décimo quarto capítulo

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maio de 2021. tricampeões do carioca
BIANCA

Uma taça a mais na lista de todos os campeonatos que já conquistamos, meu peito rubro negro bateu forte demais naquele Maracanã, ontem. Foi coisa de louco. Hoje teríamos uma festa dentro do ninho, apenas para todos os trabalhadores do clube, jogadores, família e alguns convidados.

Nas últimas três semanas, minha vida tem sido uma correria enorme, a marca Boca Rosa vem só subindo e ganhando cada dia mais e mais espaço no mercado. Eu fico nessa loucura em me dividir entre o CT e a minha empresa, minha marca e com isso mal tenho visto Gabriel naquele lugar, por mais que trabalhemos há poucos metros de distância. Não temos nos batidos por ali, ou eu chego muito cedo e saio antes do treino do time ou chego tarde. E também tem as vezes que eles treinam apenas na academia e aí mesmo que eu não vejo ninguém.... nem ele.

Suspirei fundo quando me levantei depois de calçar meus saltos e abri o closet para pegar a caixa de jóias, eu não estava usando nenhum acessório e queria ao menos um colar que combinasse com o meu vestido cor marsala de frente única. Revirei a caixinha e achei um colar de pedra única, arrumei a corrente dele, coloquei e fui ver no espelho como eu estava. Foi parar ali pra me lembrar de quando exatamente ganhei aquele colar.

Flashback on meses antes, LIMA – PERU.
Estava em frente ao espelho do closet, terminando de me arrumar quando Gabriel apareceu vestido só de calça, tênis e uma blusa jogada no ombro. Ele não conseguia parar quieto. Estava ainda na adrenalina do jogo, havíamos ganho e por um problema no vôo, ainda teríamos algumas horas por aqui antes de embarcar.

— Bi, achei um negócio foda lá na lojinha que tem de frente para o hotel.

— Você saiu e volta sem blusa?

— Eu fiquei com calor. — explicou e jogou a blusa em cima de um dos puff. — Você tava demorando muito, aí eu fui dar uma volta.

Eu assenti e terminei de passar meu gloss, ele parou atrás de mim, passando só um dos braços no meu quadril, cheirou meu pescoço e botou a outra mão na minha frente segurando uma bolsinha pequena da joalheria que tem na frente do hotel.

— Pra você! — beijou meu rosto, pescoço, o ombro e eu peguei a bolsa e antes de abrir segurei ele para selar sua boca.

Amei, amor. — dei um gritinho assim que vi o colar brilhando na caixinha e ele pegou dali, colocou no meu pescoço me abraçou e ficamos vendo o reflexo no espelho.

Tá linda demais, amor.

Flashback of

— Que porra! — Sacudi minha cabeça como quem quer tirar os pensamentos de dentro, sai da frente do espelho, peguei minha bolsa no quarto e sai de casa.

Horas mais tarde — NINHO DO URUBU.

— Caralho, me deixa em paz porra! Vai lá curtir a festa e me deixa beber aqui.

—  Pô...amor...

— Gabriel, cala a boca. Me esquece cara, vai ficar me seguindo a festa toda? Tomar no cu pô.

Ele só fez dar risada, cruzando as sobrancelhas grossas e deixando escrito na cara dele que ele estava debochando do que eu falava e tentava fazer ele se distanciar de mim.

— Tu vai embora como, Bianca? Já bebeu pra caralho.

— Não pretendo ir embora nem tão cedo e ser for, vou de táxi, de Uber, a pé, correndo...  De qualquer jeito, menos com você. — eu falei rápido e golei de uma vez a metade restante da capivocka que tinha na taça que eu segurava, virando a cabeça toda para trás e quando voltei com ela, me senti um pouco tonta, chegando a cambalear, Gabriel prendeu um dos braços no meu quadril e eu revirei os olhos. — Pode soltar?

Labirinto | GB10Onde histórias criam vida. Descubra agora