Gente, estou pretendendo terminar esse livro até esse final de semana!
Então comentem bastante pra me incentivar, por que já tem mais um livro no forninho!
- Rafaela Narrando 🐍-
Encarar as pessoas que me fizeram tanto mal quanto o Gustavo não era uma coisa que eu tava preparada pra encarar, agora.
- Essa de fuzil nas costas que é a desaparecida? - ouço um cara que tá do lado do meu pai falar assim que me aproximo.
- Ela tá mudada, mas é ela. - Ouço a voz da minha mãe e me dá asco.
- Tá fazendo o que aqui, Roberta? - Pergunto sem a chamar de mãe. - Como foi que você disse mesmo? "Não quero olhar nunca mais pra sua cara, sua vagabunda". - Falo e ela logo faz uma cara de choro.
O silêncio se faz presente e os moradores começam a descer o morro pra ver o que está acontecendo, até que ela decidir abrir o boeiro que chama de boca.
- Eu vim te buscar minha filha, volta com a gente pra casa. - Ela fala em lágrimas e pega na mão do cara que se diz o meu pai. - Fala com ela, João.
- Filha, volta pra casa. Se esses bandidinhos estiverem te proibindo de ir pra casa, a gente trouxe a polícia. Eles vieram te buscar. - Ele fala e coringa solta uma risada.
- Experimenta levar ela sogrão, experimenta pô, trisca um dedo nela aí pra ver se tu num fica sem a porra do dedo. - Coringa fala e a reação da Roberta é ótima.
Ela faz uma cara de assustada e dá um passo pra frente.
- Como assim, sogro? Cadê o Gustavo, Rafaela? Você tá dando pra outro bandido? - Ela pergunta e logo a máscara dela cai.
Até que não demorou muito.
- Gustavo tá morto. - É a única coisa que eu falo.
- O que você fez? Você acabou com a sua vida por causa de um marginal? O Gustavo te dava tudo!!! Como você teve essa coragem??? - Meu pai fala completamente exasperado.
- Dava, dava sim. Dava porrada, dava estupro, dava tortura, dava aborto... Dava, dava muita coisa. Sai do meu morro e não volta mais. - Falo séria e minha mãe se aproxima ainda mais de mim e eu não me atrevo a dar um passo pra trás.
Ela me olha com desgosto o que já era esperado e mantém seu rosto bem próximo do meu.
- Ele não deu... Ele não deu nada do que você não tenha merecido. - Ela diz e é instantâneo.
Minha mão vira na cara dela com toda a força do mundo a fazendo dar dois passos para trás e cuspir sangue.
Na mesma hora os policiais apontam a arma pra mim, fazendo todos os vapores e traficantes que estavam atrás da gente apontar também.
- NO MEU MORRO NÃO, PORRA! VAI DAR E VAI LEVAR! - Coringa grita totalmente nervoso.
- Abaixem as armas, porra! - O maioral dos bota fala e eles logo abaixam.
Eu faço apenas um gesto e os trafica abaixa também.
Meu pai puxa a minha mãe e me olha com nojo.
- O que você fez com a minha filha? Quem é você? Você não é a Rafaela que eu criei! - Ele diz e na mesma hora eu dou uma gargalhada do fundo da alma.
- Que você criou? VOCÊ? - aponto na cara dele. - Você não criou nada, aliás duvido até que seja meu pai! Já contou pra ele suas escapadas de amor noturna que você tinha com o segurança dele, mamãe? Ou as conversas do dia a dia com o porteiro? Ou prefere falar do irmão do papai? A hipocrisia de vocês reina acima da cabeça de vocês! - Falo pela primeira vez enfrentando eles. - Você não sabe o que eu fiz comigo? Eu me criei, eu me virei sozinha quando a vovó morreu, eu me cuidei, eu enxuguei todas as minhas lágrimas, eu me fiz mulher, eu tive que aprender a fazer exatamente tudo por que vocês dois só souberam fuder e me deixar sozinha no mundo, e quando eu cheguei aqui no morro que você tanto julga tive que me virar sozinha, e quando EU matei o Gustavo, se não fosse pelos bandidos que você tanto tem nojo, eu teria morrido, por que eu me mataria! - Falo e dou um passo pra frente. - Então, peguem a porra da hipocrisia de vocês e entrem um dentro do cu do outro! - Falo e meu pai me olha assustado.
- Mas... Eu sou o seu pai... - Ele fala completamente perturbado.
- Não não, você é só um doador de esperma, enquanto a mulher ridícula, baixa, nojenta, podre de alma e infiel do seu lado foi um aluguel de barriga. - Falo por fim. - Ah, e espero que nunca mais voltem aqui, por que se voltar vão recebidos em baixo de bala, com polícia ou sem polícia.
- Minha garota! - Ouço coringa falar e olho pra trás vendo o mesmo com um sorriso no rosto. Viro as costas em direção a ele e dou a mão ao mesmo que me leva em direção a moto dele.
Ele monta na moto e mesmo com o fuzil, eu monto na garupa também. E sem olhar pra trás ele dá partida.
Eu não me tornei a mulher que quando eu era pequena eu queria me tornar. Eu me tornei a mulher que precisou se tornar. Aquela que vai resolver qualquer b.o independente de qualquer coisa.
Não vou deixar mais ninguém me passar pra trás, me humilhar ou qualquer coisa do tipo.
Agora sim, eu sou a diaba do morro.
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Era Uma Vez...
FanfictionUma fic clichê sobre o complexo da maré, mas nem tão clichê assim. /+18 PLÁGIO É CRIME ⚠️