- Rafaela Narrando 🐍 -
Depois de ter transado com o coringa pela casa inteira, apago em seus braços e só acordo quando ouço a porta do banheiro ser aberta.
- Bom dia, garotinha. Tô indo pro corre. - Ele diz e me dá um selinho.
- Mas é domingo, achei que ia ficar comigo. - Falo triste e cheia de sono.
- Quando tu acordar eu vou ta aí do teu ladin, Jae? - Ele fala e eu Assinto.
Vejo ele sair do quarto e pego meu celular vendo que ainda são 09hrs, coloco ele pra vibrar e coloco na cabeceira da cama.
Deito novamente e quando eu tô quase pegando no sono ouço o celular vibrar, porém decido apagar de vez.
(***)
Acordo sentindo um cheiro de queimado e levanto assustada.
- FILHO DA PUTA! - ouço a voz do coringa e me assusto.
Olho a minha volta e não encontro fumaça, então corro até a cozinha e vejo o coringa xingando 100 palavrões em 3 segundos com a mão debaixo da torneira ligada.
- Porra, vai se fuder. Toma no cu. - Ele diz revoltado. - Desliga, desliga. Caralho... Porra... - Ele diz todo atrapalhado e se estica pra desligar o fogo no fogão.
Dou uma risadinha e ele percebe que tô na porta do quarto.
- Vida, me queimei. Aqui ó. - Ele diz fazendo beicinho e vou até ele. - Tá doendo.
- É amor? Nem parece que já tomou 3 tiros. - Falo rindo e dou um beijinho na mão dele. - Pronto, sarou.
- É por isso que eu te amo. - Ele diz e eu olho assustada pra ele. - E amo mermo.
- Eu também amo você. - Falo acanhada, não esperava receber um eu te amo assim. - Já volto.
Vou até o meu quarto e faço minhas necessidades e minha higiene matinal.
Coloco uma blusa do coringa por que tava só de calcinha e prendo meu cabelo em um rabo de cavalo.
Pego meu celular e vou pra cozinha novamente.
- Agora sim, bom dia gatinho. - Falo e dou um selinho no Juan.
- Boa tarde né.. - Ele diz tirando a tampa da panela de pressão. - Tava tentando fazer uma parada maneira pra tu, mas queimou.
- Foi assim que tu queimou a mão? - Pergunto e fico na ponta do pé pra pegar a caixinha de primeiros socorros que fica em cima da geladeira.
- Fui tentar tirar a porra da panela do fogão e me queimei. Queimadura é pior que tiro. - Ele diz.
- Nem posso concordar, por que nunca tomei um tiro. - falo e ele ri.
Pego a pomada e pego a mão dele com cuidado.
Passo uma pomada e não coloco atadura pra não abafar já que já tá quente.
- Deixa que eu termino. - falo com ele.
- Pelo menos o café eu fiz, amor. - Ele diz e sai andando pro sofá.
Pego a xícara e coloco um pouco de café. Quando vou provar quase que cuspo, mas engulo no ódio. Café tá ralo, sem açúcar e morno.
- Tá uma delícia. - Falo disfarçando e jogo o resto na pia.
Logo começo a dar continuidade na tentativa de cozinhar do coringa.
Recupero o feijão que nem tava tão queimado assim, faço um arroz, salada de alface com tomate, batata frita pra equilibrar e bife de carne.
Coloco tudo em cima da mesa e pego uma coca no freezer.
- Pronto, vem comer Juan. - Falo e coringa levanta animado.
Eu e o coringa nos sentamos ao redor da mesa e logo começamos a comer.
Conversamos sobre várias coisas e sobre o que ele foi fazer de manhã. Ele disse que foi recuperar um aliado numa transferência de cadeia.
- Graças a Deus um bom tempo que não tem invasão, né? Mas também, não tem rival pra brigar. - Comento e coringa dá uma risadinha.
- Rival até tem, só que falta disposição. - Ele diz e eu rio.
Meu celular vibra mais uma vez e dessa vez eu resolvo ver quem é.
Mensagem On
+55329********: Eu espero que você morra da pior maneira, aliás você não é a minha filha mesmo!
+55329********: Eu tenho nojo de você e do que você se tornou, você é e sempre foi uma menina mimada e fútil! Morra!
Mensagem Off
Meus olhos se enchem de água na mesma hora.
Não, eu não estava esperando isso. Não mesmo.
Eu leio e releio a mensagem e meu coração aperta.
Não é como se eu me importasse em ser filha dele, mas ler aquelas palavras mexeu comigo.
- Qual foi? - Coringa pergunta e pega o celular da minha mão.
Uma lágrima cai dos meus olhos e eu perco a fome.
- Você quer que eu faça alguma coisa? É só você pedir, eu juro por Deus que eu faço qualquer coisa por você. - Coringa fala e coloca o meu celular na mesa.
- Eu não quero nada, coringa. - Falo e me levanto e me retiro da sala indo pro meu quarto.
Deito na minha cama e minha cabeça apenas ecoa palavras que escutei durante a minha vida inteira.
Inevitavelmente as lágrimas caem e eu choro.
Sinto a cama afundar e rapidamente coringa me puxa pro colo dele.
- Tá suave, eu tô aqui. Você não é nada daquilo dali. Tô contigo, gatinha. - Ele diz e é aí que eu choro mais.
Como que pode você encontrar o refúgio em uma pessoa que você jurava que era o próprio capeta?
- É só tu dizer que eles passam dessa pra pior, gatinha. Ninguém mexe contigo não, pô. Eu tô aqui, ninguém toca em tu. Te amo pra caralho. - Ele diz e enxuga as minhas lágrimas.
- Eu também te amo, obrigada por todo o seu amor comigo, obrigada por nunca mentir pra mim. - Falo e ele me mantém aninhada nos braços dele. - te amo, Juan.
Fico ali um tempo, até ele conseguir me animar de novo e a gente ir pro banheiro pra tomar um banho cheio de amor e mão boba.
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Era Uma Vez...
FanfictionUma fic clichê sobre o complexo da maré, mas nem tão clichê assim. /+18 PLÁGIO É CRIME ⚠️