quadragésimo quarto capitulo

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BIANCA
Já era mais de duas da manhã e eu nem lembrava quem eu já tinha pegado. Sei que foram três mulheres e dois caras.

Depois do que tinha visto, eu não quis mais me importar em nem sequer olhar na mesma direção, não queria deixar que o álcool falasse mais alto na minha corrente sanguínea e ao invés da Jennifer, eu ativasse a minha versão corna com uma dor de cotovelo extrema.

— Amiga, não acha que tá bom não? — Ana Júlia soava preocupada e tomou o telefone da minha mão. — Sem telefone, melhor! Você já postou tanta coisa que tô até com medo da repercussão.

— Essa cronologia até nos meus stores, é um porre de tão chato! Puta que pariu, quem inventou isso?

— Você! — meus dois amigos me acusaram e eu levantei as mãos em rendição.

Aquilo era mesmo ideia minha, coisa relacionada com o marketing da empresa.

— Bianca... — escutei uma voz masculina me chamar e me virei devagar, enquanto tomava um pouco da água, uma garrafinha que eu nem vi quem colocou na minha mão. — Tudo bem?

— Thiago Galhardo...

Eu murmurei e fui atingida pelas lembranças das provocações que ele e o camisa nove ficaram se alfinetando há uns anos atrás.

Até que ele não era de se jogar fora, tava um pouquinho mais forte e um cavanhaque bem desenhado.

Ele me cumprimentou com dois beijos no rosto e eu fiquei meio alienada, só respondendo no automático. Mas já tinha entendido que não era muito bem ficar com a minha língua respondendo ele, que ele queria.

Não demorou menos de cinco minutos para que ele me puxasse para um beijo. Passou um dos braços no meu quadril, com a mão livre passou por dentro do meu cabelo e eu passei minha mão que estava ainda com a garrafinha de água, por cima de seu ombro, quase em seu pescoço. Ele tocou a boca na minha, dando alguns selinhos rápidos e eu tomei a iniciativa. Beijando ele e puta merda, o cara sabia bem demais fazer isso.

Os dedos que estavam na minha nuca, seguravam firme por dentro do meu cabelo e a sua boca era gostosinha. Era beijo bom, não era lento e nem muito acelerado. Dava pra curtir. Encerramos uns segundos depois e depois retornamos de novo.

GABRIEL
Meu pescoço deveria está duas vezes maior de tanto que engrossou e as veias saltaram quando eu vi a porra daquela cena.

Bianca estava nos braços no Galhardo, no maior beijão do caralho e parecia que aquela porra era uma tortura pra mim. Nunca câmera lenta fodida.

Ele estava botando as duas mãos na cintura dela e segurava. Ela não soltava a boca do cara por nada e eu tava ficando tão puto que tava vendo a hora do meu copo estourar na minha mão.

— Relaxa! Você não pode cobrar nada dela.

— O meu pau que eu não vou falar nada, Fabinho. Meu pau! — reclamei mesmo, birrando igual como as vezes a Maya faz e acaba me gerando um estresse ainda maior.

Olhei de novo os dois lá e o pau no cu tava de sorrisinho pra ela, falando alguma coisa no ouvido dela e a Bianca rindo enquanto digitava num telefone e depois entregou pra ele.

— ELA PASSOU O NÚMERO DELA? — Eu quis gritar, meu maxilar estava travado duma forma que talvez eu precise passar na parte médica odontológica do clube, só pra vê se não rachou algum dos meus dentes.

— Gabriel, qual é, mano? Deixa a mina. Ela não tá fazendo nada de errado.

— Se tivesse consciente, ela não teria pegado ele!

— Você não tem como saber disso, cara.

Fabinho tentava abaixar meus ânimos, mas eu tava pra ir lá e apertar o pescoço do Galhardo igual Diego fez uma vez, dentro de campo com um outro jogador. que eu não lembro o nome agora.

Enchi ainda mais meu copo e tomei de uma vez só, fazendo uma careta depois que o líquido quente terminou de descer queimando na minha garganta.

Esperei ele se afastar da minha mulher, contei um tempo maneiro e quando me toquei que ela tava pra ir na direção dos banheiros, fui atrás dela, ela tava bêbada pra caralho e eu iria fazer ela ir embora comigo, nem que pra isso eu tivesse que pagar alguma promessa depois.

Sai deixando o Fabinho pra trás, não tinha porquê me preocupar, ele poderia voltar com algum dos caras.

Bianca foi ao banheiro e eu fiquei esperando, uns cinco minutos depois ela saiu e se assustou quando em encontrou bem assim que cruzou o corredor.

— O Galhardo, Bianca! A porra do Galhardo?

— Vou ter que chamar aquela tua amiga pra vir te tirar da minha cola? Me deixa em paz cara. — ela gesticulou e focou em tentar ajeitar o cinto da calça que usava, eu a medi dos pés pra cima, até parar no seu rosto.

— Você pegou aquele cara afim de que? Me diz, mano.

— Afim dele mesmo. Quis. Peguei. — ela deu de ombros e acabou cambaleando, eu segurei em seu braço e ela chocou o corpo contra o meu.

Eu engoli a seco, sentindo meu estômago formigar de tanto ciúmes.

— Vou te levar embora, avisa seus amigos.

— Porquê não chama a Bellato pra ir com você? Ein? Assim vocês lembram os velhos tempos...

Bianca tinha um sorriso cínico no rosto e piscou diversas vezes. Eu fiquei confuso até ter noção da merda que ela tava falando.

Puta que me pariu, caralho.

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