- Rafaela Narrando 🐍 -
- Eu quero ajudar mulheres que sofrem a mesma coisa que eu sofri. - Falo e coringa apenas faz um gesto para que eu dê continuidade. - Eu não sei como começar e não faço a mínima ideia de como fazer, mas eu quero fazer.
- Ela é tão lindinha, meu Deus. - A mãe do coringa fala e eu sorrio.
- Acho que a gente podia começar construindo um albergue ou uma pensão para mulheres que precisam de algum refúgio e que não tem pra onde ir. - Falo o que me vem a cabeça.
- Isso é uma boa ideia. - A mãe do coringa fala. - A gente podia promover cursos para essas mulheres, para que elas recomecem suas vidas.
- Isso. - Falo concordando. - O que você acha coringa?
- Pô, já pode começar então. Se não tiver recurso, o morro dá. Vê um local onde possa construir essa parada aí que tu falou e pode por a mão na obra pô. - coringa diz e eu não podia estar mais feliz.
Meu sorriso vai de orelha a orelha e lágrimas vêem nos meus olhos, mas me nego a chorar.
- A senhora me ajuda? - Pergunto a mãe do coringa.
- Óbvio, podemos começar quando você quiser. - Ela diz animada.
- Amanhã então eu passo aqui e a gente procura um lugar. - falo e me levanto.
Mas aí, na mesma hora um arrepio bate na minha nuca e ouço fogos serem lançados ao céu.
Meu olhar se encontra com o do Fernando e coringa já pega a pistola e o fuzil.
- Tem arma aqui? - Fernando faz uma pergunta meio óbvia e coringa apenas ri assentindo.
Coringa tira um fuzil de debaixo do sofá e entrega pro Fernando.
- Vocês duas lá em cima. - Ele aponta pra mim e pra mãe dele.
- Qual foi chefe? Os bota tá invadindo e vieram com caveirao e os caralho, eles tão pesadão chefe. - Alguém fala no radinho e coringa só lança o colete em cima da blusa.
Na mesma hora abraço o Fernando.
- Por favor, não morre. - Falo abraçada a ele que apenas beija minha cabeça.
Maria abraça coringa e lhe dá um beijo na bochecha dizendo que o ama e abraça Fernando.
Eu abraço o coringa e dou um selinho nele.
- Não morre, se não eu te mato. - Falo e ele me entrega um radinho.
- Só sai quando ouvir minha voz, bora. - Ele fala pra mim e eu subo as escadas com a mãe dele, que pela primeira vez tá em silêncio, imaginando que esteja rezando.
Entramos no quarto de coringa e eu me sento na cama, me encolhendo.
Os tiros são bem altos e um pouco ensurdecedor.
No radinho conseguimos ouvir que a polícia tá atirando em todo mundo e não tá deixando ninguém passar.
- Qual foi chefe, pegaram o fabin... - Falam no radinho e meu coração só acelera.
Se tiver alguém aí em cima, que proteja os meus meninos.... É a única coisa que eu consigo pensar.
- Desce porra, desce agora. Os polícia tá fazendo covardia com a molecada que tava na praça.. - Gritam no radinho.
Nervosismo é pouco pra descrever meu sentimento e eu só queria descer e ir lá ajudar eles.
- Pegaram o 2N, tão levando pro beco e vão finalizar, corre chefe. - É só o que eu ouço e é o suficiente.
- Aonde tem arma aqui? - Pergunto pra Maria que me olha assustada. - Eu não posso deixar nada acontecer com ele, aonde tem arma aqui?
- Embaixo da cama. - Ela diz nervosa e eu arrasto a cama.
Tiro a meia do meu pé e pego só uma pistola e dois pentes de pistola.
- O colete. Coloca o colete. - Ela aponta pra um colete todo clamufado e eu encaro ela.
- Ninguém usa o colete do coringa. - falo com receio dele achar ruim.
Ela pega o colete e coloca em mim.
- Se cuida, por favor. - Ela diz e eu pego o radinho.
- Qual beco o 2N tá? - falo e pode não parecer mas eu tô com o cu na mão.
Vocês podem me chamar de maluca e precipitada, mas eu não vou deixar o Fernando morrer.
Sou eu por ele e ele por mim, fé.
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Era Uma Vez...
FanfictionUma fic clichê sobre o complexo da maré, mas nem tão clichê assim. /+18 PLÁGIO É CRIME ⚠️