Eu estava em choque processando ainda o que tinha acabado de ouvir no telefone, apesar de entender perfeitamente o que a voz de desespero da minha mãe disse. Vejo também Jungkook levantando rapidamente da cama caminhando em minha direção preocupado.
— O que aconteceu?
— Foi o Kim. — Consigo dizer, ainda encarando a tela do meu celular. — Ele está no hospital. E a minha mãe quer que eu vá até lá encontrar ela.
— Merda...— Jeon sussurra atravessando os dedos nos seus fios de cabelo. — Qual o motivo? Acidente?
— Eu não sei, eu não sei. Ela não me deu detalhes, só pediu para eu ir, parece que os médicos ainda não comunicaram nada também. — O nervosismo transpareceu em minha voz.
Não sei dizer o que estava acontecendo dentro de mim agora, eu estava preocupada, e no fundo uma pitada de culpa consumia meu corpo. Olhei trêmula para Jungkook, que me acolheu em seus braços parecendo compreender.
— Se arruma, eu te levo. — Ele pede.
Consegui me arrumar com uma rapidez absurda, Jeon também cuidou de sua aparência rapidamente antes de sairmos às pressas de seu prédio. Eu estava com vergonha por ter metido ele nessa situação, por ter metido ele em tantos problemas, na verdade.
Mas ao mesmo tempo ele me transmitia uma segurança, me fazendo ter certeza que tudo que ele fazia era por vontade própria, e que eu poderia contar com ele para tudo, inclusive para esse momentos. Porém, por envolver Kim, a situação ser torna bem mais constrangedora.
— Tá tudo bem, hum? — Sinto a mão dele na minha perna durante o trajeto, enquanto me questiona cuidadoso.
— Acho que sim. — Meu sorriso falso não foi nem um pouco convincente, mas tentei.
Ao perceber que chegamos ao hospital, minhas pernas começam a tremer ainda mais, eu suava sem sequer saber o motivo real que me levou até ali. Jungkook disse que me esperaria no estacionamento mesmo, pois não queria gerar especulações e nem mais problemas.
O que me deixou ainda mais apreensiva, ele estava me acalmando até então, agora eu me via subindo o elevador sozinha em busca da minha mãe e de quem mais estivesse como acompanhante.
— Oi bom dia, eu estou a procura... — Me aproximo da recepcionista para obter informação, porém chegou rápido aos meus ouvidos aquela voz.
— Filha! Meu Deus, meu amor onde você estava? — Minha mãe me aperta e alisa meus fios, pude ver seus olhos marejados.
— Me desculpe mãe, depois explico. Mas o que aconteceu? Onde está o Kim?
— Filha, o caso dele... — Ela estava mal, tremia as mãos entre as minhas. — Foi uma overdose, os médicos acabaram de conversar comigo, e segundo eles havia muitas substâncias no organismo do seu marido. — As lágrimas dela atiçaram as minhas. — Pelo que parece ele já fazia uso delas, mas dessa vez...
Eu estava trêmula e descrente, eu realmente não esperava por uma notícia como essa, e ainda mais sabendo que ele provavelmente fez isso após a discursão que tivemos. Por mais problemas que eu tivesse com ele, jamais desejaria um mau tão grande, eu queria que ele não estivesse assim agora.
— Você sabia disso?
— Não, não, eu não fazia ideia, mãe. — Minha resposta sai junto com o soluço, e minha mãe torna a me abraçar.
— Kim me traiu, ele me traiu e eu fui embora. — O choro dominava ainda mais. — Eu não falei nada porque estava com medo, medo de tanta coisa.
Ela parecia sem reação, mas eu sabia que não estava brava, pelo contrário, senti seus braços apertarem ainda mais meu corpo, acolhedora. Receber esse carinho foi importante, foi como se eu tivesse tirado um peso das costas. Num corredor de hospital eu me derramei sem ao menos me importar com os demais. Acho que é o local onde podemos chorar a vontade, e ninguém irá questionar o porque.
— Quem encontrou ele? E a família dele já sabe? — Eu estava genuinamente preocupada.
— Estão a caminho. E foi a secretária dele, ela estava aqui até pouco tempo, esperei que ela fosse para te telefonar.
Milhares de coisas se passam na minha cabeça ao receber essa informação, como: Se Kim estava em algum lugar reservado, como a secretária dele, que por sinal sempre me deixou insegura, o encontrou? Eu nem quero pensar muito nessas coisas, até porque não faz mais nenhuma diferença.
Eu sentei com a ajuda da minha mãe em uma das poltronas na sala de espera, ficamos um tempo em silêncio, eu estava com o olhar fixado em algo qualquer tentando ajustar meus pensamentos, tentando digerir tudo, vez ou outra escorria uma gota pelo meu rosto.
— Eu estava com o Jungkook, mãe. — Foi como um pensamento que eu expulsei involuntariamente. — O filho da sua amiga, Jeon Jungkook. — Não quero mais esconder nada dela, e de repente sinto que preciso ser sincera, hora ou outra eu iria precisar ser mesmo.
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MAGNETISM. jjk
FanficCorrentes elétricas em nosso sangue, física em cada parte de nós, magnetismo nos seus toques e no meu arreceio de amá-lo. Uniões decadentes faz com que vidas opostas sejam traçadas, batalhas entre amor, traição e miséria sejam travadas, findam coisa...