BIANCA
Já tínhamos terminado o jantar e só estava a Dhio, Theo e Maya sentados comendo sobremesa. Eu aproveitei a distração de todos e fui para perto da Joana que estava em um canto mexendo no celular.— Oi...
Ela me olhou confusa e eu respirei fundo, não tinha mas como ficar adiando essa conversa e sinceramente? Só quero ficar com a consciência mais tranquila em relação a ela ou a qualquer coisa, claro que mantendo um pezinho pra trás, como de costume.
— Bom Joana, queria te pedir desculpa pelo comportamento da Maya, pelo comportamento do Theo e até mesmo pelo meu comportamento lá no início. — Falei suspirando. — No momento em que a Maya nasceu, eu jurei pra mim mesma que teria maturidade pra levar a minha relação com o Gabriel sem muitas desavenças, por tudo que eu passei com o Gabriel, que eu acredito que você saiba, eu não era nem mesmo pra olhar pra cara dele ….
— Realmente isso soa estranho. — Ela me interrompeu.
— Sim, mas tô pouco me fodendo pra o que as pessoas pensam, mas eu optei por isso pra manter a minha filha em meio a uma família comprometida com o bem estar dela.
— Sim sim, percebo que você realmente busca isso. — Ela me interrompeu mais uma vez.
— Pois bem, agora tem você, e eu preciso de fato ter a maturidade de lidar com você também. — Suspirei. — Queria te pedir desculpa pelas vezes que te diminuí te chamando de babá da Maya, não que ser baba é algo ruim, porém você não está exercendo esse cargo, você está sendo a namorada do pai dela, agora.
— Tudo bem Bianca. — Ela parecia está espantada com esse diálogo, até eu mesma estava.
— Nunca seremos amigas, nunca seremos as pessoas que vão sentar em uma mesa e falar sobre as nossas vidas, porém eu preciso ter uma relação legal contigo, porque a minha filha estará transitando no nosso meio.
— Com certeza.
— Mas aproveitando essa conversa, não sei qual seria o problema da Maya contigo, não sei o que alimenta ela a isso, pode ser o ciúmes ao pai ou pode até mesmo ser o fato de que você quer controlar ela.
Ela parecia desconfortável.
— Então até mesmo pra mantermos uma relação amigável eu queria te pedir pra você não querer controlar a Maya, não chamar atenção dela, deixa que isso seja feito por um de nós, ok?
— Sim, ok. Quando eu falo não é pro mal … — Ela tentou argumentar, e eu só assenti, cortando sua fala em seguida.
— Falo até mesmo pela sua relação com ela, é nítido que ela não te suporta, então se você continuar com as atitudes de querer controlar ela, vai ser pior. — Eu tentava ser paciência. — Sabe o gênio do pai dela? O dela é duas vezes pior.
— O que tem eu? — Gabriel apareceu, passando o braço pelo quadril da Joana e eu sorri sem mostrar os dentes.
— Nada demais, fofoqueiro.
— Só estavamos conversando, meu bem. — a Joana respondeu a ele e beijou seu rosto, fazendo um carinho na barba. Eu desviei o olhar e me distanciei deles.
Logo já estávamos todos a beira do mar, faltava menos de quinze minutos para a virada e eu já estava mais sozinha, fazendo meu ritual que era sempre uma oração que contava em agradecer pelo ano que vou deixar para trás, as experiências, alegrias, conquistas, tristezas também pois é o que me deixa sempre maior e mais forte. Estava já agradecendo pelo ano seguinte e pedindo direcionamento para tudo na minha vida, sabedoria para cuidar da minha filha, da minha empresa, do meu coração e de todos os que eu amo.
Faltando cinco minutos, liguei para minha mãe e falei rapidinho com ela que ainda conseguiu falar um pouco com a Maya, que estava mais na minha frente, brincando na areia.
— Maya, vem mais pra cá... já vamos começar a contar! — chamei e ela deixou o espaço que estava, bateu as mãos na roupa tirando o excesso de areia e veio correndo, se jogando no meu colo e ficamos sentadas ali. Ela no meio das minhas pernas e estavamos olhando o mar. — O que você quer para 2026, meu amor?
— Quero aprender andar de patins. Quero meu pai na camisa amarela e quero nos duas bem felizes e juntas. Todos nós. Todo mundo juntinho assim. — em agarrou pelo pescoço e logo escutamos uns estouros de fogos.
— Feliz ano novo, minha princesa linda. Te amo, muito, muito, muito.
Beijei seu rosto várias vezes e ela gargalhava tentando me parar. Gabriel apareceu ali em instantes e a Maya pulou do meu colo para o dele, que com o estava agachado do nosso lado, acabou caindo na areia junto da filha.
— Feliz 2026, meu amor. Te amo muito, você sabe.
— Uhum e eu amo vocês dois. — ela gargalhou quando eu a fiz cócegas.
Aquele momento deve durou poucos minutos, mas ao tempo em que eu fazia memorização aquela cena foi passando em câmera lenta, como se, se arrastasse por horas.
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Labirinto | GB10
Fanfictionporque ela realmente sabe que por mais que pareça que você esteja se divertindo, ou se encontrando por aí, ela sabe que você está mais perdido que qualquer outra pessoa ao seu redor. • todos os direitos reservados. • história original • não autoriz...