Enquanto os seguranças ainda agarravam os braços de Jeon, Kim cedeu e entrou no seu carro resmungando, saiu imediatamente do hotel. Eu ainda estava digerindo tudo, a ardência ainda se fazia presente na minha pele.
Agradeci aos homens que já me conheciam, pela minha hospedagem. Falei que não precisavam mais se preocupar, que eu resolveria tudo, e eles aliviaram para a gente, como Kim já havia ido. E nos deixaram a sós.
— Puta merda, eu não acredito que aquele desgraçado fez isso. — Jungkook caminhou apressado até mim colocando sua mão em meu rosto, analisando.
— Tá tudo bem agora.
— Não, não tá tudo bem. Porra, se não fossem os seguranças eu teria acabado com ele. — Seu rosto estava machucado, mas seus olhos mostravam uma raiva que eu nunca tinha visto. — Não vou te deixar sozinha aqui, vamos comigo.
— O que? Para onde?
— Para minha casa, amor. Não vou te deixar sozinha. — Ele diz baixinho, foi apelativo demais para mim.
Quase me esqueci como deveria respirar ao ouvir como me chamou, estávamos destruídos, mas quando ficamos a sós conseguimos transformar tudo em calmaria. Sua mão suave em mim, me inventou a fechar os olhos, ligeiramente uma lágrima escorre do meu olho.
— Eu vou cuidar de você. Me deixa, hum? Vem comigo, por favor.
Amoleço em seus braços sem conseguir dizer um palavra sequer, as lágrimas consumiram até a minha garganta, não me permitindo me expressar com a voz. Não queria que Jungkook me visse assim, nem nunca imaginei que ele veria. Mas aconteceu.
E ainda bem que aconteceu, eu não sei o que teria sido de mim se eu não tivesse sua companhia durante esses dias, se não o tivesse agora. Se me sentisse e estivesse mais sozinha do que já acreditava estar, teria desmoronado sem dúvida.
Não houve questionamentos, Jeon estava decidido a me acolher onde mora, não quis discutir, apesar da vergonha que sinto, não quero causar incômodo. Ele estava tão eufórico quanto eu, e confesso que o medo do retorno de Kim, foi um dos motivos pelo qual não neguei ir com ele.
Entrei em seu apartamento um pouco encolhida, parecia que era eu quem estava desconfortável, quando na verdade eu estava assim por medo de deixá-lo desconfortável comigo. Porém Jeon foi acolhedor, e aos poucos fui me acomodando.
O lugar era espaçoso e bem arrumado, a maioria dos móveis eram em tons escuros, combinava com estilo do dono. Havia pouca iluminação no local, além do cheiro inebriante de Jungkook. Estava fascinada com o quão a vontade comecei me sentir.
— Vem. — Me assustei quando ele me levantou pela cintura e começou a caminhar comigo até a cozinha, inesperadamente me coloca sentada sobre o balcão.
— O que vai fazer?
— Me da esse rostinho aqui, deixa eu ver. — Estava parecendo uma boneca em suas mãos, com delicadeza afastou meu cabelo observando a lateral do meu rosto que ainda doía, mas não sei como está na aparência. — Puta merda.
Nunca imaginei que estaria sendo bem cuidada pelo cara que era um desconhecido que eu nem me dava bem. Mas agora talvez eu entenda todos os sentimentos estranhos, eu não queria aceitar que me sentia tão atraída por outro homem sendo uma mulher casada, a verdade é que eu tinha medo de quem eu me tornava perto de Jeon Jungkook.
Mas agora eu não tenho mais, eu agradeço por ter ele, e sorrio boba assistindo seu rosto concentrado enquanto passava uma pomada na minha pele, segundo ele, estava bem vermelho e talvez um pouco inchado.
E eu não duvido, foi um tapa e tanto, aquela mão pesada me deixou tonta. E não vou ocultar que ele ficou xingando o processo inteiro, estava mais irritado do que eu, até porque acho que meu sentimento combina mais com tristeza, desapontamento.
— Não sabia que era leitor, você ler muito? — Assim que ele termina e me ajuda a descer, volto a explorar o apartamento, e me dei de cara com uma pequena estante de livros.
— Não muito. Alguns desses livros eu li durante a vida, e outros eu ilustrei.
— Ilustrou? — Perguntei supresa.
— Tipo esse. — Pegou um livro de capa azul marinho, repleta de detalhes, uma capa rica e bonita. Ele abriu e mostrou alguns personagens que ilustrou.
— Uau, Jungkook. Não sabia que trabalhava com isso também. É lindo, muito lindo.
— Acho que desenhos fazem bastante parte da minha vida. — Ergue o braço me mostrando as tatuagens e devolve o livro a estante, sorrimos juntos.
— É, faz sentido. Adorei.
— Posso mostrar todos depois, mas agora vem comigo, vou preparar um banho quente para você.
—Uhum. — Ele foi caminhando, mas eu acabei não seguindo por estar concentrada na decoração da mesinha que estava embaixo da estante colorida pelos livros.
Eu fiquei curiosa com alguns rabiscos, toquei por fim nas folhas, ia puxando uma que me rendeu olhos arregalados e expressão de supresa, porém não vi completo, pois antes que pudesse puxar todo, sua voz me chamando mais uma vez me causou espanto e acabei pensando que talvez aquilo não fosse certo mesmo. Então apenas segui o som da sua voz, ainda cheia de curiosidade.
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MAGNETISM. jjk
FanfictionCorrentes elétricas em nosso sangue, física em cada parte de nós, magnetismo nos seus toques e no meu arreceio de amá-lo. Uniões decadentes faz com que vidas opostas sejam traçadas, batalhas entre amor, traição e miséria sejam travadas, findam coisa...