letícia afirmou.

É, aquela não era a primeira vez nessa festa que ele me rodeava.

— Ele só tá um pouco bêbado, tá eufórico... vou deixar passar, me deu meu hexa da libertadores. Tá podendo encher meu saco.

— Ela fala assim, mas tava bem mesmo babando nele. — Letícia comentou cutucando a amiga e eu acabei rindo, não tinha como desmentir.

— Para de graça, tá? Se fosse teu marido ainda no meio dos meninos, você ia gostar! — apontei e ela gargalhou assentindo mais logo virou o jogo contra mim.

— Então você ainda considera o Gabriel seu marido? — ela tinha os braços cruzados e eu quase me engasguei com a golada que dei na cerveja.

— Olha, que engraçado... porque não me conta como tá o Diego trabalhando no ninho? — quis correr do assunto e as duas gargalharam.

— Deixa amiga, deixa. Nós vamos saber amanhã aonde esse hexa de liberta, vai parar. — Marília falou e eu dei de ombros.

— Ó, vocês parem com isso! — apontei para as duas e tomei da minha cerveja.

Por volta das nove da noite, eu já estava cansada. As meninas já tinham ido embora por causa das crianças e eu estava me desviando do Braz que tava já querendo me segurar em uma conversa de novo.