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— Vim para me desculpar também. — Percebi claramente seu corpo tenso.

— Isso já não importa, o melhor é manter distância de mim.

Espero que seja fácil para ela, já que para mim é um pouco difícil pensar na possibilidade de ficar sem as sensações que seu doce perfume causa no meu psicológico e físico. Eu me odeio por notar coisas tão atraentes nela.

Por me sentir assim.

— Está nervoso?

— Estou, estou porque desejo ficar longe de você, mas parece me perseguir sem parar.

Desejo que isso tenha sido convincente, meu nervosismo era uma mistura de sentimentos, mas nunca fui de demonstrar nada, não iria deixar que ela percebesse a minha luta interna contra toda essa tensão.

— Jeon...

— Por favor. — Interrompo pondo o dedo na frente dos meus lábios como pedido de silêncio. — Não sou idiota. Pede pelo meu afastamento todas as vezes que seu marido possivelmente pode estar por perto, mas não hesita em vir aqui no maior sigilo do mundo me pedir desculpas. Se realmente me quer longe, se afaste de verdade.

— Sei que não é idiota, por isso queria saber se antes de sumir de verdade, poderia me redimir com você. — Pergunta com uma voz e expressão que dilata a minha pupila em milhões de vezes. Desgraçada.

— Você pode. — Provoco.

Me aproximo perigosamente dela, sem colar nossos corpos respiro perto da sua orelha trazendo arrepios ao seu corpo pequeno, me alegra perceber que não sou o único que sente. Seu braço se move e eu senti minha nuca preparada para receber seu toque, mas nada acontece.

E talvez tenha sido melhor assim.

— Sabe como? — Sua boca entreaberta libera um som involuntário de ansiedade, querendo saber. — Mantendo distância. — Mesmo falando baixo, sei que ela escutou, mesmo que pareça que não, já que agarrou meu braço amassando o tecido da jaqueta.

Desejei loucamente fazer o mesmo com sua cintura.

— Não é culpa minha... — Diz com a expressão desesperada. Penso que ela pode derreter nos meus braços a qualquer momento. Mas não posso ceder aos seus toques, a sua voz e as suas expressões arrebatadoras

Me afasto temendo a mim mesmo, seguro forte meus fios, é inevitável não agarrar meus cabelos com a irritação, vejo que faz o mesmo, engolindo saliva.

— Eu gostaria de manter distância, mas não é culpa minha, não ver que nos encontramos do nada sempre? Sem nenhuma razão. — Me diz como se tivesse contanto um segredo.

— Ah, claro. — Soltei uma risada. — E agora foi do nada. O acaso te trouxe até aqui? Sem nenhum razão com certeza.

Franze as sobrancelhas parecendo ter ficado com raiva da minha explosão, a mão na cintura trouxe a pose de mandona de volta, e não nego que me diverte muito.

— Continua não sendo culpa minha, é sua, toda sua. — Ela quebra o silêncio com a frase e eu com uma alta risada.

— Culpa minha? Porque sou o culpado por ter vindo ao meu estúdio a essa hora da noite para me devolver uma simples pulseira? — Bato a mão no balcão da recepção a assustando.

Esperava seu retorno, mas seu orgulho é tão grande quanto a tensão que havia se formado, seus passos desnorteados fazem com que quase caia do salto em minha frente, não movi um músculo observando ela recuperar a postura.

É coberta de elegância e sensualidade, descendo meu olhar por todo seu corpo, penso em tantas maneiras de trazê-la até mim e perguntar o que realmente precisa, o que realmente quer de mim, porque sempre parece pronta para me pedir algo desesperadamente.

A essa altura não sei se seria capaz de negar, independente do que fosse.

Quando seu ser hipnótico desaparece do meu campo de visão, o objeto que momento atrás estava em seu pulso, acerta a porta de vidro, caindo na calçada do estabelecimento, consigo visualizar na mente sua carinha de brava retirando do braço e arremessando furiosamente.

Me controlei como nunca antes para não ir até lá, colocá-la de volta aqui dentro e questionar de todas as formas sobre a sua vida com aquele miserável, é de longe uma das pessoas mais arrogantes que já conheci, inexplicavelmente me preocupo com o oculto dos dois, me intriga.

Apesar de ter uma postura aparentemente inabalável, sei que tem medo do que ele é capaz, sendo assim, se mantém vulnerável perto do homem, sei porque me afasta por puro medo e desespero do peso que sobrará somente para ela.

E esse é um dos motivos pelo qual desejo não tê-lá próxima à mim, não quero causar problemas para ela. O outro, ainda não consigo calculá-lo bem. Nem aceitá-lo.

Quero que esteja segura, mesmo que isso não dependa totalmente de mim, pois sei que seu pesadelo pode continuar mesmo que eu esteja do outro lado do globo.

— O que você quer? Hum? — Em voz alta pergunto, mesmo sabendo que eu seria a última pessoa a ter essa resposta — O que você quer?

MAGNETISM. jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora