quinquagésimo oitavo capítulo

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BIANCA
Eu já era a Bianca de novo e estava tentando raciocinar enquanto a ressaca já estourava minha cabeça, fazendo tudo latejar. Pisquei várias vezes, encarando o teto em silêncio, até ter consciência que tinha um peso sobre meu corpo.

Olhei pra baixo e tentei calcular quais seriam as chances do Yuri Alberto ter uma taça da libertadores tatuada na coxa?

O roçar da barba no meu pescoço tirou todas as minhas expectativas de ter ido pra cama com outro jogador. Na realidade, eu estava presa no abraço do Gabriel.

— Que merda que eu fiz! — resmunguei, esfregando meu rosto e Gabriel despertou também, beijando meu ombro e parte do meu pescoço.

— Bom dia, Bi.

— Gabriel, porquê você deixou isso acontecer cara? Caralho, você não tá namorando a garota? Que merda se passa na sua cabeça?

— Não deixei acontecer sozinho. Tô sim. Eu não diria merda, diria tesão. — ele foi respondendo uma por uma das perguntas e eu revirei os olhos. — Agora tá chato você fazer isso, tava melhor quando eu te fodi.

— Caralho, cala a boca. — Tampei sua boca e pulei de susto quando bateram na porta.

— Gabi? Tá aí? — Joana chamava do lado de fora, eu arregalei os olhos de um jeito que Gabriel começou a rir contra a minha mão.

— Eu vou te matar, seu filho da puta desgraçado. — eu sussurrei e ele continuou rindo, chegou a diminuir ainda mais os olhos que já estavam pequenos por ele ter acabado de acordar.

Joana ainda bateu mais três vezes na porta e o Gabriel se livrou da minha mão e deitou em cima de mim, sinalizou pra mim ficar em silêncio e eu fiquei beliscando ele. Ela parou de bater na porta e pelo jeito tinha ido embora

— Para, amor. Fica quietinha.

— Você é um fodido, vagabundo, não vale a buceta que come.

— Que isso, vida. — se fez de ofendido e eu bati no seu braço. — Vai ter que sair escondida, bebê.

— Porquê você faz isso cara? Termina com ela!

— Vai voltar comigo? — perguntou erguendo as sobrancelhas e eu engoli a seco. — Pois é, foi exatamente o que eu pensei.

— Isso aqui é difícil pra caralho.

— O que tem de tão difícil...? Eu te amo porra, isso não entra na tua mente ou você não sente mas a mesma coisa? — Gabriel já estava fora da cama e me olhava com as mãos no quadril.

— Você sabe bem que não é isso.

Cortei o assunto e ele só assentiu. Foi para o banheiro e eu voltei a encarar o teto.

Puta que pariu, como eu sou idiota.

Mais tarde...
Theo
— Bebê, sua mãe está de ressaca, entenda. — Falei rindo pra Maya enquanto a Bianca tinha a mão na cabeça sinalizando a dor. — E a moral tá pior ..

— Moral? O que isso? — Maya perguntou fazendo careta. — Toma remedinho mamãe. — Ela levantou indo até a Bia e dando um beijo no nariz dela.

Maya era realmente um dengo fora do normal com todos que ela amava.

Depois do remédio a Bia até deu uma melhorada e começou de fato a curtimos o último dia na Bahia.

Estávamos sentados esperando o almoço, Dhio segundo ela tava chegando com os pais e o casal tóxico, nas verdade o casal tóxico era o Gabriel e a Bianca, Joana coitada, era uma vítima.

— Você vai olhar pra cara dela com que cara Bianca? — Perguntei dando um tapa na coxa dela só me lembrar da merda que ela tinha feito.

— Com a de ressaca que eu tô aqui, pra que inferno esse homem vem junto? Porra, nunca mais férias igual a essa, me lembre disso.

— Finjo que acredito.

— É sério, tô passando isso tudo aqui por causa da Maya.

— Tá bom rapariga. — Falei rindo e ela tentava segurar o riso.

Não sei em que momento eu vi a Bianca pular daquela cadeira, assustada, olhava pra um ponto fixo.

— Que é viado? — Procurei com o olhar o que seria, eu não tava entendendo.

Bianca estava pálida, só notei o real motivo quando eu vi aquela pessoa vindo na nossa direção, sussurrei sozinho um — Meu Deus.

Bianca agarrou a Maya pelo braços e sem nenhuma explicação saiu arrastando pra longe.

— Meus brinquedos... — Maya esperneou.

Levantei rápido e fiquei de frente para aquela pessoa.

— Oi Theo, quanto tempo... — Ela falou irônica.

Engoli seco e fiquei encarando ela sem nem conseguir falar nada.

— Tive a impressão que a Boca Rosa tava aqui agora, não está mais? — Ela falava rindo. — Avisa a ela que eu tô de volta, e a pessoa que eu jurei que não tocaria naquele nosso assunto tem menos de um ano que morreu, então eu não devo mais o meu silêncio a ninguém. — Ela falava e eu não conseguia raciocinar.

BIANCA
Não quero ir. Quero ficar! — Maya tentava desgrudar da minha mão. — Papai ..

Maya falou e de imediato eu enxerguei o Gabriel, Joana, Dhiovanna, Linda e Valdemir.

— Não vai Maya.

— Que foi? — Dhio falou chegando perto.

— Nada, a gente que vai ficar lá no quarto, já chega de praia, chega de tudo, vamos embora.

Gabriel passou de onde estava pra minha frente, Maya abraçou ele pelas pernas.

— Calma ae, o que aconteceu mano? A menina tá chorando Bianca.

Gabriel me olhava sem entender, eu também não entendi a minha reação, mas aquela mulher poderia fazer todo mal do mundo a mim, ela já tinha me jurado isso e eu não queria a Maya por perto dela.

— ELA VAI PRO QUARTO COMIGO, AGORA. — Falei sem paciência.

Theo chegou também assustado e pegou a Maya no colo, que chorou horrores mas que veio junto comigo e ele, deixar todos pra trás sem entender nada.

mistérios, suspense,
dedo no cool e gritaria

50 comentários e vocês como boas fofoqueiras vão ultrapassar isso rápido 🤭🤣

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