sexagésimo terceiro capítulo

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JOANA
Não era de hoje que esse meu sentimento existia pelo Gabriel. Já conhecia ele e sua família antes mesmo dele ser um jogador profissional e com tanto dinheiro.

Minha mãe e a tia Linda sempre foram grande amigas, éramos vizinhos em Santos e quando não estávamos reunidos mais assim, sempre chegava lá em casa convites para os aniversários, festas da família, finais de anos.

Há oito meses quando eu precisei sair de Santos para estudar aqui no Rio, a primeira pessoa que eu pensei em pedir ajuda por um tempo para me estabilizar foi a família Barbosa.

E assim eu ainda ficaria mais perto do meu crush desde os meus doze anos. Temos quatro anos de diferença e talvez fosse até por esse detalhe que nunca o fez olhar pra mim.  E quando eu completei a maior idade, Gabriel já estava casado.

Apaixonado completamente pela Bianca, aquilo me doeu como se fossem facadas nas minhas costas. Ele não me devia nada, nunca nem mesmo tínhamos trocado algum beijo antes disso, mas eu me senti mal. Muito mesmo.

Esperei, esperei por anos e quando tive a oportunidade não pensei duas vezes em vir. Ficar, estudar por aqui e aos poucos tomar espaço.

Mas ela sempre tava ali, em volta, rodeando, indo e voltando, os dois ficaram várias vezes antes dele me assumir. Pois sim, já estávamos ficando antes do namoro cair na real pra todo mundo.

E pelo visto, nada daquilo terminou depois que nós dois passamos a ser namorados.

A quem eu quero enganar? Ele é completamente rendido nela, mesmo que ele tenha sido um pouco errado antes, eu não era cega e muito menos tonta pra não vê a forma que ele ficava quando olhava pra ela.

A íris dos olhos, dilatavam, ele ficava sem respirar por alguns segundos, ficava sem jeito e as vezes até mesmo boquiaberto.

Gabriel já chamou por Bianca dormindo diversas vezes, quando dormimos juntos. Uma vez foi em meio a uma transa nossa, ele trocou os nomes, se assustou, reverteu a situação e eu fingi que não tinha ouvido nada, mas no fundo me destruiu.

Mas eu não iria desistir. Não desisti nem mesmo contastando o tanto que ele ainda ama ela, não iria desistir agora que a oportunidade estava na minha mão. Mesmo que isso ainda fizesse minha cabeça rodar.

— Fazemos assim, Joana. Você pode levar essa pasta com você... E eu te dou até amanhã á noite pra receber uma resposta.

— Eu não sei o que pensar, o que fazer!

— É complicado, mas você poderia pesar o teu sentimento e o tanto que você tá disposta a lutar por ele. Pode levar, mas, nem pense que se negar, é só dar fim nisso e a história acaba... — ela sorriu cínica e guardava tudo na pasta e me entregou. — Eu tenho diversas cópias.

Eu assenti anestesiada, peguei a pasta e levantei pegando minha bolsa e saindo daquele apartamento. Cheguei no hall do hotel, soluçando de tanto chorar. Era uma confusão que não teria fim nem se eu me negasse a participar de tudo isso.

Precisei parar em um quiosque, tomar uma água e me acalmar antes de voltar pra nossa casa.

— Oi, amor. — Gabriel me cumprimentou assim que eu entrei, ele estava descendo as escadas, beijou minha cabeça e eu sorri sem me dá o trabalho de mostrar os dentes pra isso. — Onde você foi?

— Fui ver uma amiga, vou deitar, tá? Tô cansada da viagem e minha cabeça está doendo. — ele não falou nada, só assentiu e seguiu indo para a cozinha.

Subi até o meu quarto, tranquei a porta e voltei a olhar tudo na pasta.

— Aonde que eu fui me enfiar... Isso tudo vai mesmo valer a pena? — eu resmungava baixinho enquanto olhava tudo com cuidado.

2/3

O outro capítulo já está prontíssimo so esperando vocês baterem a meta de 50 comentários. Prometo que assim que bater, postaremos.

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