d e z o i t o

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- Rafaela Narrando 😉 -

- Não, agora é sério. Eu preciso de uma moto. - falo pela milésima vez e pela milésima vez Nando revira os olhos.

A gente tava subindo o morro a pé e parece que não chega nunca.

- Você precisa parar de ser sedentária, isso sim. - Ele diz rindo.

- Vai a merda, Fernando. Duvido que se eu não comprar você não vai querer usar. - Falo.

- Só se for pra cair eu e tu juntin. - Ele diz e eu dou uma risada.

- Mentira que tu num sabe pilotar... - Falo chocada.

- Explana pro morro inteiro agora. - Ele diz e eu dou uma risadinha.

O fato é que o Fernando tá me fazendo muito bem e agradeço a Deus por isso.

Mas, eu sei que ele tá mal pela mãe dele e eu quero fazer alguma coisa por ele.

- A gente vai falar sobre amanhã? - Pergunto por que amanhã ele vai lá conversar com os médicos.

- Não. - Ele diz não ríspido, mas como se não quisesse falar sobre.

- Tá bom, posso fazer uma pergunta? - Ele assente e eu paro de andar. - Para aqui rapidinho.

- A gente nunca vai chegar lá desse jeito. - Ele diz.

- Quem foi as pessoas que fizeram a maldade com a tua mãe? - Pergunto, eu sei o que eu quero fazer e eu vou fazer.

- Não sei, quando eu cheguei em casa só tinha ela. Se eu pudesse, eu juro que matava todos! - Ele diz com uma certa raiva. - Por que?

- Nada não, é só por que eu imaginei que se você soubesse quem era eles já estariam mortos. - Falo mentindo.

- Bora logo lerdona, se não quando chegar lá já acabou a carne. - ele diz e logo começamos a andar naquele inferno de sol.

Depois de uns 20 minutos subindo a ladeira que não tinha fim, a gente chegou numa casa no topo do morro.

- Mó casarão. - Comento.

- Um dia vou ter uma assim. - Nando diz olhando a casa toda. - Bora feia. - Nando me põe na frente dele por que a casa tá muito cheia.

- quero ir embora.. - Sussurro na mesma hora que pisamos na casa.

Todos viram o rosto e nos encaram.

- Eu quero ir embora. - Me viro pro Fernando e ele assente. Nos viramos pra sair mas escutamos os nossos nomes.

- VAI PRA ONDE 2N E RAFAELA? - Era a voz do coringa.

Nos viramos novamente e coringa vem andando em nossa direção.

- Eu que tô bancando a festa, pode ficar aí. - Ele diz e me abraça e dá um toque de mão com o Fernando.

- Obrigada pelo convite, mas eu quero ir embora. Tá todo mundo me olhando como se eu fosse um bicho. - Falo vendo que as pessoas ainda olham.

- Tão olhando por que porra? Chegou a Anitta aqui caralho? Vira a cara porra! - Coringa grita com as pessoas e elas logo viram a cara, mas meu rosto queima e eu fico com mais vergonha ainda.

- Isso não é necessário, de verdade. - Falo mas ele nega.

- Meus convidados de honra, vem comer pô. - Ele diz e me puxa.

Eu olho pra cara do Fernando e ele me olha.

Caminhamos em direção a uma mesa que tinha muita comida e uns potes de churrasco.

- Sirvam se aí pô. - Coringa aponta pra mesa.

Eu e o Fernando começamos a colocar no prato o que iríamos comer.

- Querem beber o que? - Ele pergunta.

- Cerveja. - Falo e ele se vira, pegando duas latas de cerveja.

Ele nos guia até a mesa e logo nos sentamos pra comer.

Eu praticamente devoro tudo, tava morta de fome.

- Vai devagar porra, vai se engasgar. - Coringa fala rindo e eu mando um dedo do meio pra ele.

Acabo de comer e coloco a cerveja pra eu poder beber.

- O caveira não vem não? - Pergunto aleatoriamente.

Caveira era o braço direito do Guga, então ele com certeza sabe quem fez isso com a mãe do Fernando.

- Tá ali. - coringa aponta e ele tá sentado de frente pra mim e me encarando. - Qual foi?

- Nada não, eu gostava dele. - Minto mais uma vez.

- Eu já sei o que tu quer fazer e tu não vai fazer isso. - Nando aponta pra mim e coringa levanta uma sobrancelha.

- Qual foi desse assunto aí? O que tu tá aprontando Rafaela? - Coringa pergunta e eu reviro os olhos.

- Olha só, eu vou fazer por que eu quero. Tão achando que com a tortura de vocês ele vai abrir o bico? Porra, se toca. Eu sei o ponto fraco dele e é lá que eu vou acertar. Ele vai me falar quem fez aquilo com a tua mãe, Fernando. Confia. - Falo e bebo um gole da minha cerveja.

- E como você tem tanta certeza assim? - Fernando questiona.

- Eu tenho uma carta na manga que vocês não tem, simples. - Falo e dou um sorriso.

- E qual é pô? - coringa pergunta.

- Eu sou mulher, fi. - Falo e lhe entrego meu melhor sorriso sapeca.

3/3

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