décimo capítulo

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— GABRIEL! — escutei meu sogro gritar e puxar o Gabriel da minha frente, que cambaleou para trás e eu encarei o chão.— TÁ FICANDO LOUCO, MOLEQUE?

— Eu não ia bater nela. — escutei Gabriel respondendo grosso ainda, mas não tive coragem de olhar.

— Quando a Rosa me avisou... eu não pudia imaginar que era esse o tamanho do desastre! — Linda falava quase arrastado, surpresa ou talvez decepcionada. — Tá tudo bem, minha filha?

— Tá, tá sim, tia. Não precisava vocês terem vindo aqui! Não tinha necessidade disso. — Eu olhei a mão dela que fazia um carinho no meu braço e suspirei.

— Que? Tá achando que eles não sabem a piranha que você é? TÁ ACHANDO, BIANCA?

— Respeita ela! — Vi o pai dele o empurrar quando ele quis vir pra perto de novo, eu deixei escapar um soluço de choro, passei o antebraço no rosto e encarei o Gabriel que me olhava como se pudesse me fuzilar. — Ela era sua mulher, respeita ela, pelo menos na minha frente você não vai tratar ela assim!

— Ela é minha mulher! E meteu um par de chifres na minha cabeça! — Gabriel debateu com o pai e eu não tinha mais estômago pra ouvir nada.

Subi para a suíte que dormíamos e me tranquei lá, me desfazendo da pose de durona e deixando tudo desmoronar, entrando numa crise de choro incessante.

GABRIEL.
— Vocês dois estão de cabeça quente, meu filho, melhor você ir lá para o apê com a gente! — Minha mãe se aproximou de mim, passando uma das mãos nas minhas costas e eu arfei, cansado, tirei a mão do rosto e encarei o caos que aquela sala estava.

— Eu sou um fodido, eu acabei com tudo e ainda levei um corno.

— Consequências meu filho, consequências! — Meu pai bateu em meu ombro e eu respirei fundo e levantei do sofá, passei na cozinha pra beber água e pegar meu celular e a chave do carro que estava na bancada. — Não quer pegar algumas roupas?

— Não precisa, amanhã eu passo aqui depois do treino.

BIANCA

Meu peito estava doendo, os olhos ardendo e eu não conseguia respirar direito. Tudo desmoronou ainda mais quando escutei a porta lá de baixo ser batida, sai do quarto devagar, secando o rosto como dava, desci alguns degraus e parei no meio da escada sem força nenhuma pra continuar. Me sentei no degrau e olhava o caos que estava toda a minha sala, até meus olhos pararem no quadro, dilacerado.

Flashback

Bi, já chega amor! Quero dormir. — Gabriel reclamou quando eu não gostei de novo da foto que tiramos, nos tínhamos acabado de sair do banho depois de termos feito sexo lá na sala, depois do jantar que eu tinha feito para comemorar nosso primeiro ano de casados, depois do quarto e paramos no atrás do box de blindex.

— Só mais essa... eu juro Gab, só mais umazinha?! — pedi depois de posicionar de novo a câmera. Ele resmungou, manhoso e me abraçou de volta.

Eu estava nua e ele também, ele passou o braço pela frente do meu corpo, pressionando meus seios, tampando quase tudo, cansou de sorrir pra foto e deitou o rosto no meu pescoço, beijando minha nuca e eu acabei dando risada, sentindo a cócega da barba raspando na minha pele.

— AI. MEU. DEUS.

— Que foi? — ele perguntou baixo com o rosto ainda no meu pescoço, mas agora ele tinha a mão no meu cabelo, enrolando os fios para cima, dando mais espaço para ele beijar meu pescoço e minha nuca.

— Ficou perfeita, amor. — E estava, eu iria enquadrar essa foto e com toda certeza numa moldura bem grande. 

Gabriel riu da minha empolgação, tirou o celular da minha mão, deixando ele na bancada e me virou para ele. Me puxando pelo quadril e me jogando no ombro.

— Gabriel! Para!

— Agora vamos dormir, Bianca. Eu tô cansando mas ainda consigo te comer mais um pouquinho. — me jogou contra a cama, subindo o corpo no meu.

— Ué, não queria dormir? — eu estava morrendo de rir da forma acelerada que ele beijava meu corpo.

— Tá rindo, sua fraca? Não aguenta né.

Flashback off.

Agora a foto deixou de existir, a moldura estava quebrada, partida em vários pedaços como eu me sentia por dentro. Dilacerada e não poderia consertar com um pouco de cola ou imprimindo outro coração pra colocar no lugar desse.

— Porque você tinha que fazer isso! — eu resmunguei baixo, passando as mãos no rosto com força. Solucei, voltando a chorar tudo de novo.

— Meu deus! — Escutei a voz do Théo e levantei a cabeça, encarando o meu amigo que estava boquiaberto olhando a bagunça feita pelo Gabriel. Quando ele bateu o olhar em mim, veio feito um raio, passando a mão por mim tentando achar algo. — Ele te machucou? Bianca pelo amor de Deus, ele bateu você?

Eu neguei.

— Quando eu.... — respirei fundo tentando reprimir o soluço do choro que me atrapalharia para falar. — A casa já estava um caos, ele estava um caos.

— Que loucura. — Théo disse baixo e sentou do meu lado e me puxou pra deitar o rosto no peito dele. — Você contou do Bil?

— Ele já sabia antes de que eu viesse Théo, eu mandei uma foto. E aqui... aqui eu disse pra ele que tinha sido muito bem fodida.

— E o corno foi a loucura!! — Ele falou de um jeito engraçado e eu acabei rindo baixo, mesmo que fosse horrível já que meu nariz já estava entupido.


💫

só queria guardar a pitica num potinho 😢🥺

Labirinto | GB10Onde histórias criam vida. Descubra agora