BIANCA
Já era mais de duas da manhã e eu nem lembrava quem eu já tinha pegado. Sei que foram três mulheres e dois caras.Depois do que tinha visto, eu não quis mais me importar em nem sequer olhar na mesma direção, não queria deixar que o álcool falasse mais alto na minha corrente sanguínea e ao invés da Jennifer, eu ativasse a minha versão corna com uma dor de cotovelo extrema.
— Amiga, não acha que tá bom não? — Ana Júlia soava preocupada e tomou o telefone da minha mão. — Sem telefone, melhor! Você já postou tanta coisa que tô até com medo da repercussão.
— Essa cronologia até nos meus stores, é um porre de tão chato! Puta que pariu, quem inventou isso?
— Você! — meus dois amigos me acusaram e eu levantei as mãos em rendição.
Aquilo era mesmo ideia minha, coisa relacionada com o marketing da empresa.
— Bianca... — escutei uma voz masculina me chamar e me virei devagar, enquanto tomava um pouco da água, uma garrafinha que eu nem vi quem colocou na minha mão. — Tudo bem?
— Thiago Galhardo...
Eu murmurei e fui atingida pelas lembranças das provocações que ele e o camisa nove ficaram se alfinetando há uns anos atrás.
Até que ele não era de se jogar fora, tava um pouquinho mais forte e um cavanhaque bem desenhado.
Ele me cumprimentou com dois beijos no rosto e eu fiquei meio alienada, só respondendo no automático. Mas já tinha entendido que não era muito bem ficar com a minha língua respondendo ele, que ele queria.
Não demorou menos de cinco minutos para que ele me puxasse para um beijo. Passou um dos braços no meu quadril, com a mão livre passou por dentro do meu cabelo e eu passei minha mão que estava ainda com a garrafinha de água, por cima de seu ombro, quase em seu pescoço. Ele tocou a boca na minha, dando alguns selinhos rápidos e eu tomei a iniciativa. Beijando ele e puta merda, o cara sabia bem demais fazer isso.
Os dedos que estavam na minha nuca, seguravam firme por dentro do meu cabelo e a sua boca era gostosinha. Era beijo bom, não era lento e nem muito acelerado. Dava pra curtir. Encerramos uns segundos depois e depois retornamos de novo.
GABRIEL
Meu pescoço deveria está duas vezes maior de tanto que engrossou e as veias saltaram quando eu vi a porra daquela cena.Bianca estava nos braços no Galhardo, no maior beijão do caralho e parecia que aquela porra era uma tortura pra mim. Nunca câmera lenta fodida.
Ele estava botando as duas mãos na cintura dela e segurava. Ela não soltava a boca do cara por nada e eu tava ficando tão puto que tava vendo a hora do meu copo estourar na minha mão.
— Relaxa! Você não pode cobrar nada dela.
— O meu pau que eu não vou falar nada, Fabinho. Meu pau! — reclamei mesmo, birrando igual como as vezes a Maya faz e acaba me gerando um estresse ainda maior.
Olhei de novo os dois lá e o pau no cu tava de sorrisinho pra ela, falando alguma coisa no ouvido dela e a Bianca rindo enquanto digitava num telefone e depois entregou pra ele.
— ELA PASSOU O NÚMERO DELA? — Eu quis gritar, meu maxilar estava travado duma forma que talvez eu precise passar na parte médica odontológica do clube, só pra vê se não rachou algum dos meus dentes.
— Gabriel, qual é, mano? Deixa a mina. Ela não tá fazendo nada de errado.
— Se tivesse consciente, ela não teria pegado ele!
— Você não tem como saber disso, cara.
Fabinho tentava abaixar meus ânimos, mas eu tava pra ir lá e apertar o pescoço do Galhardo igual Diego fez uma vez, dentro de campo com um outro jogador. que eu não lembro o nome agora.
Enchi ainda mais meu copo e tomei de uma vez só, fazendo uma careta depois que o líquido quente terminou de descer queimando na minha garganta.
Esperei ele se afastar da minha mulher, contei um tempo maneiro e quando me toquei que ela tava pra ir na direção dos banheiros, fui atrás dela, ela tava bêbada pra caralho e eu iria fazer ela ir embora comigo, nem que pra isso eu tivesse que pagar alguma promessa depois.
Sai deixando o Fabinho pra trás, não tinha porquê me preocupar, ele poderia voltar com algum dos caras.
Bianca foi ao banheiro e eu fiquei esperando, uns cinco minutos depois ela saiu e se assustou quando em encontrou bem assim que cruzou o corredor.
— O Galhardo, Bianca! A porra do Galhardo?
— Vou ter que chamar aquela tua amiga pra vir te tirar da minha cola? Me deixa em paz cara. — ela gesticulou e focou em tentar ajeitar o cinto da calça que usava, eu a medi dos pés pra cima, até parar no seu rosto.
— Você pegou aquele cara afim de que? Me diz, mano.
— Afim dele mesmo. Quis. Peguei. — ela deu de ombros e acabou cambaleando, eu segurei em seu braço e ela chocou o corpo contra o meu.
Eu engoli a seco, sentindo meu estômago formigar de tanto ciúmes.
— Vou te levar embora, avisa seus amigos.
— Porquê não chama a Bellato pra ir com você? Ein? Assim vocês lembram os velhos tempos...
Bianca tinha um sorriso cínico no rosto e piscou diversas vezes. Eu fiquei confuso até ter noção da merda que ela tava falando.
Puta que me pariu, caralho.
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Labirinto | GB10
Fanficporque ela realmente sabe que por mais que pareça que você esteja se divertindo, ou se encontrando por aí, ela sabe que você está mais perdido que qualquer outra pessoa ao seu redor. • todos os direitos reservados. • história original • não autoriz...