— Você não vai a nenhuma festa com sua mãe. — Kim Dispara.
— Como? Você não pode me proibir disso.
— Não é proibição, só não acredito que esteja falando a verdade.
Ele estava passando dos limites. Estava sendo uma tortura passar mais de cinco minutos com ele, a cada frase eu era ofendida mais e mais.
— Eu estou falando a verdade. E eu vou!
Estou decidida a não abaixar a cabeça como estava fazendo nos últimos dias, eu iria dar meu máximo para não estourar, passar dos limites e acabar fazendo mal a mim mesma, mas não iria mais aguentar nada calada.
Me aprontava para sair quando ele chegou todo irritado supondo coisas que claramente não eram verdades, talvez eu esteja falhando como esposa, porém ele não me ver nem me trata como tal, então aos poucos estou me libertando dessa culpa.
Eu não entendo de onde surgiu essa desconfiança da parte dele, quando claramente tudo começou por ações estranhas do próprio. Estou vulnerável, mas também estou disposta a não me deixar levar pelas suas explosões.
— Vamos resolver isso de uma vez por todas?
Seus passos aceleram em minha direção, automaticamente encolho o corpo, mas ele acaba passando reto e apanhando o celular que estava na mesa ao lado da cama.
— O que vai fazer? — Pergunto receosa.
— Uma ligação...Para sua mãe.
— Não pode está falando sério... — Ele põem o dedo nos lábios pedindo silêncio, estava chamando.
— Sim? — Ouço a minha mãe.
Meu corpo treme e minhas mãos transpiram, mesmo sabendo que estou falando a mais pura verdade. Porém aquele incomodo de que do nada você pode estar errada, passa pela minha mente, apenas porque alguém duvidou.
Estava aguardando ele corresponder a voz dela, mas o idiota desligou o telefone, deixando-me com uma interrogação.
— O que...Porquê? — Pergunto indignada.
Ele levanta as mãos como sinal de rendimento colocando o celular de volta. A revolta que dominava meu peito destruiria cinco castelos. Sentia em minhas entranhas que o que possuía ele, aos poucos também estava me possuindo.
— Tudo bem, vai com sua mãe. Se está mentindo ou não, isso já não me importa mais, porém se quer jogar, iremos jogar então.
Ele deixa o quarto, possesso. Vi a minha vontade se sair se esvaindo, eu queria ficar sozinha de novo, queria me isolar e deixar meu demônios festejarem com a minha desgraça. Mas meus pensamentos não me levaram muito longe, recebo uma ligação da minha mãe imediatamente.
Eu percebia que ela não estava segura com minha mudança nos últimos tempos, e essas atitudes toscas dele só vai fazê-la se preocupar ainda mais. Pensar nisso ativa um medo inimaginável em mim, ele poderia fazer qualquer coisa comigo, contanto que deixasse minha família sair ilesa.
Tive que confirmar minha presença, jamais deixaria ela na mão, iria por ela, e talvez eu não soubesse, mas poderia estar fazendo bem para mim mesma decidindo sair daqui. Me aprontei em alguns minutos, estava arrumada, como sempre gosto, mas por dentro estava destruída.
Passar por ele na sala de estar foi o maior desafio desse dia, eu estava com tanto pavor de ser puxada violentamente e impedida de atravessar aquela porta. Enquanto minha mente corria por essas terríveis possibilidades, consigo chegar do lado de fora.
Acho que a vontade de estar longe daquele lugar me fez chegar na casa dos meus pais num piscar de olhos. Com a minha mãe no banco do carona, fui sendo direcionada ao local que iríamos comemorar algo que eu já até me esqueci.
— Você está muito bonita. — A serenidade de sua voz me faz olhar para mim mesma pelo espelho do carro.
Sorrio para minha imagem, acho que a graça foi do sentimento de gratidão pelo cuidado da minha mãe, ela deve sentir o peso que carrego e tentou amenizar com um elogio.
— Obrigada. Reproduzindo as palavras do papai: Nem em mil universos se acharia uma mulher tão linda quanto você. — Olho para ela e imito seu sorriso, cresci ouvindo ela receber essa amorosa frase do meu pai.
Outros assuntos foram trocados durante nosso trajeto, antes de chegarmos a uma graciosa mansão. A entrada era totalmente atraente, ao longe já pude ver algumas pessoas interagindo uma com as outras.
Fomos bem recebidas, e enquanto a minha mãe era toda simpatia, eu me distraia com a elegante decoração, não prestei atenção nos rostos presentes, até a anfitriã aparecer.
— Que bom que aceitou meu convite! — Disse empolgada, a mulher que aparenta a mesma idade da minha mãe.
— Não me atreveria a faltar. — Minha mãe diz recebendo o abraço.
Minha mãe havia me explicado que a conheceu a pouco tempo em uma de suas idas a casa de outras amigas, ela me pareceu bem amável. A dona da festa se direcionou a mim, parecendo perceber a minha presença somente agora.
— Ah, bom, essa é a minha menina. — Sou apresentada.
— E a única pelo que sei. — A mulher sorri me abraçando. — É um prazer, é realmente lindíssima como ouvi dizer.
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MAGNETISM. jjk
FanficCorrentes elétricas em nosso sangue, física em cada parte de nós, magnetismo nos seus toques e no meu arreceio de amá-lo. Uniões decadentes faz com que vidas opostas sejam traçadas, batalhas entre amor, traição e miséria sejam travadas, findam coisa...