nono capítulo

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— Mas que porra é essa? — eu rosnei tomando de volta o celular na mão. Sentia todos os meus músculos começando a tremerem a ponto de que fosse perceptível pra quem estava de fora e foi isso que aconteceu.

— O que houve? — Meu pai se aproximou preocupado e eu estava respirando forte, dei o celular na mão dele e coloquei a cabeça entre as mãos, esfregando tudo como se fosse tirar toda minha tensão num raspar de unhas bruto o suficiente para fazer meu couro arder. — Meu filho...

Ele esticou o celular de volta pra mim e eu só peguei o celular e taquei longe, vendo ele se destroçar todo em vários pedaços.

Minha mãe já estava ali na sala, tinha descido há pouco pra chamar meu pai e e olhava a cena sem entender nada, ouvi meu pai murmurando algo com ela. Explicando o que acontecia e ela levou a mão na boca, por susto e me olhou com os olhos brilhando em desgosto, pena e decepção.

— Caralho, ela não tinha o direito de fazer isso comigo. Não tinha! — esfreguei meu rosto de novo e minha mãe agora de braços cruzados, me encarava.

— Não tinha?

Tomei um ar de volta para dentro de mim, tentando regular o descompasso da minha respiração, levantei catando minhas coisas e a chave do carro e de casa. Saindo dali sem parar pra ouvir mais nenhum sermão.

minutos mais tarde. — 2h40 da manhã
ROSA.
Estava já recolhida no meu quartinho, já que hoje acabei muito tarde de ajeitar toda a casa e era perigoso voltar. Estava deitada, lendo um livro enquanto esperava o sono vir e comecei a ouvir alguns barulhos. De primeiro momento achei que era só impressão minha, por está tão entretida no livro, mas depois o barulho aumentou e eu fiquei um pouco assustada.

Levantei da cama, liguei a luz do quarto e sai com o celular já discando para dona Lindalva, para que avisar de um possível roubo e pedir que alguém viesse para cá.

— Alô?

— Desculpa te acordar, mas acho que estão assaltando a casa. — falei baixinho entrando na lavanderia e pegando o esfregão de ferro do limpa fácil, pelo menos alguma coisa eu teria pra me defender se precisasse.

— Que? Como assim Rosa?

— Tem alguma coisa acontecendo na sala... uma barulheira. — continuei sussurrando e me assustei quando vi um jarro voando na direção do corredor e se estilhaçando.

— Filha da puta! — ouvi um grito rouco do Gabriel e engoli a seco. Não estava entendendo nada. Outro vidro voou, em uma das paredes. — Fodida, não podia fazer isso comigo!

— Misericórdia! Gabriel tá quebrando tudo! — exclamei para mãe dele que perguntava o que tava acontecendo e informava que já chamaria a policia. — Não precisa, senhora. É o seu Gabriel quebrando tudo.

Eu andei mais pra frente e dei um suspiro triste quando vi vários dos portas retratos quebrados pelo chão, fotos do casamento, do namorinho dos dois, deles em família. Estava tudo quebrado, jarros de flores e até um quadro lindo, enorme que tinha de uma das fotos dos dois de noivos, estava todo rasgado e dependurado, a pouco pra tombar da parede.

— Meu Deus... O que aconteceu aqui, Gabriel?

Ele se virou rápido, se assustando por poucos segundos. Os olhos vermelhos, o rosto molhado e jogou outro porta retrato contra a parede.

— A sua menina, foi ela. Isso aqui é culpa dela, Rosa.

— Meu filho, se acalma. Você não vai resolver as coisas agindo desse jeito.

BIANCA.
Aquela transa com o Bil, ou melhor Acrebiano se resumiu ali, até trocamos contatos, mas nada mais que isso até o momento.

— Você quer que eu vá até lá com você ? — Theo me perguntou e eu neguei.

Labirinto | GB10Onde histórias criam vida. Descubra agora