septuagésimo quinto capítulo

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GABRIEL  alguns dias depois...
— Onde nós vamos? — Bianca perguntou assim que chegou mais próxima do carro e eu estava a medindo dos pés a cabeça, estava de salto, uma calça pantalona, cropeed e uma bolsinha pequena na mão. Não preciso nem citar a maquiagem, né? Mulher linda do caralho.

— É surpresa, confia em mim ou não? — abri a porta do carro pra ela. — Tá linda demais, Bi.

— Vou confiar, você tem conquistado alguns pontos.

— Vou trocar esses pontos com o quê? — perguntei e ela estava parada na porta do carro.

— Depois a gente conversa. — piscou pra mim e eu sorri. Ela entrou, fechei a porta e dei a volta batucando os dedos no capô de tão ansioso. — Não vai contar mesmo onde vamos, Gabi?

— Eu não amor, relaxa aí. — Liguei o carro e dei a partida, onde iríamos não era tão distante assim. Só alguns condomínios mais a frente, no Joá.

Bianca estava curtindo o som que tava no carro e eu dirigi quieto, meio ansioso. Porra, na verdade, ansioso pra caralho. Custei pra conseguir fazer ela sair de casa, já estava planejando tudo isso desde a semana passada quando ela teve alta. Mas eu entendia o momento dela e respeitei, meu papel era esse, depois eu colheria os bons frutos.

Entramos no condomínio depois que eu me identifiquei e a Bianca abaixou o vidro da janela, quando percebeu onde eu estava estacionando.

— Caralho, que linda! — ela estava encantada pela faixada da casa e eu dei risada.

Descemos do carro, alarmei e dei a mão a ela. Guiando ela para dentro da casa. Passamos pelo hall de entrada, pela sala de estar e chegamos ao lado de fora, na área externa onde tinha duas piscinas, churrasqueiras e essas paradas. Eu tinha pedido por uma mesa ali com o nosso jantar.

— Tá muito misterioso. Não sei nem porquê ainda não tô com medo disso.

— Só quero curtir esse momento contigo, conversar sobre as coisas que aconteceram e depois... depois a gente pensa no resto. — pisquei pra ela e puxei a cadeira para ela sentar, ela sentou, coloquei a cadeira um pouco mais pra frente e a Bianca me segurou pelo queixo, me roubando um selinho. — Gostou daqui?

— É, linda. Amei. — ela sorriu e eu fiquei admirando, já sentado na cadeira de frente para a dela. Servi nosso vinho e ela já bebeu um pouco do líquido, sorriu e eu fiquei hipnotizado. — Acho que antes de qualquer coisa, você merece saber toda história... pela minha versão.

— Tem certeza, bebê?

— Tenho. Fica tranquilo, tá? Tá tudo bem... eu não vou surtar e nem nada disso.

— Bianca, não fala assim. Eu só quis saber se você tá confortável pra contar isso, amor.

— Tá tudo bem.

Ela sorriu meio sem graça ainda e começou a contar. Que na época do dos dois últimos anos da faculdade conheceu o Theo e os dois começaram a pegar alguns bicos numa agência de modelos. No último ano, as coisas apertaram, a minha sogra tava desempregada e aquilo dificultou um pouco sua vida no centro de São Paulo, onde ela estudava.

— Daí, surgiu uma proposta. Um cara de uns trinta e poucos, queria uma acompanhante para uma festa e pagaria cinco mil reais, era algumas horinhas só e eu já faria o meu mês de despesas e ainda sobrava.

— Vocês... ficaram?

— Não, ele era gay. Mas tinha medo de se assumir, sabe? Aquele lance da família dele ser muito tradicional e tals.

— Preconceituosos no caso, né, amor?

— É, isso. Daí, depois dele foram surgindo outros caras, outros eventos. Até que um... — Bianca travou, respirou fundo antes de continuar. — Doze mil reais, um evento e uma noite com ele.

Labirinto | GB10Onde histórias criam vida. Descubra agora